sábado, 16 de dezembro de 2017

Os reformadores 1

Os reformadores 1

Allan Kardec

Se os reformadores só exprimissem as suas ideias pessoais, não reformariam absolutamente nada, porque não encontrariam eco. Um homem só é importante para agitar as massas se estas forem inertes e não sentirem em si vibrar alguma fibra. É de notar que as grandes renovações sociais jamais chegam bruscamente; como as erupções vulcânicas, são precedidas por sintomas precursores. As ideias novas germinam, estão em efervescência numa porção de cabeças; a sociedade é agitada por uma espécie de estremecimento, que a põe à espera de alguma coisa.
É nesses momentos que surgem os verdadeiros reformadores, que assim se veem como representantes, não de uma ideia individual, mas de uma ideia coletiva, vaga, à qual o reformador dá uma forma precisa e concreta, e só triunfa porque encontra espíritos prontos a recebê-la. Tal era a posição de Lutero. Mas Lutero não foi o primeiro, nem o único promotor da Reforma. Antes dele houve apóstolos como Wicklef, Jan Hus, Jerônimo de Praga; estes dois últimos foram queimados por ordem do concilio de Constança; os hussitas, perseguidos com rigor após uma guerra encarniçada, foram vencidos e massacrados.
Destruíram os homens, mas não a ideia, que foi retomada mais tarde sob outra forma e modificada em alguns detalhes por Lutero, Calvino, Zwingle, e outros, donde é permitido concluir que, se tivessem queimado Lutero, isto para nada teria servido [...], porque a ideia da Reforma não estava somente na cabeça de Lutero, mas em milhares de cabeças, de onde deveriam sair homens capazes de a sustentar. Teria sido apenas um crime a mais, sem proveito para a causa que o tivesse provocado; tanto isto é verdade que, quando uma corrente de ideias novas atravessa o mundo, nada poderá detê-la.

1 N.R.: KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos, ano 9, n. 8, ago. 1866. Os profetas do passado, p. 320 e 321. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 2. reimp. Brasília-. FEB, 2009. (Título interpolado pelo editor de Reformador. Transcrição parcial.)

Fonte: Reformador de Dezembro de 2017

Enviado por: "Gonzaga"

Mural reflexivo: Jesus em minha vida

Jesus em minha vida
      

      Em todas as religiões cristãs, Jesus é o Modelo de conduta, é o grande Mestre que ensina a viver melhor, é o Modelo e Guia.
      Jesus nada escreveu, mas falou a todos aqueles que O quiseram escutar fosse por necessidade, por curiosidade ou, até mesmo, por desejo de combatê-Lo.
      Suas ideias e ensinamentos disseminaram-se rapidamente pois aqueles que O ouviam comentavam, encantados, Suas palavras com outrem.
      Depois de Sua morte física, os apóstolos levaram Seus ensinos a lugares distantes, aumentando o número daqueles que os conheceriam.
      Alguns dos seguidores escreveram a respeito do que viram e ouviram de Jesus, e esses textos formaram os Evangelhos.
      Sua vida e Sua obra, eternizadas por esses textos, são as mais comentadas e discutidas pelas civilizações da Terra, através dos tempos.
      Em todas as religiões cristãs o Evangelho é a base dos estudos e das pregações possibilitando, a todos, reflexão.
      O Evangelho pode ser considerado como um testamento que Jesus deixou para a Humanidade, sendo o mais belo poema de esperanças e consolações a que podemos ter acesso.
      Ainda hoje, Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que O buscam, com lições de beleza e de felicidade, dando oportunidade de esperar por melhores dias à medida que nos ensina a autossuperação.
      Nos dias atuais, conhecer e estudar o Evangelho está ao alcance de todos, diferentemente do que acontecia quando isso era reservado apenas aos líderes espirituais de algumas religiões.
      Mas, será que o conhecimento do que disse Jesus, dos Seus exemplos, das Suas ideias nos serve para realmente modificar nossas vidas?
      Será que procuramos ser simples e humildes como Ele nos ensinou?
      Será que, diante de um ato violento seja físico ou moral, feito contra nós, sabemos mostrar a outra face ao agressor, dando-lhe um exemplo de brandura e não de revide?
      Será que, ao nos sentirmos ofendidos, sabemos perdoar, da mesma maneira que, quando ofendemos queremos ser perdoados?
      Será que somos capazes de dialogar com todos, a despeito de quaisquer diferenças, mantendo-nos calmos e pacíficos?
      Somos capazes de tratar com amor alguém, cujas atitudes não estejam de acordo com nosso padrão moral, sem fazer julgamentos?
      Somos capazes de refletir sobre aquilo que nos faz sofrer, sem nos julgarmos vítimas, mas sim responsáveis, e, dessa maneira, conseguirmos usar este sofrimento para nos modificarmos interiormente?
      Será que temos, realmente, ouvidos de ouvir, ou decoramos as passagens dos Evangelhos e as repetimos superficialmente sem nada colocar em prática?
      Nosso querido Mestre Jesus esteve entre nós porque desejava deixar um caminho a seguir.
      Se queremos realmente conhecê-Lo não basta apenas ler ou ouvir o que Ele falou, mas sim experimentar, em nossa vida, Seus ensinamentos, colocando-os em prática.
      Como nosso amigo e terapeuta, Ele espera que possamos abrir coração e mente para as reflexões que há dois mil anos estão espargidas no ar que respiramos, esperando solo fértil para germinar e florescer.
       

Redação do Momento Espírita com base no seminário O significado de Jesus: o encontro real - mudanças internas, desenvolvido no Encontro fraterno com Divaldo Pereira Franco, realizado na praia de Guarajuba – BA, em setembro de 2009 e na introdução do livro Jesus e o evangelho à luz da psicologia profunda, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Vozes interiores reflexões - O arrependimento é um sentimento...


Desenvolva o tema à luz da Doutrina Espírita


Vozes interiores reflexões - Pedir desculpas, ...


Crie a história e desenvolva o tema...


Vozes interiores reflexões - Com o corre corre diário nos esquecemos...


Desenvolva o tema


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Pergunta feita: sobre capítulo Teoria da Beleza - Obras Póstumas - Raça Negra

Pergunta: No livro Obras Póstumas no cap. Teoria da Beleza, Kardec faz comentários sobre a raça negra, levando algumas pessoas a considerarem a possibilidade de Allan Kardec ser racista. Gostaria de saber a opinião dos amigos sobre este polêmico tema.

Resposta: Para analisar essa passagem em que Kardec faz referência à raça negra, contido no Capítulo referente à Teoria da Beleza, do livro "Obras Póstumas", é necessário considerar o contexto em que o Codificador fez aquele comentário.
Trata-se de texto escrito em meados do século XIX, na Europa, mais precisamente na França, onde vivia Kardec. Pela realidade da época, a raça negra somente era conhecida naquele Continente pelos escravos trazidos da África. Não havia os meios de comunicações que hoje existe e que permitem um maior intercâmbio entre os povos, possibilitando-se conhecer uns aos outros.
Segundo a teoria da beleza, descrita por Kardec naquela obra, à medida que o espírito vai se depurando, através de sua evolução, seu perispírito vai se tornando mais sutil, menos grosseiro, passando a plasmar, em consequência, corpos físicos de feições mais finas, mais delicadas, menos densos.
Sustenta o Codificador que a perfeição da forma física é resultado da perfeição do espírito. Conclui que a forma dos corpos humanos se modificou à medida que o ser moral se desenvolveu; que a forma exterior mantém relação com o ser interior A raça negra, citada como exemplo, àquela época, no continente europeu, era considerada inferior, pois dela somente se conheciam os escravos, que eram seres brutalizados e incultos, em razão do tratamento covarde e violento que recebiam, sem nenhum direito.
Pode-se fazer um paralelo com o que acontece em relação aos indígenas nos dias de hoje. São seres incultos, próximos do primitivismo, em que o instinto ainda prevalece sobre a razão. Foi o que Kardec quis dizer, que a forma negra retratava a materialidade dos instintos.
Da mesma forma que sabemos que um espírito que já tenha alcançado um grau de evolução razoável não reencarna como indígena, salvo em missão, naquela época, seria inconcebível aceitar-se que um espírito evoluído, com seu perispírito menos grosseiro, reencarnasse na raça negra, que podia se comparar aos indígenas de hoje.
Hoje, podemos afirmar, com toda convicção, que Kardec não pensaria daquela forma. A escravidão do negro já foi banida da Terra há mais de cem anos e a raça evoluiu, não havendo mais distinção para com as outras raças.
O Codificador, pela obra que nos legou, deixou patente que é um espírito superior, que já atingiu um nível evolutivo que nos autoriza afirmar que jamais admitiria o racismo.
De toda sorte, não consideramos essa teoria um ponto doutrinário. Trata-se de uma reflexão de Kardec que, sequer, chegou a publicá-la. Veio à tona após sua desencarnação, quando alguns escritos deixados foram compilados no livro "Obras Póstumas", o que nos leva a concluir que aquele pensamento ainda não estava inteiramente consolidado.