sábado, 8 de abril de 2017

Redes sociais aumentam sensação de solidão, diz estudo


Rede sociais estão fazendo com que nos sintamos mais solitários, aponta um estudo realizado por psicólogos americanos.
A pesquisa, publicada no Periódico Americano de Medicina Preventiva, aponta que acessar sites como Twitter, Facebook e Snapchat por mais de duas horas por dia dobra a probabilidade de alguém se sentir isolado.
Os cientistas argumentam que a exposição a representações idealizadas da vida de outras pessoas também faz com que sintamos inveja delas.
"Não sabemos o que veio antes - o uso de redes sociais ou a sensação de isolamento social", diz a coautora do estudo Elizabeth Miller, professora de Pediatria da Universidade de Pittsburgh.
"É possível que jovens adultos que se sentiam isolados socialmente recorreram às redes sociais. Mas pode ser que o uso cada vez mais intenso de mídia social levou eles a se sentirem isolados do mundo real."

Interações

Quase 2 mil adultos com idades entre 19 e 32 anos foram entrevistados quanto a seu uso de redes como Twitter, Facebook, Instagram, Pinterest, Snapchat e Tumblr.
O estudo sugere que quanto mais tempo uma pessoa fica online, menos tempo ela tem para interações no mundo real.
A navegação pelas redes sociais também pode despertar sentimentos de exclusão - inveja, por exemplo -, como quando se vê fotos de amigos se divertindo em eventos para os quais não se foi convidado.
"É importante estudar isso, porque há uma epidemia de problemas mentais e de isolamento social entre jovens adultos", afirma Brian Primack, da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh.
"Somos criaturas sociais, mas a vida moderna tende a nos isolar em vez de nos aproximar. Apesar das redes sociais aparentemente criarem oportunidades de socialização, o estudo aponta que elas não têm o efeito que esperamos."
 
Notícia publicada na BBC Brasil, em 6 de março de 2017.

Claudia Sampaio* comenta

Vivemos no mundo dos excessos e aprender o equilíbrio da vida é um dos objetivos principais dos seres humanos. E como tudo nesta vida é relativo, o nosso comportamento é diretamente proporcional ao quanto de entendimento temos sobre determinada influência que sofremos.
O fato é que as redes sociais estão presentes no nosso cotidiano, vieram para ficar e estamos permitindo o desequilíbrio da sociedade. Já se começa o dia teclando e vivenciando um mundo rápido, instantâneo, com troca de um enorme volume de informações a cada instante.
Dominique Wolton, sociólogo da comunicação, em entrevista dada ao jornal GGN, denomina a comunicação por meio das redes sociais de “Solidão interativa” e continua nos esclarecendo: “Podemos passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana com quem quer que seja.”
A também socióloga Sherry Turkle acredita que “Nós estamos colecionando amigos como selos, sem distinguir quantidade e qualidade, e trocando o sentido profundo e íntimo da amizade com a troca de fotos e conversas de chat. Uma situação é criada em que temos muitos amigos quando, na verdade, estamos sozinhos.”
O certo é que a solidão impera em muitas vidas e é absurdamente agravada pelo exagero do uso das redes sociais. Isto está nos afastando do que é realmente importante e, certamente, já colhemos amargos frutos dessa má relação. Há brigas familiares e entre amigos, separações, falta de contato físico, e, um crescente índice de suicídio.
É verdade que há um lado extraordinariamente positivo nesse meio virtual. Este site Espiritismo.net é uma importante ferramenta de interação positiva e auxílio fraterno para os internautas e mesmo alguns importantes acontecimentos mundiais tiveram intensa participação das redes sociais e parte da solução dos problemas foi derivada das atuações nelas. Aqui nota-se a importância de saber dosar o equilíbrio do uso desta importante forma de comunicação.
Faz-se, portanto, necessário o policiamento para não nos envolvermos em situações que não acrescentam qualquer virtude para nós mesmos. Devemos utilizar com bastante critério os três filtros ensinados por Sócrates, Mestre grego reconhecido por sua sabedoria, que viveu de 469 – 399 A.C.: Verdade, Bondade e Utilidade das nossas palavras e ações.
A Doutrina Espírita nos esclarece que nenhum ser humano fugirá à Lei da Evolução, mesmo que se esconda atrás de um disfarce. O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 8, nos orienta neste sentido: “É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas consequências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.”
Assim, é muito importante que façamos a nossa parte na nossa história e não fiquemos parados no tempo. Que sejamos, nós mesmos, a mudança que tanto queremos no mundo, sendo fontes de boas notícias, de boas ações, de compartilhamento do amor, como nosso Mestre Jesus nos ensinou através das suas parábolas e do seu modo de viver.
Afinal, há algo mais confortante e gratificante do que sair do nosso mundo individual para adentrar no mundo do outro, olhando nos olhos e lhes falando: “Estou aqui, meu irmão de evolução, ao seu lado para crescermos juntos?”

Fontes de pesquisa:

 
* Claudia Sampaio é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Revista Espírita - janeiro 1864 - Conversas de Além-Túmulo

REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 1
JANEIRO 1864

CONVERSAS DE ALÉM-TÚMULO.
Frédégonde
Damos a seguir as duas evocações do Espírito de Frédégonde, feitas na Sociedade, com um mês de intervalo, e que formam o complemento dos dois precedentes artigos sobre a possessão da senhorita Julie. Esse Espírito não se manifestou com sinais de violência, mas escrevia com uma dificuldade muito grande e cansava extremamente o médium, que com isso ficava mesmo indisposto, e cujas faculdades pareciam, de alguma sorte, paralisá-las. Na previsão desse resultado, tivemos o cuidado de não confiar essa evocação a um médium muito delicado.
Numa outra circunstância, um Espírito, interrogado à conta deste, dissera que, há muito tempo procurava se reencarnar, mas que isso não lhe fora permitido, porque seu objetivo não era ainda de se melhorar, sendo seu objetivo, ao contrário, de ter mais facilidade para fazer o mal, com a ajuda de um corpo material. De tais disposições deviam tornar sua conversa muito difícil; ela não o foi, no entanto, tanto quanto se poderia temê-lo,
graças, sem dúvida, ao concurso benevolente de todas as pessoas que nisso participaram, e talvez também porque tinha chegado o tempo em que esse Espírito deveria entrar no caminho do arrependimento.

(16 de outubro de 1863 - Médium, Sr. Leymarie.)
1. Evocação. - Resp. Não sou Frédégonde; que quereis de mim?
2. Quem sois, pois? - R Um Espírito que sofre.
3. Uma vez que sofreis, deveis desejar não mais sofrer; nós vos assistiremos, porque nos compadecemos com todos aqueles que sofrem neste mundo e no outro; mas é preciso que nos secundeis, e, para isso, é preciso que oreis. - R. Eu vos agradeço por isso, mas não posso orar.
4. Vamos orar, isto vos ajudará; tende confiança na bondade de Deus, que perdoa sempre àquele que se arrepende .-R Creio em vós; orai, orai; talvez eu possa me converter.
5. Mas não basta que oremos, é preciso orar de vosso lado. - R Eu quis orar, e não pude; agora vou tentar com a vossa ajuda.
6. Dizei conosco: Meu Deus, perdoai-me, porque pequei; arrependo-me do mal que fiz. - R Eu o digo; depois.
7. Isso não basta; é necessário escrever. - R Meu.... (Aqui o Espírito não pôde escrever a palavra Deus; não foi senão depois de forte encorajamento que chegou a terminar a frase, de maneira irregular e pouco legível.)
8. Não é preciso dizer isso pela forma; é necessário pensá-lo, e tomar a resolução de não mais fazer o mal, e vereis que logo estareis aliviada. - R Vou orar.
9. Se orastes sinceramente, com isso não vos sentis melhor? - R Oh! sim!
10. Agora, dai-nos alguns detalhes sobre a vossa vida e as causas de vossa obstinação contra Julie?- R Mais tarde... direi.... mas não posso hoje.
11. Prometeis deixar Julie em repouso? O mal que lhe fazeis recai sobre vós e aumenta os vossos sofrimentos. - R Sim, mas sou impelida por outros Espíritos piores do que eu.
12. É uma desculpa má que dais aí para vos desculpar; em todos os casos, deveis ter uma vontade, e com a vontade pode-se sempre resistir às más sugestões.— R Se eu tivesse a vontade, não sofreria; sou punido porque não soube resistir.
13. Isso mostraríeis, no entanto, bastante para atormentar Julie; mas vindes de tomar boas resoluções, vos convidamos a persistir nisso, e pediremos aos bons Espíritos para vos secundarem.
Nota.-Durante esta evocação, um outro médium obtinha de seu guia espiritual uma comunicação contendo, entre outras coisas, o que se segue: "Não vos inquieteis com as negações que notais nas respostas deste Espírito: sua idéia fixa de se reencarnar fá-lo repelir toda solidariedade com o seu passado, se bem que não lhe suporta senão muito os efeitos. Ela é bem aquela que foi nomeada, mas não quer convir nisso consigo mesma."
14. Evocação. - R. Estou pronta para responder.
15. Tendes persistido na boa resolução em que estáveis na última vez? - R Sim.
16. Como vos achastes com isso? - R Muito bem, porque orei e estou mais calma, bem mais feliz.
17. Com efeito, sabemos que Julie não foi mais atormentada. Uma vez que podeis vos comunicar mais facilmente, quereis nos dizer porque vos obstinastes junto dela? – R Estive esquecida durante séculos, e desejava que a maldição que cobre meu nome cessasse um pouco, a fim de que uma prece, uma só, viesse me consolar. Oro, creio em Deus; agora posso pronunciar o seu nome, e certamente é mais do que não poderia esperar do benefício que podeis me conceder, 
Nota. - No intervalo da primeira para a segunda evocação, o Espírito era chamado todos os dias por aquele de nossos colegas que foi encarregado de instruí-lo. Um fato positivo é que, a partir desse momento, a senhorita Julie deixou de ser atormentada.
18. É muito duvidoso que apenas o desejo de obter uma prece tenha sido o móvel que vos levou a atormentar aquela jovem; quereis, sem dúvida, ainda procurar encobrir vossos erros; em todo o caso, era um meio mau de atrair sobre vós a compaixão dos homens. - R. No entanto, se não tivesse atormentado muito Julie, não ferieis pensado em mim, e eu não teria saído do miserável estado em que me arrastava. Disso resultou uma instrução para vós e um grande bem para mim, uma vez que me abristes os olhos.
19. (Ao guia do médium.) É bem Frédégonde que dá esta resposta? - R. Sim, é ela, um pouco ajudada, é verdade, porque está humilhada; mas este Espírito é muito mais avançado do que não credes; é-lhe preciso o progresso moral com o qual a ajudais a dar o primeiro passo. Ela não vos disse que Julie tirará um grande proveito daquilo que se passou para o seu adiantamento pessoal.
20. (A Frédégonde.) A senhorita Julie vivia em vosso tempo, e poderíeis nos dizer o que ela era? - R. Sim; era uma de minhas damas de companhia, chamada Hildegarde; uma alma sofredora e resignada que fez a minha vontade; sofreu a pena de seus serviços muito humildes e muito complacentes a meu respeito.
2,1. Desejais uma nova encarnação? - R . Sim, eu a desejo. Ó meu Deus! sofri mil torturas, e se tenho merecido uma pena justa, ai de mim! é tempo que eu possa, com a ajuda de vossas preces, recomeçar uma existência melhor, a fim de me lavar de minhas antigas sujeiras. Deus é justo; orai por mim. Até este dia, eu tinha desconhecido toda a extensão de minha pena; tinha como a vertigem; mas no presente vejo, compreendo, desejo o perdão do Senhor com o de minhas vítimas. Meu Deus, quanto é doce o perdão!
22. Dizei alguma coisa de Brunehaut! - R. BrunehautL. Esse nome me dá vertigem.... Ela é a grande falta da minha vida, e senti meu velho ódio despertar a esse nome!... Mas meu Deus me perdoará, e poderei doravante escrever este nome sem tremer.
Mais feliz do que eu, ela está reencarnada pela segunda vez, e cumpre um papel que eu desejo, o de uma irmã de caridade.
23. Estamos felizes com a vossa mudança, para isso vos encorajamos, vos sustentamos com as nossas preces. - R. Obrigada! obrigada! bons Espíritos, Deus vo-lo restituirá.
Nota. - Um fato característico nos maus Espíritos é a impossibilidade em que estão, freqüentemente, de pronunciarem ou escreverem o nome de Deus. Sem dúvida, isto denota uma natureza má, mas, ao mesmo tempo, um fundo de temor e de respeito que os Espíritos hipócritas não têm, menos maus em aparência; estes últimos, longe de recuarem diante do nome de Deus, dele se servem impudentemente para captar a confiança.
São eles infinitamente mais perversos e mais perigosos do que os Espíritos francamente maus; é nesta classe que se acha a maioria dos Espíritos fascinadores, dos quais é mais difícil de se desembaraçar do que dos outros, porque é do próprio Espírito que se apoderam com a ajuda de uma falsa aparência de saber, de virtude ou de religião, ao passo que os outros se apoderam do corpo. Um Espírito que, como o de Frédégonde, recua diante do nome de Deus, está muito mais perto de sua conversão do que aqueles que se cobrem com a máscara do bem. Ocorre o mesmo entre os homens, onde encontrareis essas duas categorias de Espíritos encarnados.

Enviado por: "Joel Silva"


Richard Simonetti (RIE) : EUTANÁSIA ANIMAL


 1 – O que fazer diante de um animal de estimação, um cachorro, por exemplo, que em avançada idade enfrenta doença de longo curso, a impor-lhe limitações e dores? 

O mesmo que faríamos por um familiar muito querido: cuidar dele com carinho e atenção, buscando sempre melhorar sua condição de vida e amenizar seus padecimentos.

2 – Não seria razoável praticar a eutanásia, evitando dores maiores para o animal?

Se a razão rejeita a eutanásia, em se tratando de familiares queridos em idêntica situação, por que fazê-lo com os animais? A principal objeção à eutanásia humana é o fato de que ela coloca a morte a serviço do homem, não de Deus. Por que seria diferente com os animais?

3 – Sabemos que doenças e dores que afetam os seres humanos envolvem problemas cármicos, algo que não ocorre com os animais. Por que deixá-los sofrer, se nada devem?

Nem sempre a dor é um problema cármico. A mulher que dá à luz não está cumprindo um carma. As dores do parto abrem as portas para a sublime experiência da maternidade. A velhice, com as limitações e dores que impõe, longe de representar um carma, prepara o Espírito para o retorno ao Além, ajudando-o a superar vícios e paixões que dificultam a adaptação à vida espiritual.

4 – E quanto ao animal?

As dores que venha a enfrentar agitam sua consciência embrionária, agilizando o trânsito da animalidade instintiva para o exercício da razão, favorecendo sua promoção a ser pensante, o Espírito. Todos viemos de lá e certamente fomos trabalhados pelas dores do mundo, ao longo de multifárias reencarnações.

5 – Quando um cão é portador de leishmaniose, as autoridades sanitárias impõem a eutanásia, por medida preventiva, evitando que outros animais ou seres humanos sejam contaminados por esse terrível mal. Não é uma medida razoável e justa?

E quando o mal atinge um ser humano? Impõe-se a eutanásia? Obviamente, não. O paciente será isolado e tratado, objetivando-se a sua recuperação. O mesmo poderia ser feito com os animais contaminados. Ocorre que as autoridades agem de forma simplista. É mais fácil e barato eliminá-los do que isolá-los e tratá-los. Afinal – considera-se equivocadamente –, são apenas irracionais.

6 – Praticar a eutanásia animal não seria um ato de misericórdia, como recomendou Jesus, lembrando o profeta Oseias: “Misericórdia quero, não sacrifício”?

É preciso cuidado com a interpretação dos textos evangélicos. A aplicação correta desse princípio tem sentido inverso. Praticar a misericórdia com os animais seria amenizar suas dores, não sacrificá-los.

7 – André Luiz* diz que alguém que desencarna submetido à eutanásia pode ter problemas de adaptação à vida espiritual. O mesmo acontece com os animais?

Não sei se teriam problemas de adaptação, já que seu transito pela espiritualidade é breve, logo reencarnando, conforme está na questão 600, de O Livro dos Espíritos**. Não obstante perdem a oportunidade de agilizar seu desenvolvimento com a dor-evolução.

8 – Fala-se hoje em ortotanásia. Seria aplicável aos animais?

Perfeitamente. Seria o comportamento ideal diante de um animal de estimação, em fase terminal. Cuidar bem dele, evitando que sofra, mediante a aplicação de medicamentos específicos, mas não fazer nada para prolongar-lhe a existência. Oportuno deixar a Natureza seguir seu curso, sob a égide de Deus.

 

Richard Simonetti

 

Revista:        RIE – Revista Internacional de Espiritismo
                    nº 12, janeiro de 2013
                    Casa Editora O Clarim

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão - CONCLUSÃO - A029 – Cap. 11 – As agressões– Segunda Parte


Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A029 – Cap. 11 – As agressões– Segunda Parte

 

CONCLUSÃO

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – O que o obsessor quis dizer “Tenham em mente que, representando a luz como pretendem, estamos dispostos à verificação...”

O obsessor, através da via mediúnica de Mariana, ameaçava o grupo espírita em resposta à ação de resgate do líder espiritual inferior, Dr. Teofratus.

Como acontece frequentemente, após o atendimento a espíritos obsessores, sobretudo quando importantes nos trabalhos infelizes, há a tentativa de uma dura resposta ao grupo dos encarnados por parte das falanges espirituais inferiores, primeiro porque a reunião dos trabalhadores ameaça os seus interesses inferiores e segundo porque os encarnados são os elos mais frágeis da corrente do bem.

Deste modo, a frase acima dita pelo obsessor se referia às possíveis ataques de seu grupo contra os encarnados envolvidos nos trabalhos de desobsessão.

2 – O que havia acontecido com o Sr. Mateus, pai de Mariana e marido de D. Rosa?

O Sr. Mateus, naquela noite, havia sido internado após terrível tragédia de sangue. Frequentador habitual das casas de jogos de carta, havia se envolvido em um desentendimento ali, após acusar outro jogador de desonestidade. Este, ofendido, golpeou com punhal o Sr. Mateus, que, dado à extensão dos ferimentos, foi levado às pressas ao hospital sob terrível risco de perder a vida.

 

Até mais!
Equipe Manoel Philomeno

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Espiritirinha (nós)


Irlandês se enterra vivo e transmite impressões de dentro do túmulo pelas redes sociais

Para muitas pessoas, a simples ideia de ser enterrado vivo já é suficiente para causar pesadelos. Mas um irlandês passou três dias a três palmos do chão.
 
John Edwards se voluntariou para deitar em um caixão que foi fechado e enterrado no terreno de uma igreja de Belfast, capital da Irlanda do Norte.
Mas ele não esteve sozinho lá embaixo - o caixão foi especialmente adaptado para que ele pudesse transmitir a experiência ao vivo pelas redes sociais.
Durante as 72 horas, ele alcançou pessoas ao redor do mundo com a ajuda do Skype, Facetime e uma câmera ao vivo.
"Foi absolutamente inacreditável", disse ele ao jornal irlandês Belfast Telegraph. "Eu falei com pessoas na China, Brasil, Índia, Nigéria, Canadá, Equador e Austrália".

Mensagem aos desesperados

Seu objetivo foi enviar uma mensagem de alento e esperança a pessoas em desespero. Edwards, de 61 anos, é um ex-dependente de drogas e ex-alcóolatra que não bebe há mais de duas décadas.
No passado, enfrentou abuso sexual, viveu na rua, recebeu tratamentos para distúrbios mentais e sobreviveu a várias overdoses.
Ele também sobreviveu a dois cânceres e a um transplante de fígado após desenvolver hepatite C por causa de uma agulha contaminada.
Depois de passar pelo que descreveu como um "incrível encontro com Deus há 27 anos", ele criou vários centros cristãos de reabilitação e abrigos para moradores de rua.
Seu hábito de se enterrar vivo é "meio que um truque", mas ele acredita que a iniciativa tem uma mensagem série por trás.
"Quero chegar ao maior número possível de desesperados".
Edwards perdeu mais de 20 de seus amigos por conta de abuso de drogas e de álcool e suicídios. Hoje, ele se dedica a aconselhar e rezar com pessoas em situações de desamparo e desespero.
Por três dias, sua mensagem de "esperança" saiu do túmulo do terreno da igreja de Willowfield. Ele recebeu chamadas, mensagens de texto e e-mails de pessoas que buscam ajuda.
Edwards não é claustrofóbico, mas, antes da experiência, estava um pouco apreensivo sobre ser enterrado vivo.
"Quando a tampa é fechada, você está sob o solo e ouve a terra cobrindo o caixão... é estranho", admitiu.

Tudo correu bem

Depois de ser desenterrado, ele contou ao jornal irlandês que se sentia um pouco "tonto e trêmulo", mas que estava bem.
A estrutura de madeira usada na experiência era mais espaçosa do que a média dos caixões - com 2,4m de comprimento, 1m de altura e 1,3m de largura.
Ela estava equipada com um banheiro improvisado e um tubo que garantia acesso a ar e a passagem de água e alimentos.
Este não foi o primeiro autoenterro de Edwards. No ano passado, ele passou três dias em um caixão sob o solo na cidade de Halifax, na Inglaterra.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 7 de março de 2017.

Jorge Hessen* comenta

Em que pese o desígnio altruístico de John Edwards, é evidente que agiu de forma irracional ao se permitir enterrar vivo por três dias, visando gritar o brado da “esperança” para as pessoas em desespero. A rigor, tal manifesto não faz sentido lógico sob qualquer análise racional. Entretanto, deixando de lado essa insanidade (sepultar-se vivo), vislumbremos os efeitos positivos da transformação de sua vida pessoal.
Importa reconhecermos que os diversos núcleos de reabilitação e abrigos para moradores de rua, instituídos por John, são passaportes pujantes para auto conquista da paz espiritual. Nisso Edwards acertou em cheio, pois embrenhou-se no orbe da solidariedade através do compartilhamento de um sentimento de identificação em relação ao sofrimento alheio. Não apenas reconheceu a situação delicada dos moradores de rua, mas também auxiliou essas pessoas desamparadas.
Sabemos que os males que afligem a Humanidade são resultantes exclusivamente do egoísmo (ausência de solidariedade). A eterna preocupação com o próprio bem-estar é a grande fonte geradora de desatinos e paixões desajustantes. A máxima “Fora da Caridade não há Salvação”(1) é a bandeira da Doutrina Espírita na luta contra o egoísmo. Nesse sentido, a solidariedade é a caridade em ação, a caridade consciente, responsável, atuante, empreendedora.
Os preceitos espíritas contribuem para o progresso social, deteriora o materialismo, faz com que os homens compreendam onde está seu verdadeiro interesse. O Espiritismo destrói os preconceitos “de seitas, de castas e de raças, ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos”.(2) Destarte, segundo os Benfeitores espirituais, “quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade”.(3)
A recomendação do Cristo “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”(4) assegura-nos o regime da verdadeira solidariedade e garante a confiança e o entendimento recíproco entre os homens. A solidariedade na vida social é como o ar para o avião.
É imprescindível darmo-nos, através do suor da colaboração e do esforço espontâneo na solidariedade, para atender, substancialmente, as nossas obrigações primárias, à frente do Cristo.(5)
Ante as responsabilidades resultantes da consciência doutrinária, que nos impõe a superar a temática de vulgaridade e imediatismo ante o comportamento humano, em larga maioria, a máxima da solidariedade apresenta-se como roteiro abençoado de uma ação espírita consciente, capaz de esclarecer e edificar os corações, com a força irresistível do exemplo.

Referências bibliográficas:

(1) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Cap. XV;
(2) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, pergunta 799;
(3) Idem;
(4) Jo: 15,12;
(5) Xavier, Francisco Cândido. “Fonte Viva”, ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1992.
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

Espiritirinha (antes de concluir)


Minha nada Mole Encarnação - Música espírita

 
 
 
 
 

Espiritirinha (raiva)


PARA O JOVEM ESPÍRITA | PÓLO IV


Espiritirinha - pra baixo


quarta-feira, 5 de abril de 2017

TV FERGS Espiritismo & Atualidades com Haroldo Dutra Dias - "Jesus na Atualidade"


Atualidade do Espiritismo


Atualidade do Espiritismo

O Espiritismo é uma doutrina livre de preconceitos, rituais, paramentos e de qualquer manifestação dogmática.

Como ciência, filosofia e religião, representa a síntese dos princípios naturais existentes desde todos os tempos, que serão gradativamente assimilados pela inteligência humana e integrarão a crença comum, independentemente de rótulos. Questões importantes como a existência de Deus, a imortalidade da alma, a mediunidade, a lei de causa e efeito e a reencarnação apresentam conteúdos indispensáveis ao entendimento do homem sobre a sua origem, o seu papel no mundo e o seu destino futuro após a morte do corpo físico.

A principal mensagem do Espiritismo é a de que a morte não existe. Continuamos vivos após essa vida! E o que encontraremos do outro lado, no Mundo Espiritual, será o resultado do que fizermos ou deixarmos de fazer na atual encarnação. Isso implica numa mudança de filosofia de existência em que o princípio da imortalidade associado à responsabilidade individual passa a fazer parte do cotidiano das pessoas. Esse conhecimento deve ser expandido e alcançar o maior público possível, tendo em vista os benefícios proporcionados à saúde integral de todos que dele usufruírem. Gradativamente, as virtudes irão sobrepujar os vícios. O egoísmo cederá lugar à caridade; o orgulho à humildade; o apego à renúncia; o ódio ao amor; a guerra à paz; o mal ao bem. Seremos, assim, senão integralmente bons, ao menos disciplinados, no constante esforço de conquistar atitudes renovadas para a construção de um mundo melhor.

Esses são momentos importantíssimos na divulgação do bem para a instalação do Mundo de Regeneração na Terra. Essa nova morada se inicia com a renovação de nós mesmos, quando o Reino de Deus é instaurado na intimidade de cada um. O Espiritismo, assim como todas as demais religiões, filosofias, ciências e iniciativas de conteúdo elevado, – que transcendem a materialidade objetiva do plano físico, projetam a sustentabilidade das ações humanas em consonância com o respeito à Natureza e suas manifestações divinas, buscam o equilíbrio nas relações sociais e em todas as suas decorrências – são alavancas que impulsionam o progresso da humanidade e merecem nosso respeito, incentivo e engajamento.

Geraldo Campetti Sobrinho é vice-presidente da Federação Espírita Brasileira.

O Espiritismo na atualidade brasileira.


O Espiritismo na atualidade brasileira.

maio/2013 - Por Clayton Reis

Desde o lançamento de O livro dos Espíritos, por Allan Kardec, em 1857, a Doutrina Espírita despertou a curiosidade da sociedade, a rejeição de diversos segmentos religiosos, a intolerância daqueles que não conhecem seus fundamentos e a descrença por parte significativa das pessoas. A proposta do seu instituidor teve como premissa uma nova concepção religiosa alicerçada em princípios filosóficos, científicos e religiosos – uma reação ao dogmatismo das instituições religiosas então vigentes. Os novos horizontes iluminados pelas ideias de René Descartes, Immanuel Kant, Voltaire, pelos avanços da ciência que desmistificou conceitos estratificados pela ausência do saber e, atualmente, adquiriu expressão em face da liberdade de manifestação do pensamento proclamado pela Declaração Universal dos Direitos do Homem da ONU de 1948, possibilitou ao pensamento humano alçar voos na direção do desconhecido.

Sabendo que a morte é um fenômeno natural no processo vital de todos os seres vivos, por que não investigar as consequências do post-mortem e romper com as fronteira do desconhecido? Nessa linha de intelecção Kardec,  notável pedagogo educado na escola de Pestalozzi, passou a investigar, através do método cartesiano, fenômenos paranormais, descobrindo neles a existência de entidades invisíveis inteligentes. Iniciou suas pesquisas utilizando o método Socrático maiêutico. Encontrou respostas precisas, coerentes e inteligentes.

Elaborou O livro dos Espíritos, uma das obras básicas do Espiritismo que alicerçam a doutrina, constituído por 1.019 perguntas seguidas de respostas dos Espíritos. As respostas ditadas pelas entidades invisíveis demonstraram, inelutavelmente, que vivemos em um universo onde coexistem diversas dimensões, muitas delas em planos além da matéria – afinal, não podemos afirmar que tudo que é invisível e imperceptível aos nossos sentidos é inexistente! Nessa lógica obtusa, como explicar as ondas eletromagnéticas, a radioatividade, as ondas ultravioletas e tantas outras não visíveis? Assim, pelo método cartesiano, onde predomina o pensamento fundado na razão, concluiu pela sobrevivência do Espírito-pensante, entidade imaterial que sobrevive após a falência múltipla do sistema corporal e, que se mantém íntegra com seus pensamentos, sentimentos, ideologias e formas de ser presente no corpo humano físico, em dimensão diversa da nossa. A manipulação e o controle dos bilhões de neurônios presentes no cérebro humano – que comandam o corpo físico através de múltiplas formas – é coordenada pelo Espírito. O corpo material é o escafandro em ambiente hostil. O que se encontra em seu interior é o ser humano imaterial, vivo e pensante com sua personalidade individual. Para o neurocientista americano David Eagleman[1], em seu livro O Incógnito – As Vidas Secretas Do Cérebro, o pensamento, porém, ainda era considerado por muitos algo diferente. Não parecia surgir de processos materiais, mas recaía na categoria especial do mental (ou frequentemente, o espiritual)’. 

Nessa linha de ideias, o conceituado médico e professor da Universidade Federal do Paraná Edson Gomes Tristão, em livro sob sua coordenação, A dança das Energias – Uma abordagem da energia mental, na introdução proclama: A natureza física do universo é ondulatória e nesse espectro coabita-se com realidades em frequência paralelas, sendo percebidas de forma limitada pelo ser humano, pois este tem a visão do mundo apenas pela estreita janela das radiações luminosas visíveis aos olhos. Na dimensão psíquica tem-se também o espectro ondulatório onde  há identificação pela sintonia mental entre os semelhantes – vivos ou mortos. Quem não procura desvendar ou estudar essa realidade, se encontra desconectado em relação ao ambiente em que vive ou apenas possui olhos para os fenômenos puramente materiais.

O misticismo desse assunto, mantido por milênios em volta do fenômeno da morte, sofreu um impacto porque Kardec teve a ousadia de investigar o investigável e penetrar nos planos de Deus, que somente os doutores da Lei tinham acesso. A ideia de fatos insondáveis sempre foi obra do puro obscurantismo!  Na pós-modernidade, o saber não tem fronteiras e, muito menos regras que estabeleçam limites no processo investigatório.   Não basta apenas refletir sobre as questões formuladas pela Antiguidade: De onde viemos, o que somos e para onde vamos? Kardec aceitou o desafio e procurou justificá-las, apelando para a lógica e a cientificidade presentes nestas questões.

Todavia, o doutrinador já sabia que o Espiritismo, como fato novo e antidogmático, seria rejeitado. Afinal, como provar a existência do Espírito? O mesmo desafio enfrentou Madame Curie, ao provar a existência da radioatividade. Todavia, aos poucos, o fenômeno da materialização foi sendo demonstrado e comprovado através da teoria da relatividade de Einstein e da física quântica, desenvolvida por Heisenberg e Schroedinger, ao comprovar que a matéria pode converter-se em energia e essa em matéria – E = M.C2.

Assim, nessa ótica, pior cego é aquele que tem olhos e não vê ou não quer ver por comodismo ou por dogmatismo. A lógica e a ciência, a serviço do Espiritismo, chamaram a atenção da comunidade científica mundial. Renomados cientistas e pensadores abonaram as teses de Kardec, dentre eles, Léon Denis, Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, Arthur Conan Doyle, Victor Hugo, dentre outros.

Para explicar o Espiritismo, o jornalista, pesquisador e professor de sociologia da USP, Reginaldo Prandi, lançou em setembro de 2012 o livro Os Mortos e os Vivos, através da Editora Três Estrelas. O autor analisou criticamente o Espiritismo, sem ser espírita, declarando inclusive ser agnóstico. Em sua obra, perpassou por vários períodos históricos, a partir de fenômenos paranormais ocorridos em Hydesville, atual Arcádia, no Estado de Nova York, onde as Irmãs Margareth, Katherine e Leah Fox observaram vários fenômenos, aparentemente desconhecidos, em sua residência. Essas manifestações extra-normais foram posteriormente narradas por Conan Doyle em seu livro. Reginaldo Prandi aponta que: Segundo Kardec, a comunicação com os espíritos dos mortos ou desencarnados, não somente é possível, mas desejável.

É natural que o leigo, que não conhece as obras básicas do Espiritismo – O livro dos Espíritos, O livro dos médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O céu e o inferno e A gênese – confunda a doutrina com o misticismo. Quando o Espiritismo aportou ao Brasil deparou com uma cultura religiosa assimilada das religiões indígenas e africanas. O autor concluiu que há uma diferença cultural e intelectual significativa entre os espíritas e outras religiões. Na página 109, Prandi assinala, elevada escolaridade é a marca dos espíritas kardecistas. Eles pertencem a uma religião que valoriza a escola e o progresso intelectual, que às vezes se confunde com progresso espiritual. Ao mencionar estatísticas, levantou dados que confirmam a segura e extraordinária expansão da Doutrina entre pessoas de segmentos de elevado nível cultural e intelectual da sociedade, pessoas que se encontram dispostas ao estudo, reflexão e investigação dos fenômenos paranormais.

A imensa produção literário-científica é uma constante no Espiritismo. Francisco Candido Xavier – o Chico – editou mais de 450 obras psicografadas, todos  voltadas para o ensinamento dos preceitos ditados pelo Evangelho do Cristo. Divaldo Pereira Franco, já editou mais de 200 obras psicografadas. Atualmente, há uma imensa produção literária de inúmeros autores, que escrevem sobre temas filosóficos, religiosos e científicos. É importante ressaltar que os lucros editoriais dessas obras são destinados para benemerências mantidas por esses doutrinadores. A fraternidade é  lema da Doutrina – fora da caridade não há salvação. Isso porque na caridade exercitamos nossa compreensão a respeito do sofrimento do próximo e, dessa forma, tornamo-nos solidários com as pessoas. E, o amor é a energia universal que expressa a linguagem da comunicação e do entendimento entre os seres inteligentes que habitam o universo.

O Espiritismo não se preocupa com crescimento estatístico, mas com a consciência de cada ser humano. Conhecer-se a si mesmo já era uma prática apregoada por Sócrates e representa a culminância de uma atividade eminentemente integrativa no ambiente social em que vivemos, que pauta por discriminar e qualificar a pessoa pelo ter, sem valorizar o ser. Nessa linha, Kardec, na pergunta 631 de O livro dos Espíritos indagou ao Espírito da Verdade: Onde está a lei de Deus? A resposta foi pronta e imediata: Na consciência! Assim, para a Doutrina Espírita o que conta é o estado consciencial de cada um. No dizer de Leon Tolstoi[4], em seu livro O Reino de Deus está em vós, ele proclama: O único sentido da vida é servir a humanidade, colaborando para o estabelecimento do reino de Deus, o que não poderá ser feito se cada um dos homens não reconhecer e não professar a verdade. E, conclui: A vinda do reino de Deus não é observável. Não se poderá dizer: Ei-lo aqui! Ei-lo ali! pois eis que o reino de Deus está em vós (Lucas, 17: 20/21).  Afinal, no mundo da natureza física, que rege os fenômenos presentes em nosso ambiente material, cada qual colhe exatamente o produto da sua semeadura – é a lógica da ciência.

Reginaldo Prandi, na página 111 proclama que, … buscam nos espíritos, através dos médiuns, consolo, cura para as doenças, solução para todo tipo de problema, inspiração, especialmente o que mais nos atormenta – o significado da existência! Assim, o Espiritismo consolida sua doutrina entre as pessoas que resolvem estudar e aprofundar o questionamento das questões inexplicáveis pelas doutrinas dogmáticas, libertando seus adeptos de conceitos paradigmáticos, tornando-os conscientes de seus deveres e direitos, de acordo com a ordem que rege os fenômenos universais.

O espiritismo é um convite à reflexão, ao processo investigativo, ao pensamento analítico e científico onde a pessoa procura descobrir o Deus que se encontra presente na intimidade das pessoas e, dessa forma, cumprir os compromissos que assumimos no plano da Espiritualidade, por ocasião do nosso processo pré-encarnatório. Um procedimento que nos libertará das âncoras que nos mantêm estacionados no processo de crescimento espiritual, durante nossa breve jornada terrena. Por isso, Reginaldo Prandi na página 105 assinala: O comportamento esperado é fundado na razão.

Dessa forma, caberá a cada pessoa, individualmente, descobrir os caminhos que deverá trilhar, mediante a análise das alternativas que a Providência nos disponibilizou, devassando escuridões, procurando estradas seguras, iluminando os trilhos da existência para que possamos chegar ao nosso destino com segurança e a certeza de que fizemos o melhor para conseguir vencer essa etapa no curso da vida.  Finalmente, o importante é ter conhecimento que cada pessoa é livre para fazer suas escolhas, mas será prisioneiro das suas consequências. E, nessa jornada, pautada por acidentes de percurso, será importante assinalar que a ideia do salve-se quem souber é mais importante do que a do salve-se quem puder. Finalmente, aquele que fizer escolha mais acertada, de acordo com a Ordem Universal e em face da sua consciência, será mais feliz no curso da sua vida.


Bibliografia:

[1] EAGLEMAN, David, O Incógnito – As vidas Secretas do Cérebro, Rio de Janeiro, Editora Rocco, 2012.

2 TRISTÃO, Edson Gomes, A Dança das Energias – Uma abordagem da Energia Mental, Curitiba, Centro Espírita Luz da Caridade, 2011.

3 PRANDI, Reginaldo, Os Vivos e Os Mortos, São Paulo, Editora Três Estrelas, 2012.

4 TOLSTOI, Liev, O Reino de Deus está em vós, Rio de Janeiro, Editora Best Bolso, 2011.

KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, São Paulo, Gráfica e Editora Edigraf S.A., 1966.

(Fonte: Jornal Mundo Espírita)

E, ai! Já leu?! Qual sua opinião dentro da Doutrina Espírita?


 
apresentação
 
Fazendo ligação entre dados estatísticos e pesquisas divulgadas, traz levantamento a respeito do espiritismo e sua disseminação, na Europa e Brasil, entre os anos 2000 a 2010 contando, entre outras, uma história cheia de conflitos e polêmicas com personalidades interessantes como o Doca, hoje pouco lembrados pela historiografia do espiritismo, revelar um estudo acerca das cartas psicografadas por Chico Xavier, a fim de provar a autenticidade das mensagens, além de analisar a apometria, técnica encontrada em muitas casas espíritas brasileiras. Quinto volume da série Pesquisas brasileiras sobre o espiritismo.
 
autorJeferson Betarello (autor), Ademir Luiz Xavier Júnior (autor), Anna Lívia Gomes (autor), Jáder dos Reis Sampaio (organizador), Marco Antonio Figueiredo Milani Filho (organizador), Alexandre Fontes da Fonseca (organizador)
gêneroCursos e Estudos
assuntoEstudos e Pesquisas
idiomaPortuguês
mídiaLivro
editoraCCDPE
grupoEspírita
ISBN9788564907058
páginas136
tamanho14,00 x 21,00 cm

Atualidade do Espiritismo


Atualidade do Espiritismo


Martins Peralva

Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. (“0 Livro dos Espíritos”, capítulo II da parte III.)
Os Espíritos encarregados da Codificação doutrinária forneceram a Allan Kardec preciosas instruções sobre o tema “Vida Contemplativa”, instruções que o sábio lionês inseriu no livro básico do Espiritismo.
É certo que o homem tem, de modo mais ou menos geral, relativa inclinação para o misticismo, excluídas, evidentemente, as tradicionais exceções da regra.
E, essa tendência, ainda bem generalizada em nosso tempo e em todos os climas e latitudes, tem feito que muitas criaturas, de ambos os sexos, se consagrem a uma vida em excesso contemplativa, desperdiçando, assim, valiosa cota de tempo, o que equivale dizer: enterrando, lamentavelmente, os talentos que a Divina Bondade lhes confiara através da existência física.
Este despretensioso artigo tem o objetivo de acentuar a manifesta atualidade do ensino espírita em face do momentoso tema “adoração a Deus”, embora devamos ressaltar que essa atualidade também se observa no que diz respeito a outros ângulos do conhecimento humano.
O Espiritismo não é, nem poderia ser contra a adoração ao Criador do Universo, embora defina e conceitue essa adoração em termos bem diversos dos adotados por outras respeitáveis correntes religiosas.
Para a Doutrina dos Espíritos, a adoração consiste, em princípio, “na elevação do pensamento a Deus”.
Disseram, ainda, as Entidades Superiores, responsáveis pela Codificação, que “a adoração está na lei natural; pois resulta de um senti­mento inato no homem”.
Mas — reflitamos bem —, entre admitir, filosoficamente, como natural e justa, a adoração a Deus, e transformá-la em comportamento apático, formalista, convencional, do qual não participem a alma e o coração, e em virtude da qual se arrisque o homem ou a mulher a tornar-se inútil, à margem da dinâmica da vida, há, por certo, uma grande distância.
“A adoração verdadeira é do coração” —acentuaram os Espíritos, esclarecendo a Allan Kardec.
Adorar a Deus, em termos espíritas, significa amá-Lo com fervor e sinceridade; converter o próprio coração num santuário de compreensão e bondade; transformar a alma numa forja viva de ações práticas que resultem no bem e na felicidade do próximo.
A prática da caridade, que procede do mais profundo do ser, é o ato adorativo mais agradável a Deus.
Os Instrutores Espirituais, sem qualquer desapreço à adoração através da prece, costumam lembrar, com muita frequência, a “oração do trabalho” — isto é, o ato pelo qual o homem, pelo trabalho em favor do seu semelhante e que reverte, inevitavelmente, em seu próprio benefício, movimenta os seus recursos interiores, dinamizando a vida no sentido do esclarecimento e do progresso.
O que as Entidades Amigas desaconselham, sumariamente, sem o menor subterfúgio, é a vida simplesmente contemplativa.
Divergem elas dessa vida inoperante, extática, na qual foge a criatura humana das lutas redentoras, necessárias ao processo de despertamento e consolidação dos valores morais e espirituais.
Quando Allan Kardec perguntou se têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram à vida contemplativa, responderam eles, taxativa e claramente:
“Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que. o homem pense nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à Humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.”
É oportuno lembrar que a Doutrina Espírita tem mais de um século, eis que o seu primeiro livro, o básico, o filosófico, foi editado, precisa­mente, em 18 de Abril de 1857.
Essa questão, pois, de imprimir à religião um sentido dinâmico, uma feição operosa, não é nova para os Espíritas, os quais, de modo geral, aliam, às suas tarefas de interpretação evangélica ou doutrinária, serviços assistenciais que, na verdade, constituem legítimo ato de adoração a Deus pelo trabalho
As correntes religiosas que, na época presente, sentem o imperativo de participação nos problemas humanos, no que toca à solidariedade, simplesmente executam aquilo que a Codificação preconiza há mais de um século.
O que se procura fazer hoje, nos quadros religiosos alheios ao Espiritismo, com a finalidade de dinamizar igrejas e templos, constitui fato re­moto para a comunidade espírita-cristã.
É mensagem bem antiga, dos idos de 1857.
Os pioneiros da Doutrina no Brasil deram exemplo dessa fecunda atividade, onde o impositivo maior sempre foi o amor ao próximo, exemplificando, assim, a verdadeira adoração a Deus.
A medicação aos enfermos.
O passe magnético no recinto dos centros es­pintas ou nas visitas domiciliares.
As excursões a morros e favelas, conduzindo o pão e a roupa, o alívio e o reconforto, foram uma constante na vida dos que vanguardearam o movimento espírita na “Pátria do Evangelho”.
Asilos e orfanatos, hospitais e creches fala­ram ontem e falam hoje dessa compreensão que o Espiritismo transmitiu à mentalidade e à cons­ciência de seus adeptos, de que “Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra”.
A inclinação geral dos espiritistas, sempre sob o estímulo e a orientação dos Instrutores Espirituais, continua sendo no sentido de que a nossas instituições não sejam somente o templo que esclarece e consola, nos domínios da fé, mas também, escola, orfanato, hospital.
No livro “Missionários da Luz” (autor, André Luiz, médium Francisco Cândido Xavier, edição da FEB), Alexandre, respeitável Mensageiro Espiritual, informa que, no futuro da Humanidade, os templos materiais do Cristianismo estarão transformados em igrejas-escolas; igrejas-orfanatos, igrejas-hospitais, onde não somente o sacerdote da fé veicule a palavra de interpretação, mas onde a criança encontre arrimo e esclarecimento, o jovem a preparação necessária para as realizações dignas do caráter e do sentimento, o doente o remédio salutar, o ignorante a luz, o velho o amparo e a esperança. O Espiritismo evangélico é também o restaurador das antigas igrejas apostólicas, amorosas e trabalhadoras. Seus intérpretes fiéis serão auxiliares preciosos na transformação dos parlamentos teológicos em academias de espiritualidade, das catedrais de pedra em lares acolhedores de Jesus”.
A atualidade dos ensinos espíritas, no que concerne à adoração a Deus, assunto objeto deste artigo, é patente.
Não perderemos por esperar, a fim de verificarmos, inclusive no que toca a problemas científicos, que tudo quanto o Espiritismo pro­clamou no século XIX será comprovado e aceito no século XX por esta mesma Ciência que, ontem, preconceituosa e dogmática, tentava ironizar a Nova Revelação.
O Espiritismo não tem pressa em que lhe sejam reconhecidos os fundamentos, consciente, como está, de sua natureza divina.
Se a Doutrina Espírita teve opositores entre cientistas e religiosos, contou, por outro lado, com dezenas de homens ilustres, eminentes sábios que lhe estudaram as leis supranormais e proclamaram, alto e bom som, como exatos e verdadeiros, os seus princípios, através de pronunciamentos que marcaram época entre os legítimos valores culturais da velha Europa.
O Espiritismo continuará, pois, onde sempre esteve — altaneiro em sua humilde soberania.
Nós, os espiritistas, esperaremos que os homens de pensamento, penetrando nos vastos e imensuráveis oceanos da Codificação Kardequiana, se decidam, por eles próprios e pela evidência dos fatos, aceitarem-na, espontaneamente, numa atitude que os engrandeça e glorifique, ao invés de humilhá-los.
Aqueles que nunca duvidaram da Filosofia Espírita rejubilam-se, naturalmente, quando observam que, tal qual se verificou com relação ao Cristianismo, do qual “nem um til foi tirado ou nele posto”, também o Espiritismo, à medida que a Ciência avança e as Religiões evoluem, se afirma, no tempo e no espaço, por doutrina in­vulnerável em seus fundamentos e capaz de, sob o crivo da razão e da lógica, impor-se ao consenso universal.
É profundamente confortadora a observação de que, entre o Cristianismo de Jesus e o Espiritismo de Allan Kardec, seu Codificador, existe mais este admirável ponto de concordância: ambos desafiam o tempo e cumprem, junto ao espírito humano, sua redentora missão.

(Reformador de fevereiro de 1964)