sábado, 23 de abril de 2016

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE061 – Cap. XIV – Itens 1 a 4
Tema:   Piedade filial
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A - Texto de Apoio:
1. Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe. (S. MARCOS, capítulo X, v. 19; S. LUCAS, cap. XVIII, v. 20; S. MATEUS, cap. XIX, vv. 18 e 19.)
2. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. (Decálogo: "Êxodo", cap. XX, v. 12.)
Piedade filial
3. O mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe" é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em gera!. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.
Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.
Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má-vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles o peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava? Contou porventura suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que deram para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus.
Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros.
Alguns pais, é certo, descuram de seus deveres e não são para os filhos o que deviam ser; mas, a Deus é que compete puni-los e não a seus filhos. Não compete a estes censurá-los, porque talvez hajam merecido que aqueles fossem quais se mostram. Se a lei da caridade manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, se não diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações, em se tratando de filhos para com os pais! Devem, pois, os filhos tomar corno regra de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus concernentes ao próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que talvez não passe de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão.
4. Deus disse: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará." Por que promete ele como recompensa a vida na Terra e não a vida celeste? A explicação se encontra nestas palavras: "que Deus vos dará" , as quais, suprimidas na moderna fórmula do Decálogo, lhe alteram o sentido. Para compreendermos aqueles dizeres, temos de nos reportar à situação e às ideias dos hebreus naquela época. Eles ainda nada sabiam da vida futura, não lhes indo a visão além da vida corpórea. Tinham, pois, de ser impressionados mais pelo que viam, do que pelo que não viam. Fala-lhes Deus então numa linguagem que lhes estava mais ao alcance e, como se se dirigisse a crianças, põe-lhes em perspectiva o que os pode satisfazer. Achavam-se eles ainda no deserto; a terra que Deus lhes dará e a Terra da Promissão, objetivo das suas aspirações. Nada mais desejavam do que isso; Deus lhes diz que viverão nela longo tempo, isto é, que a possuirão por longo tempo, se observarem seus mandamentos.
Mas, ao verificar-se o advento de Jesus, já eles tinham mais desenvolvidas suas ideias. Chegada a ocasião de receberem alimentação menos grosseira, o mesmo Jesus os inicia na vida espiritual, dizendo: "Meu reino não é deste mundo; lá, e não na Terra, é que recebereis a recompensa das vossas boas obras." A estas palavras, a Terra Prometida deixa de ser material, transformando-se numa pátria celeste. Por isso, quando os chama à observância daquele mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe", já não é a Terra que lhes promete e sim o céu. (Caps. II e III.)
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 – O que vem a ser honrar pai e mãe?
2 – Segundo o texto, qual deve ser o comportamento dos filhos diante dos pais que não cumpriram com o dever de bem orientá-los?
3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Desenvolva o tema: Honrai pai e mãe


"O mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, é uma conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais; mas o imperativo honra implica um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quis demonstrar, assim, que o amor é necessário juntar o respeito, a estima, a obediência e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir para com eles, de maneira mais rigorosa, tudo o que a caridade determina em relação ao próximo. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que se encontram no lugar dos pais, e cujo mérito é tanto maior, quanto o devotamento é para elas menos obrigatório. Deus pune sempre de maneira rigorosa toda violação desse mandamento. (...)"
 O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 14, item 03

quinta-feira, 21 de abril de 2016

'Aulas de pegação' ganham seguidores no Brasil e são alvo de crítica de estímulo ao assédio

'Aulas de pegação' ganham seguidores no Brasil e são alvo de crítica de estímulo ao assédio

 

Felipe Souza
Da BBC Brasil em São Paulo


Um jovem aborda uma mulher desconhecida na avenida Paulista, uma das vias mais movimentadas de São Paulo. Ele pede uma informação, começa a conversar e, minutos depois, estão se beijando.


A situação se repete dentro de shoppings, estações de metrô e parques. Tudo é filmado à distância por uma câmera escondida e publicado no YouTube. A intenção é servir de exemplo e ensinar outros homens a "conquistar" mulheres.


"O motivo dos vídeos é que eu já fui totalmente travado e quero mostrar para as pessoas que a vida pode ser maravilhosa a partir do momento em que você dá a cara a tapa. O cara tem que ter mais vontade do que medo. Se eu consegui, outras pessoas também podem se relacionar com uma mulher legal", diz Luis Francisco Desiro dos Santos, 24, que criou o site Conquista Social com o amigo Bruno Castro, 17, há cinco meses.


Desiro começou a se interessar pelo assunto após um amigo recomendar a leitura de uma cartilha da RSD (Real Social Dynamics), que ensina técnicas para ser um "homem pegador".


A RSD ficou conhecida mundialmente por vender a polêmica ideia de que é possível reverter uma situação em que mulheres dizem não às investidas sexuais com métodos capazes de "ativar a prostituta que existe dentro delas".


O suíço Julien Blanc, "instrutor de pegação" da RSD, causou revolta nas redes sociais antes de ter o visto negado ao tentar entrar no Brasil e no Reino Unido para dar palestras em 2014. Um abaixo-assinado reuniu 400 mil assinaturas pedindo o veto dele ao Brasil e outras 150 mil ao Reino Unido.


A pedido da BBC Brasil, a militante da Marcha Mundial das Mulheres Carla Vitória, 24, assistiu a alguns vídeos dos canais brasileiros. Para ela, as imagens fazem parte da cultura do estupro e passam a ideia de que as mulheres devem estar sempre disponíveis.


"Eles tratam as mulheres como se fossem objetos e confundem paquera com assédio, e isso precisa ficar claro. Em alguns vídeos, o rapaz tenta beijar uma delas à força. Um absurdo", disse.


O criador do Conquista Social não vê as abordagens como uma ação violenta e diz que elas são "comuns" em países estrangeiros. "Lá fora, as mulheres já estão muito acostumadas a serem abordadas por desconhecidos na rua. Não há nenhum mal isso, desde que seja com respeito", contou, sem explicitar em que países isso ocorre.


Desiro conta que passou a praticar as técnicas para quebrar a barreira da timidez. Meses depois, resolveu se tornar também um difusor das estratégias. Só em 2015, ele relata ter abordado mais de mil mulheres nas ruas brasileiras - cerca de três por dia. A meta dele é de que, neste ano, a média ultrapasse a marca de cinco mulheres por dia.


Em um dos vídeos do Conquista Social, o rapaz conhece uma garota dentro de um shopping e tenta beijá-la algumas vezes, sem sucesso. Depois de certa insistência e já do lado de fora do centro comercial, ele consegue o beijo.


"Mulher não é objeto, parceiro. Ridícula atitude", comentou um internauta em um dos vídeos do canal. Em alguns vídeos, os "treinadores" chegam a colocar mulheres contra a parede e buliná-las enquanto se beijam.
 

Consultoria


Apesar de relativamente novos, um dos vídeos produzidos pela dupla já alcançou mais de 250 mil visualizações. Além da fama no YouTube, Desiro já lucra com consultorias para ensinar a arte da conquista. "A gente tira dúvidas por e-mail, Facebook, Skype ou presencialmente. Custava R$ 200, mas gente aumentou para R$ 500 cada dia de treinamento. Três dias saem por R$ 1 mil", afirmou.


Em janeiro deste ano, o estudante Felipe Assis Vasconcelos, 21, deixou Juiz de Fora (MG) e viajou cerca de 500 km para fazer dois dias de curso. Ele conta que a intenção foi resolver o problema, que carrega desde a adolescência, de se relacionar com pessoas e fazer amigos.


"A consultoria foi muito proveitosa e eu recomendo. O único problema é que eu não consegui manter o treinamento na minha cidade. Acho que o fato de eu estar sozinho ainda cria uma barreira", afirmou.


Desiro conta que alguns alunos o procuram com frequência e que há reuniões mensais para que os ex-alunos tirem dúvidas. As mais recorrentes, segundo ele, são sobre o que falar durante a conversa, quando partir para o beijo e qual o momento certo para chamar uma garota para sair.


Há outros canais brasileiros de conquista, como o Sétimo Amor, com vídeos que registraram mais de 1 milhão de visualizações. Eles também oferecem aulas presenciais de conquista e exibem fotos de cursos lotados.


Referência para os brasileiros, algumas abordagens filmadas por russos e americanos já foram vistas mais de 50 milhões de vezes.
 

 
 

Objeto sexual


Carla Vitória, da Marcha Mundial das Mulheres, também faz críticas ao "uso da mulher como objeto sexual para ganhar dinheiro". Ela afirma que os vídeos "refletem a cultura em que vivemos, na qual o homem é colocado no espaço público enquanto as mulheres devem ficar em casa" se quiserem evitar abusos.


Desiro, do Conquista Social, rebate as críticas e diz que preserva a imagem das mulheres que aparecem nos vídeos. "Eu não quero colocar ninguém numa situação desconfortável. Nós borramos rostos e tatuagens. Muitas feministas criticam o nosso trabalho e eu digo que não faço nada de errado. Eu simplesmente beijei e elas me beijaram", afirmou o fundador do Conquista Social.


Ele relata, porém, que já teve de excluir dois vídeos após mulheres se reconhecerem nas imagens.


Marcela Lisboa Rodrigues da Silva, 24, do coletivo Juntas, também assistiu a alguns vídeos e afirmou que o principal problema dessas abordagens é a superexposição das mulheres. "O cara pensa que não divulgar informações pessoais é razoável para preservar alguém, e não é", disse Silva.


O fundador do Conquista Social afirma que pretende passar a avisar às mulheres que foram alvo da ação gravada em vídeo. "Eu falo que não é para o meu ego, mas para ajudar pessoas pelo Brasil. Eu digo: 'Minha intenção é fazer com que um homem consiga sair com uma mulher como você'".


Desiro afirma que nenhuma mulher o procurou para fazer o curso da conquista. A reportagem não encontrou nenhum vídeo no YouTube de mulheres tendo "aulas de pegação".


Notícia publicada na BBC Brasil, em 26 de fevereiro de 2016.
 

 
Glória Alves* comenta


Meditando sobre essa matéria da BBC Brasil, “Aulas de Pegação”, reconhecemos o quanto falta à criatura humana para o amadurecimento intelecto-moral; amadurecimento que nos leva a conscientização, situação a partir da qual conseguimos discernir com acerto, entre o bem e o mal. Os depoimentos das pessoas envolvidas no site Conquista Social, bem como do responsável pela cartilha da RSD (Real Social Dynamics), traduzem a decadência de alguns valores morais que arrastam indivíduos e instituições para a perturbação e a desordem.


Vivendo ainda os resquícios da animalidade primitiva da origem humana, em alguns homens ainda predominam os instintos que os levam a praticar atos violentos e vulgares, preconceitos e desrespeito a si e aos semelhantes, transformando a sua vida e a vida da sociedade em miséria e sombra.


Falando à BBC Brasil sobre as “Aulas de pegação”, a militante da Marcha Mundial das Mulheres, Carla Vitória, assistindo a alguns vídeos dos canais brasileiros, ressalta em relação aos “pegadores” do Conquista Social que "eles tratam as mulheres como se fossem objetos e confundem paquera com assédio”.


Além desse caso, figuram no mundo outros tipos de violência contra a mulher, como a ciberviolência, que consiste no uso da tecnologia para ameaçar, humilhar ou intimidar alguém, seja por via de correio eletrônico, salas de conversa (chats), sites de relacionamentos, messenger, etc… Boatos lançados na rede, fotografias que muitas vezes são retocadas e modificadas…


A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a violência contra a mulher "como um problema global de saúde de proporções epidêmicas", que varia desde abusos domésticos a assédio na rua, tráfico sexual, estupro e feminicídio. A mídia social impulsionou ainda mais esta pandemia digital.(1)


Essas situações são frutos do egoísmo e do materialismo, pensando só em si mesmo, em sua satisfação, indiferente ao sentimento do outro, acreditando que a vida deve ser vivida nesse mundo com todos os prazeres que ela pode proporcionar, como se tudo acabasse com a morte do corpo físico, proclamam o nada para depois da morte, anulando toda a responsabilidade moral futura e, desse modo, um incentivo para a prática do mal.


O desconhecimento de si mesmo, o hedonismo, o utilitarismo, a carência de amor e dos valores éticos e morais levam o ser a uma vida vazia e sem sentido. “Herdeiro de suas próprias experiências mantém atavismos negativos que o retém nas paixões perturbadoras, aturdindo-se com frequência, na busca frenética do prazer e da posse",(2) sem encontrar plena satisfação para sua alma aturdida, que então parte para a violência e o desrespeito.


Em pleno século XXI, a lei do sexo mais forte prevalece, valendo-se alguns homens da sua superioridade física, dominando e subjugando a mulher a seus caprichos e desejos. Desde o início dos tempos a mulher foi tida como um ser inferior e objeto de prazer. Encontramos, no Mito da Criação, Adão criado pelo sopro de Deus e Eva a sua mulher, criada a partir da sua costela, por esse motivo, surge a dúvida quanto à existência da alma da mulher, porquanto ela foi criada através da costela de Adão, o primeiro homem.


Conforme o mito, Eva influenciou Adão a comer o fruto proibido, traindo Deus, e foram imediatamente expulsos do Paraíso. Por esse motivo, a mulher recebe como punição de Deus ser submissa ao homem, além de ser a responsável pelo pecado original, que, segundo esse mito, todos trazemos quando nascemos.


“De certo modo, esse alicerce mitológico passou a predominar no inconsciente coletivo, e as mulheres passaram à condição de servas: do prazer e das tarefas mais humilhantes e extenuantes”,(3) portanto, é desse preconceito que nasceu a inferioridade legal das mulheres, que durante muito tempo aceitaram essa condição aviltante como algo natural.


Contudo, é com o advento do Espiritismo, século XIX, que a igualdade da mulher passa da teoria especulativa a um direito fundado nas leis da Natureza. “Dando a conhecer essas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade.”(4)


Apesar de termos avançado intelectualmente, a matéria da BBC Brasil nos leva a perceber que ainda hoje, século XXI, era do homem tecnológico, criaturas moralmente poucos adiantadas exercem predomínio injusto e cruel em relação as mulheres, tratando-as com violência e desconsideração.


A Doutrina Espírita nos esclarece que diante de Deus os homens e as mulheres são iguais e ambos possuem os mesmos direitos, a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir. “Deus a uns deu a força, para protegerem o fraco e não para o escravizarem.”(5)


A evolução é lei da vida e vigora em todo o Universo. Como Espíritos Imortais, trabalhamos, lutamos, erramos, acertamos, sofremos, voltamos a errar, nos educamos, aprendemos, nos melhoramos… O instinto sexual também evolui, necessitando educação e disciplina; energia que traduz amor em expansão no tempo, à medida que nos afastamos da animalidade primitiva para a integração na Humanidade.


Para aqueles que ainda vivem na condição do bruto, a descarga da energia sexual se efetua indiscriminadamente, através dos contatos, quase sempre desregrados e infelizes, acarretando em consequência dos atos impensados, a exaustão e o sofrimento, como processos educativos. “Cada Espírito detém consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum menoscabará o “lugar sagrado” de outro Espírito, sem lesar a si mesmo.”(6)


A energia sexual, requer discernimento e responsabilidade em sua aplicação, deve ser educada, disciplinada, deve estar controlada por valores morais que garantam o seu emprego digno, seja na reprodução das formas físicas, para a encarnação de outras almas na Terra, como também nas realizações das grandes obras do bem e da inteligência, promovendo o amor e a sabedoria, que nos elevarão a glória de Deus.


Concluiremos com o pensamento do Espírito Emmanuel, lembrando que Deus, em sua Infinita Misericórdia e Sabedoria, houve por bem de lançar um véu sobre o nosso passado, pois “a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio”,(7) “mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado”.(8)


“Companheiros da Terra, à frente de todas as complicações e problemas do sexo, abstende-vos de censura e condenação. Todos nós – os Espíritos em aperfeiçoamento nos climas do Planeta – estamos emergindo de passado multimilenar, em que as tramas da alma se entreteciam em labirintos de sombra, para que as bênçãos do aprendizado se nos fixassem no espírito. Ainda assim, achamo-nos todos muito longe da meta por alcançar. Se alguém vos parece cair, sob enganos do sentimento, silenciai e esperai!”(9)



Referências bibliográficas:


(1) BBC Brasil - Conectadas e violentadas: como a tecnologia é usada em abusos contra mulheres - Valeria Perasso;

(2) “Momentos de Felicidade” – Joanna de Ângelis – Divaldo Franco;

(3) Correio Espírita - Cláudio Sinoti – O Machismo;

(4) Allan Kardec - Revista Espírita - Janeiro 1866 - As Mulheres têm Alma?;

(5) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Q. 820;

(6) “Vida e Sexo” – Espírito Emmanuel – Chico Xavier;

(7) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – cap. V - Bem-aventurados os aflitos, item 11;

(8) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec – Q.393 – Comentário de Allan Kardec;

(9) “Vida e Sexo” – Espírito Emmanuel – Chico Xavier - Cap. 26 - À Margem do Sexo.

* Glória Alves nasceu em 1º de agosto de 1956, na cidade do Rio de Janeiro. Bacharel e licenciada em Física. É espírita e trabalhadora do Grupo Espírita Auta de Souza (GEAS). Colaboradora do Espiritismo.net no Serviço de Atendimento Fraterno off-line e estudos das Obras de André Luiz, no Paltalk.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Mural reflexivo: A Brandura


A BRANDURA

 

"Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra". (Mateus, 5:4)

 
    Por esta e outras máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei.

    Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês que alguém possa usar para com seus semelhantes.

    Podemos perceber, dessa forma, que os ensinos de Jesus não são bem compreendidos por nós e, menos ainda, vivenciados.

    Prova disso é o nosso comportamento diário, diante de situações e pessoas.

    Um dia desses, transitávamos por uma rua da nossa cidade e paramos no sinal fechado.

     Observamos no veículo ao lado um adesivo com a seguinte citação evangélica:

    “Já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim”.

    De fato a frase chamou-nos a atenção pela beleza da idéia que contém, mas infelizmente não retratava a realidade.

    Ao aproximar-se um desses garotos que entregam panfletos de propaganda nas esquinas, a senhora que dirigia o veículo, o tratou com aspereza.

    Gesticulando raivosa espantou o menino, que afastou-se um tanto desorientado.

    É muito comum percebermos esse tipo de situação, pois Jesus tem sido muito divulgado ultimamente, mas pouco vivido.

    Para que o Cristo possa de fato viver em nós, é necessário que nos esvaziemos um pouco do egoísmo.

    Enquanto estivermos cheios de nós mesmos, certamente não haverá lugar para que o ensino dele habite em nossa intimidade.

    É muito fácil viver os ensinamentos de Jesus dentro dos templos religiosos que frequentamos, onde a situação e as pessoas nos favorecem.

    Quando tudo está calmo e todos se comportam com serenidade, é fácil ser brandos e pacíficos.

    Todavia, os ensinos do Mestre de Nazaré devem ser vivenciados 24 horas por dia.

    É verdade que algumas coisas não são bem como gostaríamos que fossem.

    Não nos agrada encher o veículo de papéis de propaganda, mas será preciso agredir com palavras aqueles que os entregam?

    Agindo assim, deixamos de lado outro ensino do Cristo:

    “Fazer ao próximo o que gostaríamos que ele nos fizesse”.

    É importante, antes de agirmos com rudeza, colocarmo-nos no lugar do outro e nos perguntarmos como gostaríamos de ser tratados se estivéssemos em seu lugar.

    Se fizermos isso, com toda certeza não nos equivocaremos mais, e por conseguinte estaremos agindo como verdadeiros cristãos.

    Você sabia?

    Você sabia que os mundos também evoluem e tornam-se cada vez melhores?

    É por isso que Jesus afirmou que são bem-aventurados os brandos porque possuirão a Terra.

    A Terra, que é um planeta de expiações e provas passará a mundo de regeneração e albergará os espíritos que já se melhoraram a ponto de merecê-la.

    Os que ainda persistirem no mal reencarnarão em outros planetas, de conformidade com sua evolução.

    É assim que se expressa a justiça divina. A ninguém desampara, mas também a ninguém privilegia, todos temos as mesmas chances, basta que saibamos aproveitá-las.

 

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IX, item 4. - www.momento.com.br)

terça-feira, 19 de abril de 2016

Bilionário russo quer transferir seu cérebro para computador e 'imortalizá-lo

Bilionário russo quer transferir seu cérebro para computador e 'imortalizá-lo'


"Nos próximos 30 anos, farei com que todos nós possamos viver para sempre".

A ambiciosa frase é do bilionário russo Dmitry Itskov, que promete dedicar seu tempo e fortuna para o projeto de transferir mentes humanas para um computador.

"Estou 100% confiante de que isso vai acontecer, ou não teria iniciado tudo isso", explica Itskov, de 35 anos, que diz ter deixado o mundo dos negócios para se dedicar ao que ainda soa como um filme de ficção científica.

A morte é inevitável, pelo menos até agora, porque as células que formam nosso corpo perdem a capacidade de regeneração à medida que envelhecemos, o que nos deixa mais vulneráveis a doenças cardiovasculares e outras condições relacionadas ao processo de envelhecimento.

Computador

Itskov está investindo parte de sua fortuna em um plano que concebeu para tentar "driblar" a passagem do tempo. Ele quer usar a ciência para desvendar os segredos do cérebro humano e fazer o upload para um computador, o que livraria a mente de indivíduos das restrições biológicas do corpo.

"O objetivo final é transferir a personalidade da pessoa para um corpo completamente novo", explica o russo, fã de ficção de científica.

Mas como ele planeja tornar o plano realidade?

O neurocientista Randal Koene, que já trabalhou no Centro de Estudos da Memória e do Cérebro da Universidade de Boston (EUA), é o diretor científico do projeto de Itskov e ridiculariza sugestões de que o russo teria perdido a noção de realidade.

"Toda a evidência que temos até agora parece dizer que (a transferência) é possível. É extremamente difícil, mas é possível. Sendo assim, você pode até dizer que alguém como Itskov é um visionário, mas não louco. Porque isso implicaria pensar que se trata de algo impossível", diz Koene.

A possibilidade teórica a que Koene se refere está baseada em como nossos cérebros funcionam - algo que a ciência ainda não respondeu.

Nossos cérebros são feitos de 86 bilhões de neurônios, células que enviam informações umas às outras por meio de descargas elétricas. Mas como o cérebro gera a mente ainda é um dos maiores mistérios da ciência, de acordo com o neurobiólogo Rafael Yuste, da Universidade Colúmbia (EUA). "O desafio é exatamente como sairmos de uma conjunção de células conectadas no interior do cérebro para o mundo mental - pensamentos, memórias e sentimentos", explica.

Para tentar desvendar esse mecanismo, muitos cientistas tratam o cérebro como um computador. Nessa analogia, o computador recebe dados (informações sensoriais) e os transforma em resultados (comportamentos) por meio de cálculos. Este é o argumento que norteia a possibilidade teórica de transferência da mente. Se o processo cerebral pudesse ser mapeado, poderia ser possível copiar o cérebro em um computador, juntamente com a mente criada por ele.

Isso é o que pensa Ken Hayworth, neurocientista que durante o dia mapeia cérebros de ratos no Centro de Pesquisas Janelia, nos EUA, e à noite lida com o problema de como fazer o upload de suas mentes. Hayworth acredita que o mapeamento do conectoma - a complexa rede de conexões entre neurônios - é a chave para a solução do problema, pois é da opinião de que elas contêm as informações que fazem de nós o que somos.

"Da mesma maneira que meu computador é apenas uns e zeros e um disco rígido (a linguagem binária), e eu não me importo com que acontecer desde que esses uns e zeros passem para o próximo computador, deveria ser a mesma coisa comigo", diz Hayworth.

"Não me importo se meu conectoma está implantado em meu corpo ou em um computador controlando um robô".

O pesquisador, porém, é realista. "Infelizmente, estamos muito distantes de um mapeamento do conectoma humano. Para se ter uma ideia, para mapearmos o cérebro de uma mosca, podem ser necessários até dois anos. Com a tecnologia de que dispomos hoje, mapear inteiramente um cérebro humano é impossível".

E há ainda outro desafio teórico. Mesmo que pudéssemos criar um diagrama da "fiação" do cérebro humano, a transferência da mente para um computador iria requerer a leitura constante da atividade dos neurônios.

Nessa área, Itskov pode obter uma ajuda inesperada, segundo Rafael Yuste, que ajudou a desenvolver o maior projeto do mundo em neurociência - o Brain Initiative, um programa de US$ 6 bilhões criado para estudar doenças cerebrais como o Alzheimer. Como parte do projeto, Yuste quer monitorar a interação contínua de neurônios. "Queremos medir todas as emissões de neurônios de uma vez e ao mesmo tempo".

Este ângulo não se baseia no mapeamento do conectoma. Em um estudo que ainda não foi publicado, Yuste diz que pela primeira vez conseguiu visualizar as "faíscas elétricas" em um dos mais simples sistemas nervosos que conhecemos - o de um pequeno invertebrado chamado hidra. "Foi bem empolgante. Mas ainda não podemos dizer o que esses padrões significam. É como escutar uma conversa em uma língua estrangeira que não entendemos".

Nos próximos 15 anos, Yuste espera conseguir fazer o mesmo, além de interpretar a atividade dos neurônios em um cérebro de rato. Mas o objetivo máximo é ler a atividade do cérebro humano.

"Se o cérebro fosse um computador, você precisaria primeiro decifrar a mente ou fazer uma espécie de download antes de pensar em transferi-la. Então, penso que a Brain Initiative é um passo necessário para que isso aconteça".

Ainda assim, Itskov tem um longo caminho pela frente - e é visto por muitos com ceticismo. Na Universidade Duke, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis argumenta que a complexidade do cérebro humano não pode ser replicada. "Você não tem como codificar intuição, beleza, amor ou ódio. Não há como algum dia vermos um cérebro humano reduzido a um meio digital", afirma Nicolelis.

Yuste concorda que não há certeza sobre o funcionamento do cérebro e sua transferência para uma máquina. Ao mesmo tempo, porém, ele aponta para o fato de que a neurociência ainda não conseguiu explicar exatamente como o cérebro deu origem ao que somos para recomendar que a sociedade debata as consequências de um sucesso da empreitada de Itskov.

"O caminho que leva à maior compreensão do cérebro é o mesmo que pode, teoricamente, resultar na possibilidade do upload da mente. Os cientistas envolvidos nesses processos têm a responsabilidade de pensar nisso".

A justificativa é que, se possível, a transferência seria uma forma de clonagem de mentes. Mas Itskov diz não estar preocupado com questões éticas.

"Darei a mesma opinião que me foi dada por ninguém menos que o (líder budista) Dalai Lama quando o visitei, em 2013. Ele me disse que você pode fazer qualquer coisa se sua motivação for ajudar as pessoas", diz o bilionário russo.

Yuste, que faz parte do conselho ético do Brain Initiative, está convencido de que a transferência de mentes é um tópico que deve ser discutido cuidadosamente. Mas Itskov já está fazendo planos para sua vida eterna. "Imagino-me tendo vários corpos, um deles vivendo no espaço, e outro funcionando como um holograma, com minha consciência simplesmente se movendo de um lugar para o outro".

Estima-se que 107 bilhões de pessoas morreram antes de nós. À medida que nosso entendimento sobre o cérebro avançar nas próximas décadas, ficará mais claro se Itskov é um visionário ou mero sonhador.

Notícia publicada na BBC Brasil, em 14 de março de 2016.


Claudio Conti* comenta

Visionários sempre existiram em todas as épocas da humanidade; alguns trazendo ideias sensatas, outros nem tanto. Todavia, poderíamos, talvez, dizer que existe uma contribuição efetiva para o progresso da humanidade na grande maioria dos casos.

Considerando o avanço na esfera do conhecimento, tanto da neurociência quando da computação, este projeto poderá trazer benefícios em decorrência do entendimento alcançado sobre o funcionamento do cérebro, possível fruto de toda a pesquisa em andamento, assim como do desenvolvimento de equipamentos mais potentes e sistemas computacionais mais complexos.

Todavia, analisando o procedimento em andamento à luz da Doutrina Espírita, pode-se concluir que o resultado final desejado não será alcançado, pois a mente não é um subproduto do cérebro, sendo este apenas o seu órgão principal, não único, de exteriorização. No espírito reside a potencialidade de elaboração e desenvolvimento da função espiritual que é a mente.

Ainda segundo a lógica espírita, considerando apenas o produto desejado com a pesquisa, é um trabalho em vão, não apenas pela impossibilidade de transferir a mente para uma máquina, mas porque a imortalidade já é inerente ao ser. Assim, podemos dizer que eles já possuem o que almejam com tanto fervor.

Analisando o procedimento pretendido, isto é, transferir a mente de uma pessoa para uma máquina, parece inviável inclusive sob um visão estritamente científica.

A Física Quântica vem demonstrando cada vez mais a intima relação entre os fenômenos materiais com o observador, isto é, existe uma interação entre a mente dos seres vivos, não apenas a humana, com os eventos físicos. Desta forma, ficaria difícil de imaginar a possibilidade de algo que é influenciado pela mente ser o seu próprio meio de “armazenamento”, parece muito com a cena do cão correndo atrás do rabo.

Independentemente de qualquer coisa, verifica-se a necessidade humana de perpetuar a própria existência. Tal necessidade pode ser interpretada pelo sentimento inato de que a vida não se apaga no momento da morte do corpo e, por isso, sem saber direito como, busca os meios para a imortalidade. Infelizmente, para muitos, esta busca ainda é de natureza material. Quando se estabelecer a noção de que o necessário é buscar condições adequadas no pós-morte, a paz e a fraternidade deverão reinar na Terra.

* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Pergunta feita: Espírito perfeito sente raiva?


De: R
Duvida: Quando jesus expulsou os vendedores do templo, ele sentiu raiva? Um espírito perfeito pode sentir raiva? Muito obrigado!

RESPOSTA:

R,

Esta é uma passagem do Evangelho que desperta algumas controvérsias de interpretação, alguns questionando mesmo que tenha de fato acontecido da forma como narrada. Para compreendê-lo, entendemos ser necessário não confundir bondade com complacência. A bondade pode existir onde haja uma atitude enérgica, sem violência. A complacência, por sua vez, podem em certos casos, constituir omissão em relação a prática de um crime.

Narra o texto evangélico que Jesus derrubou uma mesa de um cambista e fez um feixe de pequenas cordas, à moda de um chicote. Não se menciona, contudo, que tenha agredido os mercadores nem praticado qualquer ato de violência em relação eles. Alguns interpretes do Evangelho entendem que o chicote foi usado para tirar do local os animais que estavam sendo comercializados. Entendemos que seu gesto deve ser interpretado como uma justa indignação diante da profanação de um templo religioso. Quis demonstrar que não pactuava com o comércio de coisas materiais num lugar destinado à ligação do homem com Deus. Em muitas outras passagens vemos que Jesus agiu como semelhante indignação e rigor, como quando dirigiu duras palavras aos sacerdotes e fariseus, que se utilizavam do poder religioso que desfrutavam para obterem vantagens materiais.

Jesus jamais demonstrou fraqueza e covardia. Sua força moral o fazia agir com energia todas as vezes em que se via diante de um ato contrário à leis de Deus. Não poderia, desse modo, omitir-se diante dos que estavam transformando o Templo de Deus em local de comércio de coisas sagradas. O episódio em questão ensina-nos a agir prontamente, com rapidez, energia, autoridade, severidade e zelo quando nos vemos diante de semelhantes profanações ocorrerem num Templo de Deus.

Com relação a ter sentido raiva ou não, é claro que Jesus em momento algum manifestou esse sentimento, nesta ou em qualquer outra passagem do Evangelho. Um espírito puro, com sua evolução concluída e se encontrando no seu estado definitivo, explica Kardec nas questões 112 e 113 de O Livro dos Espíritos, já percorreu todos os graus da escala evolutiva e se despojou de todas as impurezas da matéria, tendo alcançado toda a soma de perfeição suscetível a uma criatura. Os sentimentos inferiores, como a raiva, já não mais fazem parte se sua personalidade espiritual.

Esperando ter contribuído, continuamos à disposição.

Muita paz e um forte abraço.

Equipe CVDEE

domingo, 17 de abril de 2016

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE060 – Cap. XIII – Itens 19 a 20
Tema:   Benefícios pagos com a ingratidão
            Beneficência exclusiva
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A - Texto de Apoio:
Benefícios pagos com a ingratidão
19. Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?
Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo.
Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão. Ficai certos de que, se aquele a quem prestais um serviço o esquece, Deus o levará mais em conta do que se com a sua gratidão o beneficiado vo-lo houvesse pago. Se Deus permite por vezes sejais pagos com a ingratidão, é para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem.
E sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é unia semente que com o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para vós e não pelos outros. Os benefícios acabam por abrandar os mais empedernidos corações; podem ser olvidados neste mundo, mas, quando se desembaraçar do seu envoltório carnal, o Espírito que os recebeu se lembrará deles e essa lembrança será o seu castigo. Deplorará a sua ingratidão; desejará reparar a falta, pagar a dívida noutra existência, não raro buscando uma vida de dedicação ao seu benfeitor. Assim, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu adiantamento moral e vireis a reconhecer a exatidão desta máxima: um benefício jamais se perde. Além disso, também por vós mesmos tereis trabalhado, porquanto granjeareis o mérito de haver feito o bem desinteressadamente e sem que as decepções vos desanimassem.
Ah! meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que prendem a vossa vida atual às vossas existências anteriores; se pudésseis apanhar num golpe de vista a imensidade das relações que ligam uns aos outros os seres, para o efeito de um progresso mútuo, admiraríeis muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos concede reviver para chegardes a ele. - Guia protetor. (Sens, 1862.)
Beneficência exclusiva
20. É acertada a beneficência, quando praticada exclusivamente entre pessoas da mesma opinião, da mesma crença, ou do mesmo partido?
Não, porquanto precisamente o espírito de seita e de partido é que precisa ser abolido, visto que são irmãos todos os homens. O verdadeiro cristão vê somente irmãos em seus semelhantes e não procura saber, antes de socorrer o necessitado, qual a sua crença, ou a sua opinião, seja sobre o que for. Obedeceria o cristão, porventura, ao preceito de Jesus-Cristo, segundo o qual devemos amar os nossos inimigos, se repelisse o desgraçado, por professar uma crença diferente da sua? Socorra-o, portanto, sem lhe pedir contas à consciência, pois, se for um inimigo da religião, esse será o meio de conseguir que ele a ame; repelindo-o, faria que a odiasse. - S.Luís. (Paris, 1860).
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 – Comente a frase: “Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão”.
2 – É acertada a beneficência, quando praticada exclusivamente entre pessoas da mesma opinião?
3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.