sábado, 1 de abril de 2017

Revista Espírita - 7o. ano n.1 - janeiro 1864 - MÉDIUNS CURADORES

REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 1
JANEIRO 1864
 
MÉDIUNS CURADORES.
 
Um oficial de caçadores, Espírita de longa data, e um dos numerosos exemplos das reformas morais que o Espiritismo pode operar, nos transmite os detalhes seguintes:
"Caro mestre, aproveitamos nossas longas horas de inverno para nos entregar com ardor ao desenvolvimento de nossas faculdades medianímicas. A tríade do  Caçador, sempre unida, sempre vivente, se inspira de seus deveres, e ensaia novos esforços. Sem dúvida, desejais conhecer o objeto de nossos trabalhos, a fim de saber se o campo que cultivamos não é estéril. Disso podereis julgar pelos detalhes seguintes. Há alguns meses nossos trabalhos têm por objetivo o estudo dos fluidos; esse estudo desenvolveu em nós a mediunidade curadora; também, aplicamo-la agora com sucesso. Há alguns dias, uma simples emissão fluídica de cinco minutos com minha mão, bastou para tirar uma nevralgia violenta.
"Madame P... estava afetada, há vinte e oito anos, de uma hiperestesia aguda ou  sensibilidade exagerada da pele, enfermidade que a retinha em seu quarto há quinze anos. Ela mora numa pequena cidade vizinha, e, tendo ouvido falar de nosso grupo, veio procurar alívio junto a nós. Ao cabo de trinta e cinco dias, voltou completamente curada.
Durante esse tempo, recebeu cada dia um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.
"Dávamos, ao mesmo tempo, nossos cuidados a um epiléptico, atingido por essa terrível enfermidade há vinte e sete anos. As crises se renovavam quase cada noite, e cada vez sua mãe passava longas horas à sua cabeceira. Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e que estava feliz, essa mãe, acompanhando seu filho radicalmente curado! Nós revezávamos, todos os três, de oito dias em oito dias, para a emissão fluídica, colocávamos a mão, ora sobre a cavidade do estômago do enfermo, ora sobre a nuca, no início do pescoço. Cada dia o enfermo podia constatar uma melhora; nós mesmos, depois da evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós, e escapar-se de nossos dedos alongados e de nosso braço estendido para o corpo do sujeito que tratávamos.
"Dávamos nesse momento nossos cuidados a um segundo epiléptico; desta vez, a enfermidade seria talvez mais rebelde, uma vez que é hereditária. O pai deixou, aos seus quatro filhos, o germe dessa afecção; enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la em todos os quatro.
"Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e as de nossos irmãos de Paris. Esse socorro será para nós um encorajamento e um estímulo aos nossos esforços.
Depois, vossos bons Espíritos podem vir em nossa ajuda, tornar o tratamento mais salutar e abreviar-lhe a duração.
"Não aceitamos por toda recompensa, como bem o pensais, e ela deve ser suficiente, senão a satisfação de ter feito nosso dever e de ter obedecido ao impulso dos bons Espíritos. O verdadeiro amor ao próximo carrega consigo uma alegria sem mistura, e deixa em nós alguma coisa de luminosa, que encanta e que eleva a alma. Também procuramos, tanto quanto nossas imperfeições no-lo permitem, nos compenetrar dos deveres do verdadeiro Espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.
"O Sr. G... de L... deve nos conduzir seu cunhado, que um Espírito malfazejo subjuga há dois anos. Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa obsessão rebelde. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim for, não teríamos senão que nos humilhar diante de um tão grande favor, em lugar de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorar, para disso     testemunhar-lhe nosso reconhecimento e para não perder dons tão preciosos?"
 
Enviado por: "Joel Silva"

Casal celebra 30 anos de casamento em UTI: 'Vou com ele até o fim'


João Rodrigues e Maria Madalena reafirmaram votos durante cerimônia. Ele tem uma doença neurodegenerativa e está internado há dois anos.
 
Patrício Reis
Do G1 TO
 
Juntos há 30 anos, João Rodrigues Pereira, de 55 anos, e Maria Madalena, de 46, reafirmaram o casamento trocando alianças nesta terça-feira (24). Mas a história deles não venceu apenas o tempo, mas também tem ajudado Pereira a enfrentar uma doença neurodegenerativa: a esclerose lateral amiotrófica. A cerimônia, que emocionou parentes e toda a equipe médica, foi realizada na UTI de um hospital particular de Palmas, onde o marido está internado há quase dois anos.
Emocionada, a professora Maria Madalena lembra do início do casamento, quando tinha 16 anos. Ela diz que o relacionamento foi selado para a vida toda. "Ele é o grande amor da minha vida. Temos toda uma história de vida e vou com ele até o fim", conta.
No leito da UTI, eles comemoraram aniversários, ceias de Natal e agora reafirmaram o matrimônio.
"Eu não conhecia nada sobre a doença. No início, eu pensei que fosse exagero do médico quando falou que ia perder os movimentos, fala, respiração, só não perderia a capacidade de pensar. E tudo se concretizou, mas ele continua lúcido, o mesmo de sempre. Hoje, faço o possível para os dias dele serem melhores."
"As pessoas precisam entender que o amor não é só o carnal. Fico ao lado dele para dar alegria", disse a professora, afirmando que as relações atuais são muito passageiras e não têm força para enfrentar as adversidades.
Um outro desafio vencido pelo casal é a distância. Isso porque toda a família vive em Silvanópolis, a 108 quilômetros de Palmas, e se reveza para visitar o patriarca todos os dias. Mas a presença que ele mais aprecia, claro, é da esposa que não pode ficar mais de um dia sem visitá-lo.
"Outro dia tive que ficar quatro dias sem ir no hospital. Quando cheguei, ele me olhou igual aquela música do Paulo Ricardo: 'Olhar 43'. Aí a psicóloga falou para ele 'cuidado para não perder a mulher'. Aí ele abriu o sorrisão", contou.
O casal tem quatro filhos e dois netos, mas o hospital ficou lotado de parentes e funcionários que acompanharam a cerimônia, com direito a bolo e troca de alianças. Até o padre de Silvanópolis foi convidado e celebrou a renovação dos votos.
"A equipe do hospital sempre foi sensível e atenciosa desde quando ele foi internado. Conversamos com a psicóloga e a direção que permitiram fazer a cerimônia porque ele não pode sair, respira com ajuda de aparelhos. Todo mundo ficou emocionado, os médicos, enfermeiros, todos choraram."
A psicóloga da unidade, Jaqueline Silva Montenegro, disse que toda equipe do hospital se mobilizou para organizar a cerimônia. "Os médicos e enfermeiros colocaram terno e gravata nele, estavam todos ansiosos e foi um momento muito emocionante."
Jaqueline afirma que para os pacientes com esse tipo de doença, o contato com a família é fundamental. "O seu João é um morador da UTI e esse tipo de atitude ajuda a deixar o ambiente mais familiar. A família celebrou recentemente o Natal e o aniversário dele e nós permitimos a visita estendida porque eles são de outra cidade, mas sempre estão presentes. E isso é muito importante para qualidade de vida do paciente."
João Rodrigues descobriu a esclerose em 2012. Os médicos afirmaram à família, que a expectativa de vida para pacientes com a doença é de três a cinco anos. Por isso, a professora diz que cada dia ao lado do esposo é lucro. "Ele já ultrapassou esse limite. Cada dia é uma vitória, é lucro."
 
Notícia publicada no Portal G1, em 26 de janeiro de 2017.

Claudia Sampaio* comenta

O lar é o nosso principal laboratório experimental na busca de avanços morais e espirituais. Treinamos na família menor para o serviço à família maior chamada de Humanidade.
Allan Kardec em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" no capítulo 14, nos esclarece no item 8: "...os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação."
O certo é que os relacionamentos, em todas as esferas, desafiam o exercício da tolerância e da cooperação. Somos Espíritos em evolução tentando conquistar nossas forças morais.
As famílias terrenas são estabelecidas segundo todo um planejamento de vida que deve ser desenvolvido aqui na terra e obedece a justiça divina. Essa justiça irá atuar de acordo com a evolução de cada um. O objetivo, na formação de um grupo familiar, é o reajuste, visando o crescimento interior de todos, pois afastar-nos de pessoas fora de casa é fácil, difícil é exercitarmos a tolerância e o respeito com nossos familiares que estão perto de nós.
E o casamento é um dos instrumentos para a evolução humana. Meditemos com “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec (Capítulo 4 – Lei da Reprodução - Questão 695): “Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres?”. Resposta “É um progresso na marcha da humanidade.”
Casos como o de João Rodrigues e Maria Madalena visto na reportagem evidenciam o desejo do ser humano à felicidade. E prova que podemos escolher ser feliz. Devemos florescer onde estamos plantados, aí mesmo, no seio da nossa família, pois estamos onde precisamos estar. É essencial tratá-la com respeito, tendo Cristo como nosso referencial e modelo.
A Doutrina Espírita nos ensina a evidenciarmos a nossa formação e educação moral espírita-cristã. Dando bons exemplos de amor, trabalho, honestidade, paciência, alegria, fraternidade e caridade revelamos a nossa condição de homens de bem, principalmente nos momentos de provas difíceis, seguindo as condutas elevadas que Jesus praticava nesses momentos.
O Mestre falava, pregava, ensinava, contava parábolas com sabedoria e bondade, mas a sua força, no cumprimento da sua missão divina, estava nos bons exemplos de amor, fé, oração, humildade, caridade e perdão que dava aos seus discípulos e às pessoas que o cercavam, revolucionando a religião e a moral no mundo.
Assim devemos agir. Somos Espíritos milenares vivendo novos desafios na atual existência. E a felicidade está em nós, cabendo-nos a tarefa de conquistá-la através da melhor terapia que está justamente no amar e no servir, no envolver-se em trabalhos úteis e no serviço do bem, tanto no seio familiar quanto no universo da Humanidade.

Fontes de pesquisa:

 
* Claudia Sampaio é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

sexta-feira, 31 de março de 2017

Música Espírita: Amigo


Em 1999, em Barra do Piraí, surgiu o projeto Falando com Deus, um cd com músicas espíritas em versão pop visando arrecadar dinheiro para caridade e assistência (na época foram arrecadados mantimentos para famílias carentes e enxovais para mamães sem condições financeiras). Participaram do cd Eduardo (violão, teclados e sequencer), Uyara (voz) e Sônia Reis (voz). As músicas falam de temas espíritas e tentam passar a positividade que a doutrina possui calcada no tripé: religião, filosofia e ciência. O autor desta música é José Carlos Guimarães, e a dupla tinha esta linda e familiar melodia dos tempos de encontros na Mocidade Espírita de Barra do Piraí e da Comeerj. Desta gravação participaram Uyara cantando e Eduardo tocando. Que esta bela letra e melodia possam penetrar no coração dos homens de boa vontade e propagar a amizade pelos quatro cantos do mundo. Esta música foi gravada no Grave Studio (em Barra do Piraí).

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A sociedade vive de clichês. O Espiritismo nos liberta deles. Os clichês sociais encobrem a verdade sobre diversos relacionamentos e temas.

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O Espiritismo no pensamento e na ação
 
 

Minha Nada Mole Encarnação - Pressentimento


quinta-feira, 30 de março de 2017

Artigo: Viagens

Viagens

Divaldo Franco Professor, médium e conferencista
 
       Face às comodidades e tecnologia de alta qualidade, os veículos modernos facultam diminuir as distâncias físicas, ao tempo que oferecem oportunidades excelentes de conhecer-se outros países, seus hábitos e costumes, suas formas exóticas ou clássicas de viverem.
      Esportes inimagináveis e edificações para os divertimentos multiplicam-se com celeridade, ao tempo em que a necessidade de repouso e de lazer mais se acentua na cultura contemporânea, levando os indivíduos a viagens constantes. Simultaneamente, negócios de alto porte exigem a presença de funcionários qualificados em diferentes partes do planeta, assim como especializações e aprimoramentos de técnicas e de estudos avançados apresentam-se convidativos nos países mais desenvolvidos.
      Especialmente, a busca de gozos físicos e emocionais, festas retumbantes e exaustivas em navios luxuosos de turismo do prazer cruzam os mares, na medida que aviões, cada vez mais velozes e confortáveis, facilitam as incessantes transferências a lugares luxuosos e exuberantes.
    Não poucas vezes, porém, as viagens têm como objetivo encontrar-se paraísos onde a alegria seja permanente e os problemas desapareçam ao toque mágico do sexo conturbado, de bebidas especiais, de drogas de alta qualidade, a fim de vencer-se o cansaço, o tédio, os transtornos emocionais…
        O ser humano, na busca do gozo, é quase insaciável…
       Busca-se fugir dos problemas naturais da existência, tenta-se ignorá-los, postergando-se-lhes a solução, o que mais os complica.
       A finalidade do existir na Terra é desenvolver os valores que jazem internos, que exigem uma viagem corajosa e sem quartel: a de natureza interna.
     Os conflitos pessoais e as lutas exteriores fazem parte do programa de crescimento moral e da busca da saúde integral, da plenitude. Ninguém existe que não os experimente.
       Com sabedoria Jesus asseverou que o Seu reino, o da paz, não é deste mundo, ensinando que, na Terra, só mediante o esforço de uma viagem interior, tentando-se eliminar as anfractuosidades do caráter, é que se encontra o mais seguro e acertado empreendimento que nos cabe realizar.
       As modernas psicoterapias, de igual maneira, não solucionam as ansiedades nem os desafios pessoais, orientam o indivíduo ao esforço salutar de descobrir o sentido da vida, elegê-lo e lutar com empenho. Enquanto cada qual não se resolva por essa conquista, as viagens poderão multiplicar-se ao infinito, mas onde quer que se vá, leva-se o problema também.
     Dispomos, graças aos meios diversos ao nosso alcance, de tesouros valiosos para serem penetrados: leituras edificantes, realizações fraternas, solidariedade, ações de auto-iluminação, amor e comunhão com Deus.
         Viaje bem!
 Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16-1-2017.
Fonte: FEB

Artigo: Tragédias do cotidiano

Tragédias do cotidiano

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

     Prosseguem na sua faina interminável as tragédias do cotidiano, ceifando vidas de maneira perversa e descontrolada. No Mar Mediterrâneo continuam a ser abandonadas as vítimas dos países dilacerados pelas guerras cruéis, como recentemente mais de 1.500 foram resgatadas pela Itália, quando buscavam oportunidade nova de vida na Europa exausta e com excesso de população.
   Em toda parte avolumam-se os atos de violência e de desespero em que existências louçãs ou não experimentam o gume que lhes ceifam a oportunidade de desenvolvimento.
     E por mais se apresentem excruciantes, sempre surgem formas novas de extinção da vida, de maneira hedionda. Foi a ocorrência fatídica na Barra da Tijuca, conforme noticiou angustiada a Imprensa do país há poucos dias. Referimo-nos à família que foi destroçada, crê-se que pelo chefe do clã, cavalheiro honrado, desfrutando de respeitável posição socioeconômica, com esposa bela e filhos lindos. A senhora, possivelmente dormindo, foi assassinada a faca, e as duas crianças, seus filhos, foram atirados da janela do alto edifício com o próprio genitor. Apesar de acostumados com os dramas trágicos, essa calamidade surpreendeu, não apenas aos amigos, familiares e moradores do bairro, bem como toda a sociedade que lhe tomou conhecimento.
     Que estado de desespero ou de consciência alterada leva alguém a cometer tantos e tão hediondos crimes? Quais as razões, se é que existem razões para ações de tal porte, que induzem a criatura humana a matar de maneira quase inconcebível?
     Por mais que se encontrem fatores psicológicos, sociológicos, econômicos ou de outro porte, vale a pensar que “a criatura moderna perdeu o endereço de Deus” e, em consequência, perdeu o próprio também. A falta de fé na imortalidade reduz a vida na Terra a uma experiência sem sentido nem significado.
     Torna-se necessário que se volte a Deus e à fé religiosa, seja qual for, para evitar-se tragédias de tal magnitude.

Publicado no jornal A TARDE, de 8 de setembro de 2016.
Fonte: FEB

 

 

Artigo: Separações Afetivas

Separações Afetivas

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista
 
Aumenta, consideravelmente, em nossa cultura, a separação conjugal, a desunião matrimonial, a indiferença no relacionamento afetivo.
A solidão toma conta das criaturas tornando-as fantasmas atormentados.
Os sonhos de uma afetividade repleta de bênçãos, constituindo uma família harmônica, cedem lugar a verdadeiros combates domésticos, que culminam em separações lamentáveis.
As facilidades de relacionamentos sexuais descomprometidos, a ausência de pudor que predomina em quase todas as esferas sociais, tornaram o amor descartável, de breve duração e sem maturidade para suportar os desafios existenciais. É surpreendente a ocorrência, quando sucede em uniões aparentemente seguras e estáveis, com existência de longo prazo, apresentando-se como “falta de amor”, desaparecimento da empatia e do interesse afetivo na comunhão conjugal.
Dilaceram-se famílias, criam-se traumas de difícil solução em filhos imaturos que não compreendem os problemas dos pais, nem são devidamente informados, muitas vezes lançados pela imprevidência de um deles contra o outro. E passam a conviver com pessoas estranhas, que substituem provisoriamente aqueles que eram o sustentáculo da sua vida, o amor das primeiras horas, o anjo abençoado dos seus dias.
É certo que uma separação pacífica é muito melhor do que uma convivência litigiosa. A verdade, porém, é outra… As separações nascem, quase sempre, de falsa necessidade de novos parceiros, de prazeres fáceis e ligeiros, de fazer-se parte das redes sociais…
A decadência moral que se avoluma, assustadora, prognostica um futuro sem família, filhos órfãos de pais vivos, desinteressados, uma sociedade sem raízes afetivas, assinalada pelos transtornos afetivos e desajustes emocionais.
Um pouco mais de maturidade psicológica e de amor real poderiam modificar esse comportamento, quando as criaturas se dispam do egoísmo, do direito de posse sobre o outro, dando-lhe o direito de ser humano e agir como tal.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 03-11-2016
Fonte: FEB

Conferência 'Pelos caminhos de Paulo' , com HAROLDO DUTRA - 08/04/2017 - Juiz de Fora/MG

Pelos caminhos de Paulo
 
A conferência Pelos caminhos de Paulo tem como objetivo apresentar a trajetória do apóstolo, traçando um panorama geral da sua transformação íntima, do seu legado, das suas cartas e das comunidades do caminho.
 
Data: 08 de abril de 2017         -    Horário: das 9h30min às 18h
LOCAL:
CAPITÓLIO
Av. Deusdedit Salgado, 4.088, Bairro Teixeiras
Juiz de Fora – MG
 
INSCRIÇÃO:
 
Programação:
 
-    9h30min - Abertura 
 
  • 10h - Palestra 
    • De Saulo a Paulo – Wanderson Lacerda
  •  
  • 11h - Palestra 
    • As cartas de Paulo - Aíla Pinheiro

     
  • 12h - Intervalo
  •  
  • 14h - Palestra
    • Paulo e Estevão - Haroldo Dutra​ Dias
    - 15h30min - Intervalo
     
  • 15h45min - Palestra
    • Paulo de Tarso - a trajetória do apóstolo de Cristo - Aíla Pinheiro
  •  
  • 17h15min - Encerramento com Haroldo Dutra Dias e Aíla Pinheiro
  •  
  • 18h - Sessão de autógrafos
  •  
    INSCRIÇÃO:
     
     
     
    

    quarta-feira, 29 de março de 2017

    Revista Espírita - Dezembro 1863 - Sobre a alimentação do homem.

    REVISTA ESPIRITA
    JORNAL
    DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
    DEZEMBRO 1863

    Sobre a alimentação do homem.

    (Sociedade de Paris, 4 de julho de 1862.  Médium, Sr. A. Didier.)
    O sacrifício da carne foi severamente condenado pelos grandes filósofos da antigüidade. O Espírito elevado se revolta à idéia do sangue, e sobretudo à idéia de que o sangue é agradável à Divindade. E notai bem que não é aqui, de nenhum modo, a questão dos sacrifícios humanos, mas unicamente dos animais oferecidos em holocausto. Quando o Cristo veio anunciar a Boa Nova, não ordenou o sacrifício do sangue: ocupou-se unicamente do Espírito. Os grandes sábios da antigüidade tinham igualmente horror dessas espécies de sacrifícios, e eles mesmos não se alimentavam senão de frutas e de raízes. Sobre a Terra, os encarnados têm uma missão a cumprir; têm o Espírito que é necessário nutrir com o Espírito, o corpo com a matéria; mas a natureza da matéria influi, se o concebe facilmente, sobre a espessura do corpo, e, por conseguinte, sobre a manifestação do Espírito. Os temperamentos naturalmente bastante fortes para viverem como os anacoretas fazem bem, porque o esquecimento da carne conduz mais facilmente à meditação e à prece. Mas para viver assim, seria preciso geralmente uma natureza mais espiritualizada do que a vossa, o que é impossível com as condições terrestres; e como, antes de tudo, a natureza jamais faz algo de insensato, é impossível, para o homem, submeter-se impunemente a essas privações. Pode-se ser bom cristão e bom Espírita e comer à sua maneira, contanto que seja um homem razoável. É uma questão um pouco leviana para nossos estudos, mas que não é menos útil e aproveitável.
    LAMENNAIS.


    Enviado por: "Joel Silva"

    O Que Você Busca e Por Que Não Encontra? Haroldo Dutra Dias


    Revista Espírita - Dezembro 1863 - O dever

    REVISTA ESPIRITA
    JORNAL
    DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
    DEZEMBRO 1863
    O dever.
    (Sociedade Espírita de Paris, 20 de novembro de 1863. Médium, Sr. Costel.)
    O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo primeiro, e dos outros em seguida; o dever é a lei da vida, e se encontra nos mais ínfimos detalhes, tanto quanto nos atos elevados. Não vou falar aqui senão do dever moral, e não daquele que as profissões impõem.
    Na ordem dos sentimentos, o dever é o mais difícil de cumprir, porque ele se encontra em antagonismo com as seduções do instinto e do coração; suas vitórias não têm testemunhas, e suas faltas não têm repressão. O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre arbítrio; o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior, o adverte e o sustenta; mas, freqüentemente, permanece impotente diante dos sofismas e da paixão. O dever do coração, fielmente observado, eleva o homem; mas esse dever, como precisa-lo? Onde começa? Onde se detém? Começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou o repouso de vosso próximo; termina no limite que não quereríeis fosse ultrapassado com relação a vós mesmos.
    Deus criou todos os homens iguais para a dor; pequenos ou grandes, ignorantes ou esclarecidos, sofrem pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue judiciosamente o mal que pode fazer. O mesmo critério não existe para o bem, infinitamente mais variado em suas expressões. A igualdade diante da dor é uma sublime previdência de Deus, que quer que seus filhos, instruídos pela experiência comum não cometam o mal argumentando com a ignorância de seus efeitos.
    O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que afronta às angústias da luta; é austero e simples; pronto a dobrar-se as diversas complicações, e permanece inflexível diante de suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais que as criaturas, a as criaturas mais do que a si mesmo; é, ao mesmo tempo, juiz e escravo em sua própria causa. O dever é o mais belo laurel da razão', depende dela, como o filho depende de sua mãe. O homem deve amar o dever, não porque o preserva dos males da vida aos quais a Humanidade não pode se subtrair, mas porque dá, à alma, o vigor necessário ao seu desenvolvimento. O homem não pode afastar o cálice de suas provas; o dever é penoso em seus sacrifícios; o mal é amargo em seus resultados; mas essas dores, quase iguais, têm conclusões muito diferentes: uma é salutar como os venenos que restituem a saúde, a outra é nociva como os festins que arruinam o corpo. O dever cresce e irradia sob uma forma mais elevada em cada uma das etapas superiores da Humanidade. A obrigação moral não cessa jamais da criatura para com Deus; ela deve refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, porque quer que a beleza de sua obra resplandeça diante dele.
    LÁZARO.

     Enviado por: "Joel Silva" 

    As escolhas da Vida - Haroldo Dutra Dias


    Minha Nada Mole Encarnação - Por que Galera do Bem?


    terça-feira, 28 de março de 2017

    Libertação - Programa 003

    OUÇA AQUI

    Memórias De Um Suicida - Programa 003

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    PEDAGOGIA ESPÍRITA NA EDUCAÇÃO - PEE - Programa 003 - Selma, Kátia E Selma

    OUÇA AQUI:

    Parábolas E Ensinos De Jesus - Programa 003

    OUÇA AQUI:

    O Problema Do Ser E Do Destino - Programa 003

    OUÇA AQUI:

    Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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    EESE – Cap. XVIII – Itens 10 a 12
    Tema: Muito se pedirá àquele que multo recebeu
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    A - Texto de Apoio:

     

    Muito se pedirá àquele que multo recebeu

     

    10. O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será rudemente castigado. - Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 47 e 48.)

     

    11. Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos. - Alguns fariseus que estavam, com ele, ouvindo essas palavras, lhe perguntaram: Também nós, então, somos cegos? - Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecados; mas, agora, dizeis que vedes e é por isso que em vós permanece o vosso pecado. (S. JOÃO, cap. IX, vv. 39 a 41.)

     

    12. Principalmente ao ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho, que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.

     

    O ensino dos Espíritos, reproduzindo essas máximas sob diferentes formas, desenvolvendo-as e comentando-as, para pô-las ao alcance de todos, tem isto de particular: não é circunscrito: todos, letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não, o podem receber, pois que os Espíritos se comunicam por toda parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outrem, pode pretextar ignorância; não se pode desculpar nem com a falta de instrução, nem com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para melhorar-se, que as admira como coisas interessantes c curiosas, sem que lhe toquem o coração, que não se torna nem menos vão, nem menos orgulhoso, nem menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo, mais culpado é, porque mais meios tem de conhecer a verdade.

     

    Os médiuns que obtêm boas comunicações ainda mais censuráveis são, se persistem no mal, porque muitas vezes escrevem sua própria condenação e porque, se não os cegasse o orgulho, reconheceriam que a eles é que se dirigem os Espíritos. Mas, em vez de tomarem para si as lições que escrevem, ou que leem escritas por outros, têm por única preocupação aplicá-las aos demais, confirmando assim estas palavras de Jesus: "Vedes um argueiro no olho do vosso próximo e não vedes a trave que está no vosso." (Cap. X, nº 9.)

     

    Por esta sentença: "Se fôsseis cegos, não teríeis pecados", quis Jesus significar que a culpabilidade está na razão das luzes que a criatura possua. Ora, os fariseus, que tinham a pretensão de ser, e eram, com efeito, os mais esclarecidos da sua nação, mais culposos se mostravam aos olhos de Deus, do que o povo ignorante. O mesmo se dá hoje.

     

    Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem aproveitado, muito será dado.

    O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito.

    O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que faculta, multiplicará também o número dos escolhidos.

     

    B - Questões para estudo e diálogo virtual:

     

    1 - O que significa a expressão de Jesus: "Muito se pedirá àquele que muito recebeu"?

    2 - O conhecimento espírita propicia mais responsabilidade?

    3 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

    segunda-feira, 27 de março de 2017

    Revista Espírita - dezembro 1863 - A guerra surda.

    REVISTA ESPIRITA
    JORNAL
    DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
    DEZEMBRO 1863

    INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS.

    A guerra surda.

    Uma das manobras previstas na comunicação acima vem, ao que se nos ensina, de se realizar. Escrevem-nos que uma jovem, que fora conduzida uma única vez a uma reunião, deixou sua família, sem motivo, e se retirou na casa de uma pessoa estranha, de onde foi conduzida a um hospício de alienados, como atacada de loucura espírita, com desconhecimento de seus pais, que disso não foram informados senão depois da coisa feita. Ao cabo de vinte dias, estes tendo obtido autorização de ir vê-la, lhe censuraram de tê-los deixado; então ela confessou que se lhe haviam prometido dinheiro para simular a loucura. Até este momento, as providências para fazê-la sair foram infrutíferas.
    Se for assim que se recrutam os loucos espíritas, o meio é mais perigoso para aqueles que o empregam do que para o Espiritismo. Quando se está reduzido a semelhantes expedientes para defender sua própria causa, esta é a prova mais evidente de que se está esgotado de boas razões. Diremos, pois, aos Espíritas: Quando virdes semelhantes coisas, alegrai-vos em lugar de vos inquietar com isso, porque elas são o sinal de um triunfo próximo. Uma outra circunstância, aliás, deve ser para vós um motivo de encorajamento, é que a vossa fileiras aumentam, não só em número, mas também em força moral; já vedes mais de um homem de talento tomar resolutamente a defesa do Espiritismo, e levantar com mão vigorosa a luva lançada por nossos adversários. Escritos de uma irresistível lógica lhes mostram cada dia que todos os Espíritas não são loucos. Nossos leitores conhecem a excelente reputação dos sermões do Rev. Pé. Letierce por um Espírita de Metz. Eis agora a não menos interessante dos Espíritas de Villenave de Rions(Gironde), sobre os sermões do Pé. Nicomède. Vérité de Lyon é conhecida por seus profundos artigos; o número de 22 de novembro merece sobretudo uma séria atenção. A Ruche de Bordeaux se enriquece de novos colaboradores tão capazes quanto zelosos. Enfim, se os agressores são numerosos, os defensores não o são menos. Assim, pois, Espíritas, coragem, confiança e perseverança, porque tudo vai bem segundo o que está previsto.
    A comunicação seguinte desenvolve uma das fases da séria questão de que acabamos de tratar, e não pode deixar de premunir os Espíritas sobre as dificuldades que vão se acumular neste período.
    Os conflitos.
    (Reunião particular. 25 de fevereiro de 1863.  Médium, Sr. d'Ambel.)
    Há no momento atual uma recrudescência de obsessão, resultado da luta que devem, inevitavelmente, sustentar as idéias novas contra seus adversários encarnados e desencarnados. A obsessão, habilmente explorada pelos inimigos do Espiritismo, é uma das provas mais perigosas que se terá que suportar antes de se assentar de maneira estável no espírito das populações, também deve ela ser combatida por todos os meios possíveis, e sobretudo pela prudência e energia de vossos guias espirituais e terrestres.
    De todas as partes surgem médiuns com pretensas missões, chamados, dizem, a tomar nas mãos a bandeira do Espiritismo e a plantá-la sobre as ruínas do velho mundo, como se viéssemos destruir, nós que não viemos senão para edificar. Não há individualidade, tão medíocre seja ela, que não haja encontrado, como Macbeth, um Espírito para lhes dizer: "Tu também serás rei." E que não se creia designado a um apostolado todo particular; há poucas reuniões íntimas, e mesmo de grupos de família que não hajam contado, entre seus médiuns, ou seus simples crentes, uma alma bastante enfatuada de si mesma para se crer indispensável ao sucesso da grande causa, muito presunçosa para se contentar com modesto papel de obreiro trazendo sua pedra ao edifício. Ai! meus amigos, quantas pessoas de zelo excessivo e inútil!
    Quase todos os novos médiuns estão submetidos, em seu início, a essa tentação perigosa; alguns a resistem, mas muitos nela sucumbem, ao menos por um tempo, até que os fracassos sucessivos venham desengana-los. Por que Deus permite uma prova tão difícil, senão para provar que o bem e o progresso não se estabelecem jamais sem trabalho e sem combate, para dar o triunfo da verdade mais brilhante pelas dificuldades da luta? E que querem certos Espíritos da erraticidade fomentando, entre as mediocridades da encarnação essa exaltação do amor-próprio e do orgulho, senão entravar o progresso? Sem o querer, somos instrumentos da prova que colocará em evidência os bons e os maus servidores de Deus. A este, tal Espírito promete o segredo da transmutação dos metais, como a um médium de R...; àquele, como ao Sr..... um Espírito revela pretensos acontecimentos que vão se cumprir, e fixa as épocas, precisa as datas, nomeia os autores que devem concorrer ao drama anunciado; a tal outro, um Espírito mistificador ensina a incubação dos diamantes; a outros são indicadas os tesouros ocultos, a glória, as honras, etc.; em uma palavra, todas as ambições e todas as cobiças dos homens são exploradas jeitosamente pelos Espíritos perversos. É porque de todos os lados vedes esses pobres obsidiados se prestarem a subir ao Capitólio com uma gravidade e uma importância que entristece o observador imparcial. Qual é o resultado de todas essas promessas falaciosas? As decepções, os dissabores, o ridículo, por vezes a ruína, justa punição do orgulho presunçoso que se crê chamado a fazer melhor que todo o mundo, desdenhando os conselhos e desprezando os verdadeiros princípios do Espiritismo.
    Tanto a modéstia é o apanágio dos médiuns escolhidos pelos bons Espíritos, tanto o orgulho, o amor-próprio e, dizemos, a mediocridade são os lados distintivos dos médiuns inspirados pelos Espíritos inferiores; tanto os primeiros dão pouco valor às comunicações que recebem quanto estes se afastam da verdade, tanto os segundos mantêm contra todos a superioridade do que lhes é ditado, fosse isso mesmo absurdo. Disso resulta que, segundo as palavras pronunciadas na Sociedade de Paris, pelo seu presidente espiritual, São Luís, uma verdadeira Torre de Babelestá em vias de se edificar entre vós. De resto, seria necessário ser cego ou enganado para não reconhecer senão à cruzada dirigida contra o Espiritismo pelos adversários natos de toda doutrina progressiva e emancipadora, juntando-se uma cruzada espiritual, dirigida por todos os Espíritos pseudo-sábios, falsos grandes homens, falsos religiosos e falsos irmãos da erraticidade, fazendo causa comum com os inimigos terrestres por meio dessa multidão de médiuns fanatizados por eles, e aos quais ditam tantas elucubrações mentirosas. Mas vede o que resta de todos esses amontoados elevados pela ambição, o amor-próprio ou o ciúme; quantos deles não tendes visto desabar e quantos deles vereis desabar ainda! Eu vo-lo digo, todo edifício que não está assentado sobre a única base sólida: a verdade, cairá, porque só a verdade pode desafiar o tempo e triunfar de todas as utopias. Espíritas sinceros, não vos assusteis, pois, desse caos momentâneo; não está longe o tempo em que a verdade, desembaraçada dos véus com os quais se quer cobri-la, deles sairá mais radiosa do que nunca, e onde a sua claridade, inundando o mundo, fará reentrar na sombra seus obscuros detratores um instante postos em evidência por sua própria confusão.
    Assim, pois, meus amigos, tendes a vos defender não só dos ataques e das calúnias de vossos adversários vivos, mas também contra as manobras mais perigosas ainda de vossos adversários da erraticidade. Fortalecei-vos, pois, por santos estudos e sobretudo pela prática do amor e da caridade, e retemperai-vos na prece. Deus ilumina sempre aqueles que se consagram à propagação da verdade, quando são de boa fé e desprovidos de toda ambição pessoal.
    De resto, Espíritas, que vos importam os médiuns que não são, antes de tudo, senão os instrumentos! O que vos é necessário considerar é o valor e a importância dos ensinos que vos são dados; é a pureza da moral que vos é ensinada; é a limpidez, a precisão das verdades que vos são reveladas; é, enfim, de ver se as instruções que se vos dão respondem às legítimas aspirações das almas de elite, e se elas estão conformes às leis gerais e imutáveis da lógica e da harmonia universal.
    Enviado por: "Joel Silva"

    Seminário com Haroldo Dutra Dias - Nova Iguaçu/RJ.

    Será realizado no dia 23 de abril de 2017, de 9h às 12h no Hotel Mercure em Nova Iguaçu, o Seminário com Haroldo Dutra Dias.
    O evento é promovido pelo 9º e 10º Conselho Espírita da Unificação (CEU) do Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro (CEERJ). Haroldo é Juiz de Direito, escritor, tradutor e conferencista.
    O Hotel Mercure fica na Avenida Doutor Mario Guimarães, 520 – Nova Iguaçu/RJ. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (21) 3257-8500.

    1º Encontro de Educação Espírita - São João da Boa Vista/SP


    De 21 a 23 de abril de 2017 acontecerá na Escola de Comércio e no Teatro Municipal de São João da Boa Vista/SP o 1º Encontro de Educação Espírita.

    Na programação do evento, participações especiais do Fraternidade Sem Fronteiras, Companhia Amigos da Luz, Teatro Pensamento e Vida e dos palestrantes Allan Vilches, Manolo Quesada, Marcus de Mario, José Antônio da Cruz e Vinicius Lara.

    O endereço da Escola de Comércio é Rua Riachuelo, 444 – São Lázaro. Já o Teatro Municipal fica na Rua Marechal Deodoro, 407 – Centro. Mais informações podem ser obtidas em /use_sjbv.gitlab.io/encontro_educacao_espirita

    1ª Conferência Estadual Espírita do Rio Grande do Norte - Tema central: “Espiritismo: 160 Anos Esclarecendo e Consolando”

    De 21 a 23 de abril de 2017 acontecerá no eSuites Vila do Mar a 1ª Conferência Estadual Espírita do Rio Grande do Norte.
    O tema central é “Espiritismo: 160 Anos Esclarecendo e Consolando”.  Na programação, palestras de Alberto Almeida, Haroldo Dutra Dias, Sandra Borba, André Siqueira, Rossandro Klinjey, Alírio de Cerqueira e Afro Stefaninni.
    O eSuites Vila do Mar fica na Via Costeira, 4233 – Parque das Dunas, Natal/RN. Mais informações podem ser obtidas em www.fern.org.br ou pelo telefone (084) 3211-8518

    Mulher escolhe adotar bebê com microcefalia vítima de maus-tratos

    Depoimento a (...)CLÁUDIA COLLUCCI
    ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE
     
    RESUMO Para muitos, ter um bebê com microcefalia é fatalidade. Para Valéria Gomes Ribeiro, 46, de Paulista, a 15 km do Recife (PE), foi uma escolha, um "presente de Deus". Mãe adotiva de um rapaz de 19 anos, que tem deficiência mental, ela conseguiu a guarda provisória de João, de um ano e meio, que foi retirado da mãe biológica pelo Conselho Tutelar por maus-tratos. Ela acorda às 3h para levá-lo de ônibus a uma maratona de terapias e consultas. "Meu sonho é vê-lo andar, falar, me chamar de mamãe ou mainha."
    Conheci João logo depois que ele nasceu, em 20 de agosto de 2015. Fui visitar a mãe biológica dele, que já tinha outros dez filhos antes de ter ele e a irmã gêmea.
    Sabia que o João tinha algum problema, mas não sabia que era microcefalia. Como sou mãe de um rapaz de 19 anos, deficiente mental, expliquei para a mãe os cuidados que ela deveria ter com uma criança especial.
    A partir daí, ela começou a mandar o João todos os dias para a minha casa. Ele vinha no colo das irmãs de oito e de nove anos. Chegava cedo, todo sujo, com os olhinhos remelentos e cheio de xixi. Tinha espasmos e chorava muito, sem parar. A mãe dizia que era susto, que ele não deixava ninguém dormir.
    Comigo, ele ficava mais calmo. Parecia sentir o carinho e a atenção que não tinha em casa, onde era cuidado por crianças, jogado de um para outro. Ninguém tinha paciência para cuidar dele. Eu dava banho e comida e, à tarde, as crianças voltavam para buscá-lo.
    Um dia tive que correr com ele para uma UPA porque teve uma crise convulsiva. Foi lá que descobri que ele tinha microcefalia. A mãe contou que teve zika na gravidez. Mas ela não entendia a gravidade do problema.
    Com o diagnóstico, ajudei a mãe a ir atrás do benefício social [R$ 880] que João tem direito. Depois que ela conseguiu o benefício, acho que ficou com medo de perder a guarda do filho e deixou de mandá-lo para a minha casa.
    O Conselho Tutelar estava de olho nela porque uma das filhas tinha engravidado com 11 anos, abortado e ido sozinha para o hospital. As outras crianças menores são cuidadas pela vizinhança. Um dá um prato de comida, outro, um banho.
    Da irmã gêmea do João, que aparentemente não tem microcefalia, quem cuida é uma senhora ali da esquina. A mãe gosta de filho assim: que os outros cuidem de dia e mandem para ela alimentado e com banho tomado.
    Numa das visitas, o Conselho Tutelar flagrou que o João estava sendo vítima de maus-tratos. Ele ia ser recolhido para o abrigo, quando uma senhora que me ajudava com doações me avisou. Eu consegui a guarda provisória dele em junho. Agora estou na luta para conseguir a definitiva. Não imagino mais minha vida sem o João.
    Acordo às 3h e pego o primeiro ônibus às 4h20. Só volto pra casa às 20h. As consultas e terapias ficam em lugares diferentes do Recife. Pego uns oito, dez ônibus por dia.
    Não posso chegar atrasada, senão já dão falta. Se ele tiver duas faltas, é cortado das instituições do SUS.
    Os ônibus estão sempre lotados, as pessoas têm preconceitos, não são solidárias. Olham para ele como se fosse um bicho. Tenho que fingir de surda e muda para não criar confusão. São crianças que não pediram para vir ao mundo da forma que vieram. Elas têm que ter o amor e o carinho de nós que somos mães.
    Sou mãe, me sinto mãe do João, quero proteger, cuidar, quero amar mais do que ele já é amado. Minha mãe é avó dele, minhas irmãs, as tias. Todos me ajudam como podem. Só de medicamentos, fraldas, leite especial e produtos de higiene gasto R$ 800 a R$ 1.000. O benefício dele ainda está com a mãe biológica, que não ajuda em nada.
    Crio o João com a ajuda de pessoas solidárias, não tenho amparo do governo.

    TEMPO INTEGRAL

    Tinha um comércio em casa e tive que fechar para poder cuidar dele. A gente para a vida porque não tem tempo de mais nada, nem de cuidar da gente mesmo. Não dá tempo de ir a um clínico, fazer uma prevenção.
    Mas vale a pena. O João já consegue movimentar os bracinhos, que antes eram totalmente rígidos. Ele me acompanha com o olhar, sorri, enxerga, escuta. Em casa, montei um canto para trabalhar a terapia com ele, faço o que aprendo com as fisioterapeutas para ele não esquecer.
    Meu sonho é ver o João andar, falar, me chamar de mãe ou de mainha. Acredito que a gente vai conseguir.
    O João chegou para mim num momento muito difícil. Por causa da obesidade, estava muito triste, achava que a vida estava acabando. No casamento tinha muita briga, muita desunião. Ele chegou e renovou tudo, trouxe mais amor, mais união. Já fiz um voto com Deus que, se eu ganhar a guarda definitiva dele, vou parar de fumar, emagrecer. Se eu não cuidar de mim, como vou cuidar dele?
    Depoimento publicado no Jornal Folha de S.Paulo, em 30 de janeiro de 2017.

    Marcia Leal Jek* comenta

    Lendo essa matéria compreendemos o quanto deve estar sendo difícil para Valéria vivenciar esta situação. A busca do entendimento da Microcefalia é de suma importância para que possa inclusive buscar as formas mais adequadas de ajuda ao seu filho adotivo.
    Joanna de Ângelis, Espírito, nos diz, em seu livro “Constelação Familiar”, psicografado por Divaldo Franco: “Quando, por acaso, na constelação familiar exista algum exemplo de expiação, deve-se torná-lo preciosa lição de vida, não apenas para o padecente, mas para todos os membros, que se deverão unir, a fim de atenuar os sofrimentos daquele que se encontra necessitado de ajuda. Essa providência desenvolve em todos a coragem e o respeito à vida, eliminando temores e diluindo ilusões em torno da matéria, principalmente quanto à sua fragilidade”.
    Valéria comenta que o João chegou na vida dela numa fase bem difícil que estava passando. Sabemos que Deus não nos dá nenhuma prova que não possamos suportá-la. A chegada de João fez com que ela tivesse fé e confiança, e fazer o bem a outrem retorna para nós em forma de bênçãos e alívio às nossas dores.
    Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Cap. XIV, item 9, no quinto parágrafo, Santo Agostinho afirma: "Ó, espíritas! Compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; (...) tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes."
    Somos instruídos pelos Espíritos Superiores que nossos filhos são Espíritos reencarnados que possuem provas a serem vivenciadas e com um plano reencarnatório necessário à evolução, como cada um de nós que aqui neste planeta no momento habita.
    A prova de existência que João atravessa também é uma prova para Valéria, que não está tutelando este espírito por acaso.
    A Adoção é um ato de amor não apenas das pessoas que adotam, mas também para os próprios adotados, que aceitam as famílias que os acolhem, pois sabemos que mesmo antes de estarmos encarnados temos planos a cumprir nesta nossa nova jornada.
    Em "O Evangelho segundo o Espiritismo", capítulo XIV, encontramos: “Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família, e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue.”
    Portanto, encontramos duas espécies de famílias: as que se encontram neste planeta por laços espirituais e as que se encontram por laços consanguíneos – “As primeiras duradouras, fortificam-se pela purificação da alma. As segundas, frágeis como a própria matéria, extingue-se com o tempo e quase sempre se dissolvem moralmente desde a vida atual.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV.)
    Precisamos amar a todos, sentir que Deus é nosso pai e todos nós somos irmãos.
     
    * Marcia Leal Jek é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

    Arara da felicidade... a fé


    domingo, 26 de março de 2017

    Mural reflexivo: Cadeias da alma



    Cadeias da alma

     

          Você se considera uma pessoa livre?

          Mas, afinal de contas, o que é ter liberdade?

          Se pensamos que somos livres só pelo fato de não estar atrás das grades, podemos até nos dizer livres.

          Mas, será que realmente somos?

          Se você diz ter liberdade plena, mas se irrita quando os outros querem; se veste conforme os modistas determinam; sente ódio quando as circunstâncias pedem; usa a marca que a sociedade estabelece como sendo a melhor, e se submete a outras tantas cadeias psicológicas, você pode até dizer-se livre, mas é um encarcerado da alma.

          O homem verdadeiramente livre é senhor de si, dos seus atos, da sua vontade.

          Quem é livre não se submete aos vícios, nem às convenções sociais descabidas, nem cai em armadilhas preparadas para os descuidados.

          A verdadeira liberdade é a liberdade da alma.

          Gandhi, o homem que soube lutar pela paz, apesar de ficar detido atrás das grades muitas vezes, era um homem livre, pois ninguém conseguia aprisionar-lhe a alma.

          Paulo, o Apóstolo, mesmo jogado numa cela fétida e úmida, manteve-se sereno e senhor da sua liberdade moral.

          Os homens podiam impedir que ele andasse livremente, mas jamais conseguiram deter sua liberdade de pensar e sentir.

          Quando um homem é livre, não se importa com o que pensam dele nem com o que falam a seu respeito, mas sim do que fala sua própria consciência.

          Os pais e mães modernos nem sempre estão dispostos a educar os filhos para que sejam livres pois estabelecem, desde a infância, uma série de situações que tendem a fazer com que pensem pela cabeça dos outros.

          Não os deixam ter as experiências de que necessitam para ser livres e por isso os fazem seus dependentes.

          Dependem da mãe para escolher a roupa e o calçado que irão usar, para arrumar sua cama, para pôr ordem em seus brinquedos e, às vezes, até para fazer as lições da escola.

          Sim, há pais que fazem pelos filhos as tarefas que os professores lhes solicitam.

          Pensando em ajudar, negam ao filho a oportunidade de se fazer verdadeiramente livre.

          Outros pais fazem dos filhos cópias perfeitas dos seus ídolos da TV. Compram roupas, bolsas, calçados e outros adereços dos personagens que a mídia produz, como se fossem modelos saudáveis a serem seguidos.

          Não se dão conta, esses pais, que estão criando um condicionamento negativo, impedindo que as crianças desenvolvam o senso crítico.

          Importante que pensemos com seriedade a esse respeito, buscando a nossa liberdade moral e ajudando os filhos a conquistar sua própria libertação.

          Libertação física pela limitação dos apetites, não se deixando governar pelos instintos.

          Libertação intelectual pela conquista da verdade, mantendo a mente sempre aberta.

          E libertação moral pela procura da virtude.

          Somente quando soubermos governar a nós mesmos com sabedoria é que poderemos nos dizer verdadeiramente livres.

          *   *   *

          O limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada pessoa, que gera para si mesma o cárcere de sombra e dor, ou as asas de luz para a perene harmonia.

           

         Redação do Momento Espírita.

    Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.