sexta-feira, 25 de março de 2016

Artigo: Alfredo e a Força de Vontade - W.A.Cuin

“A perseverança é a base da vitória. Não olvides que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amar e luz, mas só alcançarás a divina colheita se caminhares para diante, entre o suor e a confiança, sem nunca desfaleceres”. (Emmanuel, Livro “Fonte Viva”, item 124 – Psicografia de Francisco C. Xavier).

      Ávido por obter informações sobre espiritualidade e tomar contato com as sábias e valiosas lições do Cristo, Alfredo deliberou procurar uma instituição espírita que pudesse, pelas suas atividades no bem, satisfazer a sua expectativa e curiosidade.
      Logo nos primeiros dias, estando vinculado a grupos de estudos, entendeu a necessidade de seguir além das letras e dos ensinamentos, na realização de tarefas que pudessem se prestar a servir aos mais necessitados, como bem ensinou e exemplificou Jesus.
      Em contato com os companheiros mais antigos da instituição conheceu as atividades assistenciais que ali eram desenvolvidas no socorro, dentro do possível, aos irmãos em penúria e em dificuldades.
      Com detalhes, inteirou-se da “Campanha do Quilo” ou “Campanha Auta de Souza”, como é conhecido popularmente esse trabalho, que trata da distribuição de saquinhos nas residências por grupos de trabalhadores das instituições, geralmente num sábado, ficando para a semana seguinte a coleta dos alimentos que formarão as cestas básicas, que serão oferecidas às famílias carentes.
      Percebeu que não poderia participar do grupo de voluntários que realiza a “Campanha”, pois sendo dono de um pequeno empreendimento comercial, aos sábados de lá não poderia sair, pois que as portas de seu estabelecimento precisavam permanecer abertas para a obtenção de recursos financeiros necessários à manutenção de sua numerosa família.
      Mas desejava ardentemente cooperar para a diminuição das dores e do sofrimento alheio.
      Pensou, meditou, refletiu, buscou Jesus em preces, e , movido por uma grande e decisiva força de vontade encontrou a solução para também se prestar a servir aos irmãos do caminho que experimentam sorte inferior a sua.
      Sob a coordenação da “Campanha do Quilo” da entidade onde milita, apanha os saquinhos e no final de seu expediente de trabalho, ou em suas horas de descanso, procura os vizinhos, os moradores do seu quarteirão, do bairro, e uma vez por mês, faz a coleta dos gêneros alimentícios que lhes são ofertados. Quando o grupo da citada “Campanha” chega à instituição espírita para a formação das cestas básicas que são oferecidas às famílias em penúria, lá encontram o Alfredo com o material coletado ajudando a “engordar” a quantidade de alimentos que são entregues aos necessitados.
      Impedido por compromissos profissionais e obrigações familiares, não conseguia estar junto ao grupo de trabalho, mas nem por isso deixava de trabalhar em favor do próximo. A força do seu ideal e a perseverança no bem fizeram com que superasse os obstáculos para poder servir em nome do Cristo.
      Tem profundo significado o adágio popular: “Querer é Poder”. Realmente, quem quer com determinação, quem labora com convicção, suplanta todas as barreiras e vence todas as dificuldades, ainda mais quando se coloca ao lado de Jesus para ajudar aos “pequeninos do caminho”.


quarta-feira, 23 de março de 2016

Artigo: A Tarefa de Cada Dia - W.A.Cuin

“ Não abandones o teu grande sonho de conhecer e fazer, nos domínios superiores da inteligência e do sentimento, mas não te esqueça do trabalho pequenino, dia a dia”. ( Emmanuel, no livro “ Fonte Viva”, item 64, psicografia de Francisco C. Xavier).

       Geralmente sonha a criatura humana com a realização de grandes empreendimentos, idealizando projetos de longo alcance ou mentalizando obras expressivas.
       Toda iniciativa que visa a prosperidade e o progresso humano é, sem dúvida, uma louvável decisão, pois que busca o homem, com insistência, encontrar um oásis de pais e serenidade, no entanto, em circunstância alguma podemos olvidar as pequenas tarefas que compõem o nosso cotidiano.
       A maior estrada do mundo foi construída metro a metro, o mais alto edifício do planeta foi edificado tijolo por tijolo e a floresta mais extensa nasceu de semente em semente. Concluamos, então, que o muito que pretendemos realizar, em verdade, é a somatória de pouco em pouco.
       Sabendo disso, não esqueçamos das tarefas diárias que nos esperam em todos os quadrantes da vida.
       No âmbito do lar, pequenos serviços são indispensáveis; limpar a casa, cuidar da roupa, manter a higiene, e outros, são imprescindíveis; agir com educação, falar com serenidade, ordenar com respeito, exigir com tolerância, conviver com dignidade e em todas as ocasiões posicionar-se com responsabilidade.
       No contexto da vida social saber sempre até onde vai o nosso direito e precisar, com segurança, onde começa o direito do outro, pois como nunca gostamos que interfiram no que é nosso, por certo, o nosso irmão também não ficará satisfeito se invadirmos o que é dele.
       Com respeito ao trabalho profissional é obrigação que trabalhemos, dentro das propostas traçadas, para que façamos jus ao nosso salário, pois é correto e justo que alguém pague por um serviço, mas não é menos justo e digno que o serviço seja feito de conformidade com o planejado.
       Na vida social temos direito ao lazer e ao entretenimento, nas bases da ordem e do equilíbrio, para que a nossa alegria e contentamento, não se caracterize como preocupação e incomodo aos que seguem ao nosso lado.
       No campo da beneficência, lembremos sempre que um copo de leite ou pedaço de pão alivia a fome e a aflição de uma criança, que uma roupa usada ou um calçado oferece um pouco de conforto ao transeunte da rua, que uma palavra amiga ou gesto de carinho e sensibilidade mantém a esperança no coração de um desesperado e que uma prece nascida do fundo do coração consegue apontar um norte, quando estamos em momentos de incertezas e dúvidas.
       Assim, não desprezemos nossos sonhos e projetos visando a construção de grandes empreitadas, seja em qualquer campo de ação, pois toda tentativa de melhorar as condições de vida, no contexto humano, sempre merecerá aplauso, mas a realização do serviço diário é tarefa inadiável.
       Pensemos, sim, no muito, mas sem esquecer que de pouco em pouco avançaremos na senda do progresso físico, mental e espiritual.
       Se não podemos, agora, apagar um incêndio que irrompe ao nosso redor, que pelo menos joguemos nele alguns baldes de água, até chegada dos mecanismos técnicos para a solução do problema.
       Onde nos encontramos, façamos a nossa parte, com tarefas grandes ou pequenas, mas façamos, sem a preocupação se os outros estão algo fazendo, pois o que importa mesmo e estar de consciência tranqüila quanto ao cumprimento dos nossos deveres. Pensemos nisso.