sábado, 19 de setembro de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A008 – Examinando a obsessão - 4ª parte

Examinando a obsessão – parte 04

O problema da obsessão, sob qualquer aspecto considerado, é também problema do próprio obsidiado.

Atormentada por evocações fixadas nas telas sensíveis do pretérito, a mente encarnada se encontra ligada à desencarnada, sofrendo, a princípio, sutis desequilíbrios que depois se assenhoreiam da organização cerebral, gerando deplorável estágio de vampirização, no qual vítima e verdugo se completam em conjugação dolorosa e prolongada.

A etiologia das obsessões é complexa e profunda, pois que se origina nos processos morais lamentáveis, em que ambos os comparsas da aflição dementante se deixaram consumir pelas vibrações degenerescentes da criminalidade que passou, invariavelmente, ignorada da coletividade onde viveram como protagonistas do drama ou da tragicomédia em que se consumiram.

Reencontrando-se, porém, sob o impositivo da Lei inexorável da Divina Justiça, que estabelece esteja o verdugo jugulado à vítima, pouco importando o tempo e a indumentária que os distancia ou caracteriza, tem Início o comércio mental, às vezes aos primeiros dias da concepção fetal, para crescer em comunhão acérrima no dia-a-dia da caminhada carnal, quando não precede à própria concepção...

Simples, de fascinação e de subjugação, consoante a classificação do Codificador do Espiritismo, é sempre de difícil extirpação, porquanto o obsidiado, em si mesmo, é um enfermo do espírito.

Vivendo a inquietação íntima que, lenta e seguramente, o desarvora, procede, de início, na vida em comum, como se se encontrasse equilibrado, para, nos instantes de soledade, deixar-se arrastar a estados anômalos sob as fortes tenazes do perseguidor desencarnado.

Ouvindo a mensagem em caráter telepático transmitida pela mente livre, começa por aceder ao apelo que lhe chega, transformando-se, por fim, em diálogos nos quais se deixa vencer pela pertinácia do tenaz vingador.

Justapondo-se sutilmente cérebro a cérebro, mente a mente, vontade dominante sobre vontade que se deixa dominar, órgão a órgão, através do perispírito pelo qual se identifica com o encarnado, a cada cessão feita pelo hospedeiro, mais coercitiva se faz a presença do hóspede, que se transforma em parasita insidioso, estabelecendo, depois, e muitas vezes em definitivo enquanto na luta carnal, a simbiose esdrúxula, em que o poder da fixação da vontade dominadora consegue extinguir a lucidez do dominado, que se deixa apagar...

Em toda obsessão, mesmo nos casos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo os fatores predisponentes e preponderantes — os débitos morais a resgatar — que facultam a alienação.

Descuidado quase sempre dos valores morais e espirituais — defesas respeitáveis que constroem na alma um baluarte de difícil transposição —, o candidato ao processo obsessivo é irritável, quando não nostálgico, ensejando pelo caráter impressionável o intercâmbio, que também pode começar nos instantes de parcial desprendimento pelo sono, quando, então, encontrando o desafeto ou a sua vítima dantanho, sente o espicaçar do remorso ou o remorder da cólera, abrindo as comportas do pensamento aos comunicados que logo advirão, sem que se possa prever quando terminará a obsessão, que pode alongar-se até mesmo depois da morte...

Estabelecido o contacto mental em que o encarnado registra a interferência do pensamento invasor, soa o sinal alarmante da obsessão em pleno desenvolvimento...

Nesse particular, o Espiritismo, e somente ele, por tratar do estudo da (natureza dos Espíritos», possui os anticorpos e sucedâneos eficazes para operar a libertação do enfermo, libertação que, no entanto, muito depende do próprio paciente, como em todos os processos patológicos atendidos pelas diversas terapêuticas médicas.

Sendo o obsidiado um calceta, um devedor, é imprescindível que se disponha ao labor operoso pelo resgate perante a Consciência Universal, agindo de modo positivo, para atender às sagradas imposições da harmonia estabelecida pelo Excelso legislador.

Muito embora os desejos de refazimento moral por parte do paciente espiritual, é imperioso que a renovação íntima com sincero devotamento ao bem lhe confira os títulos do amor e do trabalho, de forma a atestar a sua real modificação em relação à conduta passada, ensejando ao acompanhante desencarnado, igualmente, a própria iluminação.

Nesse sentido, a interferência do auxílio fraterno, por outros corações afervorados à prática da caridade, é muito valiosa, favorecendo ao desencarnado a oportunidade de adquirir conhecimentos através da psicofonia atormentada, na qual pode haurir força e alento novo para aprender, meditar, perdoar, esquecer...

No entanto, tal empreendimento, nos moldes em que se fazem necessários, não é fácil.

Somente poucos Núcleos, dentre os que se dedicam a tal mister — o da desobsessão —, se encontram aparelhados, tendo-se em vista a tarefa que lhes cabe nos seus quadros complexos...

Na desobsessão, a cirurgia espiritual se faz necessária, senão imprescindível, muitas vezes, para que os resultados a colimar sejam conseguidos. Além desses, trabalhos especiais requisitam abnegação e sacrifício dos cooperadores encarnados, com natural doação em larga escala de esforço moral valioso, para a manipulação das condições mínimas psicoterápicas, no recinto do socorro, em favor dos desvairados a atender...

Nesse particular, a prece, igualmente, conforme preconiza Allan Kardec, «é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor».

Por isso, em qualquer operação socorrista a que você seja chamado, observe a disposição moral do seu próprio espírito e ore, alçando-se a Jesus, a Ele pedindo torná-lo alvo dos Espíritos Puros, por meio dos quais, e somente assim, você poderá oferecer algo em favor de uns e outros: obsessores e obsidiados.

Examine, desse modo, e sonde o mundo íntimo constantemente para que se não surpreenda de um momento para outro com a mente em desalinho, atendendo aos apelos dos desencarnados que o seguem desde ontem, perturbados e infelizes, procurando, enlouquecidos, «com as próprias mãos fazer justiça», transformados em verdugos da sua serenidade.

Opere no bem com esforço e perseverança para que o seu exemplo e a sua luta solvam-sarando a dívida-enfermidade que o assinala, libertando-o da áspera prova antes de você caminhar, aflito, pela senda dolorosa... e purificadora.

Em qualquer circunstância, ao exercício nobre da mediunidade com Jesus, tanto quanto ao sublime labor desenvolvido pelas sessões sérias de desobsessão, compete o indeclinável ministério de socorro aos padecentes da obsessão no sentido de modificarem as expressões de dor e angústia que vigem na Terra sofrida dos nossos dias.

*

a) Obsessões especiais

Ninguém se equivoque! Obsessores há desencarnados, exercendo maléfica ínfluenciação sobre os homens, e encarnados, de mente vigorosa, exercendo pressão deprimente sobre os deambulantes da Erraticidade.

O comércio existente entre os Espíritos e as criaturas da Terra, em regime de perseguição, é paralelo ao vigente entre os homens e os que perderam a indumentária física.

Obsessões especiais também identificamos, que são produzidas por encarnados sobre encarnados.

O pensamento é sempre o dínamo vigoroso que emite ondas e que registra vibrações, em intercâmbio ininterrupto nas diversas faixas que circulam a Terra.

Mentes viciadas e em tormento, não poucas vezes escravas da monoidéia obsessiva, sincronizam com outras mentes desprevenidas e ociosas, gerando pressão devastadora.

Aguilhões frequentes perturbam o comportamento de muitas criaturas que se sentem vinculadas ou dirigidas por fortes constrições nos painéis mentais, inquietantes e afligentes... Muitos processos graves de alienação mental têm início quando os seres constrangidos por essa força possuidora, ao invés de a repelirem, acalentam-lhe os miasmas pertinazes que terminam por as-senhorear-se do campo em que se espalham.

Em casos dessa natureza, o agente opressor influencia de tal forma o paciente perturbado que não é raro originar-se o grave problema do vampirismo espiritual por processo de absorção do plasma mental. Quando em parcial desprendimento pelo sono, o espírito parasita busca a sua vítima, irresponsável ou coagida, prosseguindo no nefando consórcio nessas horas que são reservadas para edificação espiritual e renovação da paisagem orgânica. Produzida a sintonia deletéria mui dificilmente aqueles que alojam os pensamentos infelizes conseguem libertar-se.

Nos diversos problemas obsessivos, há que examiná-los para selecionar os que procedem do continente da alma encarnada e os que se vinculam aos quadros aflitivos do mundo espiritual.

O ódio tanto quanto o amor desvairado constituem elementos matrizes dessas obsessões especiais. O ódio, pela fixação demorada acerca da vindita, cria um condicionamento psíquico que emite ondas em direção segura, envolvendo o ser almejado que, se não se encontra devidamente amparado nos princípios superiores da vida, capazes de destruírem as ondas invasoras, termina por se deixar algemar.

E o amor tresloucado que se converte em paixão acerba, devido ao tormento que se impõe quanto à posse física do objeto requestado, conduz o espírito que está atormentado à visitação, a princípio de alma nos períodos do sono reparador, até criar a intercomunicação que degenera em aflitivo quadro de desgaste orgânico e psíquico, não somente do vampirizado, como também mediante a alucinação do vampirizador.

Em qualquer hipótese, no entanto, as diretivas clarificantes da mensagem de Jesus são rotas e veículos de luz libertadora para ensejar a uns e outros, obsidiados e obsessores, os meios de superação.

Nesse sentido, a exortação de Allan Kardec em torno do trabalho é de uma eficácia incomum, porque o trabalho edificante é mecanismo de oração transcendental e a mente que trabalha situa-se na defensiva. A solidariedade é como uma usina que produz a força positiva do amor, e, como o amor é a causa motriz do Universo, aquele que se afervora à mecânica da solidariedade sintoniza com os Instrutores da ordem, que dirigem o Orbe. E a tolerância, que é a manifestação desse mesmo amor em forma de piedade edificante, transforma-se em couraça de luz, vigorosa e maleável, capaz de destruir os petardos do ódio ultriz ou os projéteis do desejo desordenado, porqüanto, na tolerância fraternal, se anulam as vibrações negativas desta ou daquela procedência.

Assim sendo, a tríade recomendada pelo Egrégio Codificador reflete a ação, a oração e a vigilância preconizadas por Jesus — processos edificantes de saúde espiritual e ponte que alça o viandante sofredor da Terra ao planalto redentor das Esferas Espirituais, livre de toda a constrição e angústia.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Nos primeiros parágrafos do texto, Manoel Philomeno apresenta uma rápida dinâmica do processo obsessivo. Comente-o

2 – O Espiritismo possui terapêutica indispensável para operar a libertação obsediado/obsessor, por diversas razões. Apesar disso, o autor afirma que “somente poucos Núcleos (…) se encontram aparelhados” para tal tarefa. Por quê?

3 – De que modo o sono pode atuar como elemento que consolida o processo obsessivo?

4 – Qual é a tríade recomendada pelo Codificador para o sucesso do tratamento de desobsessão?

Bons estudos!

Sala Manoel Philomeno/CVDEE

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

E, aí! Já viu?!

Irmão Sol, Irmã Lua

Título Original: Brother Sun, Sister Moon / Fratello Sole, Sorella Luna

Gênero: Drama

Origem/Ano: ITA/1972

Duração: 115 min

Direção: Franco Zeffirelli

Prêmios: Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Direção de Arte - Recebeu uma indicação ao BAFTA, na categoria de Melhor Figurino.

Francisco nasceu por volta de 1182, na cidadela italiana de Assis. Filho de comerciantes de tecidos, ele poderia ter sido um próspero burguês. Mas não. Em certo momento da vida, aos 26 ou 27 anos de idade, o jovem optou pela pobreza, pelo pacifismo e pela caridade.

Conforme a Revista das Religiões de outubro de 2004, “ao contrário de seus contemporâneos, [Francisco] não desvinculou a fé da realidade cotidiana. Pelo contrário. Em cada rosto, encontrava o próprio Cristo. Em qualquer manifestação da natureza – dos astros aos animais e às plantas – enxergava o carinho de Deus. Foi um homem de seu tempo, mas não se prendeu a ele. E, por isso, foi considerado santo: São Francisco de Assis”.

Conta-se que Francisco teria percorrido o mundo para pregar o amor ao próximo. Em 1219, teria ido ao Egito para conversar com o sultão Melekel Kamel e lhe propor a paz, numa época em que cristãos e muçulmanos guerreavam por Jerusalém.

Sobre sua conversão, Francisco escreveu em Testamento, um dos poucos escritos que deixou: “Quando ainda estava em pecado, parecia muito amargo ver os leprosos, mas o próprio Senhor me levou a estar com eles e eu usei de misericórdia: quando me afastei dali, aquilo que me parecia amargo rapidamente transformou-se em doçura de alma e de corpo. Em seguida, esperei um pouco e saí do mundo.”

Era realmente um homem especial. Segundo vários livros, Francisco andava com cuidado para não pisar em nenhum inseto ou planta. Passava sobre as pedras com reverência e afastava, carinhosamente, lesmas e formigas do caminho – para que ninguém, sem querer, as machucasse.

Segundo o teólogo Inácio Strieder, da Universidade Federal de Pernambuco, o franciscanismo (que depois viria a se tornar ordem religiosa) “foi um movimento pelo amor e pela paz, que colocava em prática o evangelho como jamais a Igreja o fizera após Jesus Cristo”. De fato, a vida e as atitudes simples de Francisco contrastavam com a opulência de Roma e eram-lhe uma viva reprovação.

No filme “Irmão Sol, Irmã Lua” (Itália, 1972), a história de São Francisco de Assis é contada com o lirismo de Zeffirelli (Romeu e Julieta).

O filme focaliza os primeiros anos da vida do jovem, um mimado filho de aristocratas que parte para guerra animado e volta completamente transtornado - numa época de obscurantismo e falta de genuíno amor - e mostra a surpreendente experiência que transformou Francisco num exemplo de cristão para o mundo.

Ele então renuncia às riquezas da família e procura na comunhão com a natureza, traçar seu próprio destino, livre do apego às propriedades materiais.

Irmão Sol, Irmã Lua mostra essa surpreendente, gratificante e significativa experiência, que transformou Francisco em santo e fundou uma doutrina, para conquistar a união espiritual com o mundo.

Um mundo que hoje, mais do que nunca, carece de Franciscos e Franciscas.

Fonte: Rede Amigo Espírita

(O filme é antigo, mas a mensagem bem atual, e aí! Qual sua opinião?)

E, aí! Já leu?!

 

Candeias na Noite Escura

  • Autor: João Marcus (pseudônimo de Hermínio Corrêa de Miranda)
  • Páginas: 247
  • Tamanho: 14 x 21 cm
  • Edição: 5ª edição
Sinopse:  Sob o pseudônimo de João Marcus, o autor Hermínio C. Miranda publicou diversas crônicas na revista Reformador entre os anos de 1961 e 1980. Eram textos sobre perdão, tolerância, libertação e mediunidade, além de princípios básicos do Espiritismo como reencarnação, lei de causa e efeito e imortalidade da alma, todos abordados a partir dos ensinamentos de Jesus e relacionados a inúmeras situações cotidianas.Candeias na noite escura reúne 39 destas crônicas, confirmando a existência de uma intrínseca relação entre a Doutrina Espírita, as passagens do Evangelho do Cristo e sua missão salvadora de resgate da Humanidade.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Congresso Espírita do Rio Grande do Sul

Congresso Espírita do Rio Grande do Sul

Gramado, no Rio Grande do Sul, receberá de 1º a 4 de outubro o 8° Congresso Espírita do Estado. “O amanhecer de uma Nova Era: Colhendo Esperanças e Consolações” será o assunto principal do evento que contará com palestras de Divaldo Pereira Franco, Alberto Almeida, Sandra Maria Borba, Haroldo Dutra Dias, André Trigueiro, Sérgio Lopes, entre outros. A organização é da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Informações: www.espiritismors.org.br
Confira a chamada para o Congresso com o jornalista André Trigueiro:

Audio Player

http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Chamada-Trigueiro.mp3

 

Congresso Espírita do Rio Grande do Sul

16º Congresso Espírita do Estado do Ceará - Atualidade do pensamento Espírita

Atualidade do pensamento Espírita

“Atualidade do pensamento Espírita” é o tema do 16º Congresso Espírita do Estado do Ceará que acontecerá de 16 a 18 deste mês, em Fortaleza. Entre os palestrantes estão nomes como Sandra Maria Borba, André Luiz Peixinho, Severino Celestino, Luciano Klein Filho e o presidente da Federação Espírita Brasileira, Jorge Godinho. A organização é da Federação Espírita do Estado Ceará (Feec). Informações: www.feec.org.br

Atualidade do pensamento Espírita

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Processos Mentais na Cura (Parte 3-fim)

Processos Mentais na Cura*
(Parte 3)


Claudio C. Conti

Na primeira interpretação, sendo as montanhas uma referência às dificuldades que todos enfrentam no dia-a-dia e que necessitam ser trabalhadas de uma forma ou de outra, a fé, isto é, a certeza de que as atribulações são ocorrências que conduzem o espírito à melhor condição de desenvolvimento, servirá de conforto e determinação para enfrentar as batalhas adequadamente.
A falta de fé, a fé vacilante ou o apego aos interesses materiais e que sensibilizam os sentidos físicos conduzem à fraqueza no enfrentamento das diversidades que tanto irá gerar sofrimento quanto pode conduzir ao fracasso; estes eventos são geradores de grandes males tal como a lamentação contumaz geratriz de desarmonias, estados depressivos, entre outros.
Na segunda interpretação, as montanhas sendo referência à estruturas materiais, inclusive o próprio corpo físico, a fé de que, sendo o ser inteligente, será capaz de interferir nos fenômenos que ocorrem com a sua estrutura corporal e em seu entorno. A mente em harmonia, na certeza de ser um filho de Deus e, portanto, merecedor de Sua atenção e afeto, poderá contar com a Providência Divina estabelecendo processos educativos condizentes com seu estado mental. Assim, os fenômenos que vivenciará servirão para conduzi-lo à melhor condição de desenvolvimento, em um sistema de aprendizado mais ameno e produtivo.
Novamente, a falta de fé, a fé vacilante ou o apego aos interesses materiais e que sensibilizam os sentidos físicos produzirão fenômenos compatíveis, formando eventos aflitivos nos acidentes de variados matizes e enfermidades das mais diversas. O processo educativo ainda nestes casos se mantém, porém são mais grosseiros e menos produtivos para o espírito em decorrência das desarmonias geradas.
Neste sentido, verifica-se nas passagens de Jesus envolvendo cura, que ele reitera aos pacientes que foi a fé que eles traziam em seu imo que os tinha curado, na qual atribuía a maior importância. Assim, diante desta mensagem de Jesus, deve-se perguntar o porquê e a resposta pode ser encontrada no próprio processo reencarnatório.
Kardec, no livro A Gênese, Capítulo XI, intitulado Gênese Espiritual, um dos tópicos abordados neste capítulo é a encarnação dos espíritos que, em linhas gerais, pode ser esquematizado segundo o quadro a seguir:

Neste quadro, observa-se que existem dois processos acontecendo concomitantemente, sendo que um é decorrente do outro, isto é, não poderiam ocorrer individualmente. Assim, tem-se o processo material – fecundação, formação do feto, nascimento, desenvolvimento do corpo e morte; e o processo espiritual – perturbação das faculdades psíquicas e despertar gradual.
No processo reencarnatório, tem-se que o espírito gerencia a formação e desenvolvimento do corpo, portanto, este gerenciamento permanece desde o início até o final do processo quando ocorre o desenlace final – a morte física – quando o corpo, livre da inteligência organizadora, se desagrega.
Sendo o espírito encarnado o mantenedor da estrutura corporal, mesmo que haja um processo de cura de fora para dentro, isto é, um espírito como Jesus “force” o restabelecimento da saúde, após determinado tempo, que poderá ser curto ou longo, dependendo das mazelas do espírito, a enfermidade se restabelecerá. Portanto, sem a adequação psíquica não há saúde duradoura.
Esta conclusão foi muito bem apresentada por Kardec, também no livro A Gênese, quando analisou a passagem de Jesus que relata o seu encontro com dez homens que sofriam de lepra.
Ao rogarem a piedade de Jesus, os dez leprosos foram orientados a se mostrarem para os sacerdotes da época, durante o caminho, eles se viram curados, sendo que um deles voltou para agradecer e render graças. Ao ser informado que os outros nove não retornaram, Jesus disse àquele que estava diante dele: “Tua fé te salvou”.
Kardec analisa este relato da seguinte forma no item 17 (transcrito parcialmente): “Acrescentando: «Tua fé te salvou», fez ver que Deus considera o que há no âmago do coração e não a forma exterior da adoração. Entretanto, também os outros tinham sido curados. Fora mister que tal se verificasse, para que ele pudesse dar a lição que tinha em vista e tornar-lhes evidente a ingratidão. Quem sabe, porém, o que daí lhes haja resultado; quem sabe se eles terão se beneficiado da graça que lhes foi concedida? Dizendo ao samaritano: «Tua fé te salvou», dá Jesus a entender que o mesmo não aconteceu aos outros”.
O trabalho de estabelecimento da cura de qualquer enfermidade, seja psíquica ou física, demanda a transformação pessoal para que possa ocorrer realmente, caso contrário, pode ser que seja apenas aparente, retornando após determinado tempo. O mais indicado, portanto, é a profilaxia, onde se trabalha pela transformação antes que haja o estabelecimento de enfermidades educativas, nesta condição, o sofrimento é minimizado e a tarefa muito mais fácil.

31 de agosto de 2015

* Publicado originalmente em http://ccconti.com/Artigos/ProcessosMentaisCura.pdf

Processos Mentais na Cura (Parte 2)

Processos Mentais na Cura*
(Parte 2)


Claudio C. Conti

3) Paralítico:
Jesus disse ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para sua casa” e assim ele o fez.
Dentre os três casos em análise, este é sem dúvida o processo mais simples, pois bastou que Jesus verbalizasse um comando para que a cura acontecesse.
Apesar deste caso, e outros similares, apresentarem ares de milagrosos, Kardec apresenta a explicação para o caso. A chave para esta questão está no que Jesus disse ao paralítico antes do comando para que andasse; disse ele: “Meu filho, tem confiança; perdoados te são os teus pecados”.
Kardec explica que o paralítico em questão se encontrava nesta condição em decorrência de faltas cometidas em outras encarnações. Jesus, em decorrência de sua elevação, acessando a condição espiritual do paciente, constatou que ele já havia cumprido o que lhe cabia, estando quite com a Providência, portanto, podia ser liberado do processo educativo no qual se encontrava.
Pode-se, então, concluir que o comando emitido por Jesus serviu, para o paralítico, como uma liberação da expiação na qual se encontrava, tal qual a sineta das escolas libera os alunos da aula.
Baseado nestes três casos em que houve sucesso na cura de doentes sofrendo de enfermidades e motivos diferentes, percebe-se, claramente, que os procedimentos não foram os mesmos. Desta forma, pode-se dizer que a cura utilizando fluidos é mais complexa do que a simples administração de um “medicamento” e, também, que o paciente não fica passivo no processo de cura.
Nesta abordagem, podemos creditar certa “inteligência” ao fluido no sentido de este atuar diferentemente, dependendo da ocasião: 1. Em algumas situações teria condições de reconhecer como agir; 2. Noutros casos, teria ação local; 3. Ou, ainda, teria ação geral.
Diante das curas realizadas por Jesus, em que sempre afirmava que a fé do paciente é que o havia curado, e desta análise, pode-se perguntar: 1. Quanto é ação do médium (passista ou curador)? 2. Quanto é ação das próprias células do paciente?; 3. Quanto é ação do paciente?
Do ponto de vista do paciente, que é o foco deste texto, a ação do médium estaria fora de seu controle.
Com relação à ação das próprias células do paciente, o corpo apresenta numerosos processos de manutenção da saúde, portanto, este é o estado natural do corpo. A enfermidade é um estado anômalo que deve ser combatido pelos sistemas de segurança; desta forma, a ação das células por si mesma no combate aos agentes que causam as enfermidades é um processo natural do organismo e que pode ser potencializado pelo próprio paciente, mas sem uma ação consciente.
Resta, portanto, a ação do paciente na cura física que só pode ser alcançada juntamente com a cura espiritual.
Em uma das passagens de Jesus, apresentada n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XIX, diante de uma dificuldade encontrada pelos discípulos para expulsar um “demônio” de alguém, eles questionaram Jesus o motivo pelo qual não alcançaram o intento e obtiveram a seguinte resposta: “Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível”.
Desta passagem foi cunhada o dizer: “A fé transporta montanhas”. Haveriam duas possibilidades de interpretação para o tema em estudo: 1) As montanhas seriam as dificuldades e que, com fé, o indivíduo ficaria mais fortalecido para vencê-las e; 2) As montanhas seriam corpos materiais realmente, portanto, com fé o indivíduo seria capaz de alterar a conformação material de algo. Estas duas abordagens, quando aplicadas na prática, conduzem à estados de saúde.


Continua - Parte 3...

Processos Mentais na Cura (Parte 1)

Processos Mentais na Cura*
(Parte 1)


Claudio C. Conti

Quando se fala em curas espirituais é necessário uma análise criteriosa para o perfeito entendimento ("perfeito entendimento" para o nível de entendimento atual da humanidade) dos processos envolvidos e a participação de cada componente para que se possa atingir o maior proveito possível dentro das limitações inerentes a algo tão complexo.
Desta forma, os melhores exemplos que se tem disponível para a análise são as curas realizadas por Jesus e que foram descritas nos Evangelhos. Entretanto, importa ressaltar que toda informação contida nos Evangelhos Canônicos, por serem relatos transcritos anos após a desencarnação de Jesus, devem ser selecionadas criteriosamente sobre a fidedignidade do relato. Kardec, juntamente com os espíritos responsáveis pela Codificação Espírita, realizaram esta seleção segundo os critérios apresentados na introdução do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Sob os critérios mencionados acima, no livro A Gênese, mais precisamente no capítulo XV, encontra-se os relatos extraídos dos Evangelhos para as curas realizadas por Jesus, seguido de seus valiosos comentários.  Analisando este capítulo, percebe-se claramente a didática utilizada e, mais especificamente, a conclusão que Kardec desejava demonstrar.
Partindo dos três primeiros relatos, tem-se:
1) Perda de sangue:
Uma mulher sofria de hemorragia e tocou a roupa de Jesus sem que ele visse, porém ele percebeu uma diferença distinta daquele toque em meio à multidão.
Nesta situação, em que uma multidão se aglomera em torno de um indivíduo, pode-se conceber que várias pessoas o estariam tocando ao mesmo tempo. Porém, neste relato, Jesus percebeu algo em especial, diferente de todos os outros, pois, neste toque, sentiu um fluxo de fluido saindo dele em direção àquele ou àquela que o tocou.
O interessante deste relato é que Jesus ficou curioso em conhecer quem era o responsável pela atração do fluido que expeliu naturalmente mediante ao estímulo que recebera. Olhando ao seu redor e perguntando aos discípulos quem o havia tocado, a mulher, cheia de receio, se apresentou, pois sentiu o efeito imediato daquele fluido em sua organização física-perispiritual. Jesus a olhou e disse: “sua fé te curou”.
Conclui-se que Jesus não pode ter “impregnado” o fluido com qualidades especificas, pelo simples fato de ele não saber quem o tocou.
2) O cego de Betsaida:
Jesus colocou saliva nos olhos de um cego de nascença e, depois aplicou a imposição das mãos. Como o homem não havia recobrado a visão completamente, uma vez que enxergava formas distorcidas, Jesus colocou as mãos nos seus olhos e, então, pôde ver claramente.
Neste caso, o procedimento de cura foi mais complexo do que o anterior, pois foi necessária uma ação local - nos olhos, outra no ser como um todo, e ainda a imposição das mãos, e após verificação do resultado, administrou outro procedimento, as mãos sobre os olhos.
Por este relato, conclui-se que Jesus utilizou da ação fluídica intencionalmente, com qualidades específicas e de formas variadas. É importante ressaltar que nos procedimentos de tratamento em casas espíritas, nem sempre o médium poderá dispor de conhecimento detalhado sobre o paciente, devendo, portanto, dispor de orientações para procedimento geral para estas situações. Para maiores esclarecimentos sobre este ponto, ver estudo no link:
http://ccconti.com/Artigos/OPasse.pdf.

Continua - Parte 2...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

DOAÇÃO (Humor e Espiritismo)

Por que na hora de doar algo nosso escolhemos só o que está velho, rasgado, puído, manchado, quebrado, o que não serve mais? Gostaria de receber um presente assim? Doe, mas doe coisas boas! Além de suprir uma necessidade física estará também alegrando a alma. Os bens materiais são importantes e podemos usufruir deles quando estamos imersos na matéria. Mas acumular mais do que o necessário não é nada bom, principalmente quando falta ao outro o que agora pode estar lhe sobrando. Ao fim de nossa jornada na Terra não levaremos bagagens, mas os tesouros imateriais conquistados no convívio com o próximo e com a própria consciência.
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Argumento - Jean Rizo
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Assistente de Produção - Sidney Grillo
REALIZAÇÃO:
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www.amigosdaluz.com

Fonte: rede Amigo Espírita

domingo, 13 de setembro de 2015

Mural reflexivo: Beleza

7princessesBeleza

             Aspiração humana, a beleza física atinge em cheio nosso senso estético. Enche os olhos com suas cores e formas. Atrai, desperta desejos. Quem não a quer?

            Mas a beleza também traz consigo o pesado tributo da inveja, da cobiça, da vaidade e do orgulho.

            Mesmo assim, todos a queremos. Faz parte da natureza humana desejar sobressair-se, destacar-se por algo que os demais não têm.

             Por isso estendemos nosso desejo de beleza física para parceiros, filhos, roupas, casa, jardim, objetos. Queremos beleza em tudo, a toda hora. E rejeitamos automaticamente o que consideramos feio.

            Mas, o que é a beleza física? Um corpo perfeito, um rosto adorável? Cabelos brilhantes? Tudo isso é tão passageiro.

            O corpo envelhece e um dia morrerá.

            Cuidar do corpo é fundamental, mantê-lo limpo, bem cuidado, é dever de todos nós. Mas não precisamos transformar o corpo no centro absoluto de nossa atenção.

            E como vemos isso acontecer, não é? Tanta gente que permanece horas sem fim em academias, gastando muito dinheiro em cirurgias plásticas, lipoaspirações, remédios para emagrecer, cremes para retardar o envelhecimento.

            Uma saudável vaidade não é condenável. Querer estar bem, não afrontar os demais com uma aparência maltratada é o ideal. Mas há um limite para os exageros. E esse limite por vezes é ultrapassado.

            O problema que isso tudo gera é que, ao fim da vida, o que será  daquele cuja atenção total estava no corpo?

             É por isso que vemos gente que envelhece atormentada, sem aceitar a própria idade, sem conseguir ser feliz. Há tantos que sofrem por causa da musculatura flácida, das rugas e da perda de viço da pele.

             Mas sofrer por isso não parece desnecessário?

             Sim. Devemos evitar cultivar o sofrimento em qualquer circunstância, especialmente por causa de um corpo que está destinado a desaparecer, voltar ao pó.

            E, no entanto, a beleza da alma – que ficará para todo o sempre – raros se lembram de cultivar.

            Essa beleza esplêndida, que se manifesta em gestos de amor, em palavras gentis, em paciência, doçura e serenidade.

            Acredite: as atitudes afetuosas são os cremes que retiram a fealdade espiritual. São as cirurgias plásticas que restauram a beleza moral. Elas são o nosso principal investimento para o futuro.

            Mas não pense que as coisas são simples como um estalar de dedos. Para exercitar a beleza da alma é necessário mais do que uma simples vontade. É preciso disciplina. E muito importante é ter os olhos voltados para algo além da vida na Terra.

            Se você observar cuidadosamente, verá que a maioria das pessoas se prende demais aos valores materiais. A sensação que se tem é que a curta vida na Terra é o centro de toda atenção da maioria da Humanidade.

            Raros são os que fixam seu  pensamento em Deus e buscam agir de acordo com as leis criadas por Ele.

            Esses encaram  a vida na Terra somente como uma passagem. Por isso eles trabalham, agem, relacionam-se com as pessoas, mas têm profunda consciência de que tudo é passageiro e impermanente.

            Viver assim tem suas dificuldades. Primeiro, porque a sedução da Terra é muito grande. Os prazeres, condições e sensações materiais têm apelos muito fortes.

            Eles nos atraem, prendem e nos mantêm atados às cadeias das paixões e alegrias momentâneas.

            Assim, os que desejam cultivar a beleza da alma devem ter disciplina porque precisam estar focados nos valores imortais da vida para perceber a prisão que é a vida terrena, para não se deixar aprisionar pela ilusão corporal.

            Esses, com os olhos postos nas estrelas, sabem que a vida é muito mais que a carne do corpo, que fazemos parte do imenso Plano Divino, onde a única beleza que importa é a do Espírito que vive para o bem.

            Pense nisso!

    Redação do Momento Espírita