sábado, 1 de agosto de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XI – Itens 8 a 10
Tema:   A lei de amor
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A - Texto de Apoio:

A lei de amor

8. O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e areencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

9. O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. E fato, que já haveis podido comprovar muitas vezes, este: o homem, por mais abjeto, vil e criminoso que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer viva e ardente afeição, à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções.

A um ente ou um objeto qualquer, disse eu, porque há entre vós indivíduos que, com o coração a transbordar de amor, despendem tesouros desse sentimento com animais, plantas e, até, com coisas materiais: espécies de misantropos que, a se queixarem da Humanidade em geral e a resistirem ao pendor natural de suas almas, que buscam em torno de si a afeição e a simpatia, rebaixam a lei de amor à condição de instinto. Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana.

Há pessoas a quem repugna a reencarnação, com a ideia de que outros venham a partilhar das afetuosas simpatias de que são ciosas. Pobres irmãos! o vosso afeto vos torna egoístas; o vosso amor se restringe a um círculo íntimo de parentes e de amigos, sendo-vos indiferentes os demais. Pois bem! para praticardes a lei de amor, tal como Deus o entende, preciso se faz chegueis passo a passo a amar a todos os vossos irmãos indistintamente. A tarefa é longa e difícil, mas cumprir-se-á: Deus o quer e a lei de amor constitui o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia matará o egoísmo, qualquer que seja a forma sob que se apresente, dado que, além do egoísmo pessoal, há também o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Disse Jesus: "Amai o vosso próximo como a vós mesmos." Ora, qual o limite com relação ao próximo? Será a família, a seita, a nação? Não; é a Humanidade inteira. Nos mundos superiores, o amor recíproco é que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam, e o vosso planeta, destinado a realizar em breve sensível progresso, verá seus habitantes, em virtude da transformação social por que passará, a praticar essa lei sublime, reflexo da Divindade.

Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam: fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes.

Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. E um ímã a que não lhe é possível resistir. O contato desse amor vivifica e fecunda os germens que dele existem, em estado latente, nos vossos corações. A Terra, orbe de provação e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado e verá praticados na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João, o Evangelista. Como sabeis, quando a enfermidade e a velhice o obrigaram a suspender o curso de suas prédicas, limitava-se a repetir estas suavíssimas palavras: Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros."

Amados irmãos, aproveitai dessas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: "Amai-vos" e vereis a Terra em breve transformada num Paraíso onde as almas dos justos virão repousar. - Fénelon. (Bordéus, 1861.)

10. Meus caros condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem, por meu intermédio: "Amai muito, a fim de serdes amados." E tão justo esse pensamento, que nele encontrareis tudo o que consola e abranda as penas de cada dia; ou melhor: pondo em prática esse sábio conselho, elevar-vos-eis de tal modo acima da matéria que vos espiritualizareis antes de deixardes o invólucro terrestre. Havendo os estudos espíritas desenvolvido em vós a compreensão do futuro, uma certeza tendes: a de caminhardes para Deus, vendo realizadas todas as promessas que correspondem às aspirações de vossa alma, Por isso, deveis elevar-vos bem alto para julgardes sem as constrições da matéria, e não condenardes o vosso próximo sem terdes dirigido a Deus o pensamento.

Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados; e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, destinados a se elevarem ao infinito. Assim, não podeis recusar aos vossos irmãos o que Deus liberalmente vos outorgou, porquanto, de vosso lado, muito vos alegraria que vossos irmãos vos dessem aquilo de que necessitais. Para todos os sofrimentos, tende, pois, sempre uma palavra de esperança e de conforto, a fim de que sejais inteiramente amor e justiça.

Crede que esta sábia exortação: "Amai bastante, para serdes amados", abrirá caminho; revolucionária, ela segue sua rota, que é determinada, invariável. Mas, já ganhastes muito, vós que me ouvis, pois que já sois infinitamente melhores do que éreis há cem anos. Mudastes tanto, em proveito vosso, que aceitais de boa mente, sobre a liberdade e a fraternidade, uma imensidade de ideias novas, que outrora rejeitaríeis. Ora, daqui a cem anos, sem dúvida aceitareis com a mesma facilidade as que ainda vos não puderam entrar no cérebro.

Hoje, quando o movimento espírita há dado tão grande passo, vede com que rapidez as ideias de justiça e de renovação, constantes nos ditados espíritas, são aceitas pela parte mediana do mundo inteligente. E que essas ideias correspondem a tudo o que há de divino em vós. E que estais preparados por uma sementeira fecunda: a do século passado, que implantou no seio da sociedade terrena as grandes ideias de progresso. E, como tudo se encadeia sob a direção do Altíssimo, todas as lições recebidas e aceitas virão a encerrar-se na permuta universal do amor ao próximo. Por aí, os Espíritos encarnados, melhor apreciando e sentindo, se estenderão as mãos, de todos os confins do vosso planeta. Uns e outros reunir-se-ão, para se entenderem e amarem, para destruírem todas as injustiças, todas as causas de desinteligências entre os povos.

Grande conceito de renovação pelo Espiritismo, tão bem exposto em O Livro dos Espíritos; tu produzirás o portentoso milagre do século vindouro, o da harmonização de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação deste preceito bem compreendido: "Amai bastante, para serdes amados." Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Comente a frase: “os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito”.

2 – Quais são os efeitos da lei de amor?

2 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Por que falamos muito (e como calar a boca)?

Por que falamos muito (e como calar a boca)?

A ciência diz: cuide do seu nariz, você fala demais

por Luciana Galastri

Você, provavelmente, fala muito. Se não pessoalmente, através das redes sociais. E a ciência afirma que isso é importante: somos animais sociais, evoluídos para viver em comunidade - e, para que isso seja possível, precisamos nos comunicar.
Mas a ciência mostra que nosso assunto favorito é... nós mesmos. Pesquisas indicam que pessoas passam 60% de suas conversas falando sobre si mesmas e 80% dos posts em redes sociais são sobre o mesmo assunto. O motivo? Nos sentimos bem fazendo isso - tão bem que psicólogos de Harvard descobriram que tem gente disposta a pagar para divulgar informações sobre sua vida.
Se todo mundo se comporta desse jeito, qual é o mal nisso? Contamos: a duração da nossa atenção foi medida - e os resultados não são promissores. Prestamos atenção em informações divulgadas por outras pessoas apenas por 59 segundos, chegando a até 8 segundos quando recebemos informações verbalmente e por fontes digitais.
E a conversa ideal é feita de respostas - não é um monólogo. Se considerarmos que deveríamos falar apenas metade do tempo, com nosso interlocutor preenchendo a outra metade, estamos em uma taxa bem distante.
O pessoal da FastCompany entrevistou o psiquiatra especializado em negócios, Mark Goulston, e descobriu que passamos por três estágios durante conversas:
O estágio de negócios: você inicia a conversa sobre assuntos objetivos, relevantes e de forma concisa
O estágio do prazer: como é tão bom falar sobre você, você nem percebe que a outra pessoa não está ouvindo
A tentativa de recuperar o palco: em vez de ouvir a outra pessoa, você tenta recuperar a atenção dela falando ainda mais
E como não passar por esses estágios constrangedores? O conselho é acreditar que você tem sinal verde durante os primeiros 20 segundos da troca de ideias. Nesse período o seu interlocutor está prestando atenção e gostando das informações (desde que elas sejam relevantes para o papo). A luz amarela acente nos próximos 20 segundos - você já corre o risco de soar enfadonho e perder o interesse da outra pessoa. Depois de 40 segundos, sinal vermelho - o assunto pode parecer fascinante para você, mas as chances são de que a pessoa já não esteja mais curtindo a conversa. Dê uma pausa para que ela faça suas observações.
Outra dica para ter conversas mais 'saudáveis', segundo Goulston, é determinar por que você fala tanto. Um motivo pode ser a tentativa de impressionar seu interlocutor, especialmente se você não está tão confiante. Algumas pessoas falam muito quando estão nervosas, esperando que a conversa toda as acalme, mesmo que inconscientemente. E tem um terceiro tipo de pessoa que simplesmente não tem o hábito de fazer perguntas para trazer os outros para dentro do papo, assim como ouvir silenciosamente suas respostas. Sabendo as causas, você pode se 'treinar' para domá-las.
Se ficar quieto é difícil para você, a recomendação é tratar uma conversa como uma competição. Se você acabou de responder a própria pergunta, você perdeu. Dê tempo aos outros para que eles se coloquem dentro do papo.
Via
FastCo

Matéria publicada na Revista Galileu, em 12 de junho de 2015.

Claudio Conti* comenta
Apesar da notícia ter sido veiculada na Revista Galileu em junho deste ano, ela reporta a outra notícia veiculada na revista Scientific American em julho de 2013, intitulada "The Neuroscience of Everybody's Favorite Topic", que por sua vez está relacionada com um artigo científico cujo “link" está quebrado e não pode ser acessado.
É importante ressaltar que as conclusões apresentadas, segundo o artigo da Scientific American, não são subjetivas, mas resultados de experimentos controlados e observados por imageamento do cérebro com ressonância magnética funcional para visualização das regiões cerebrais ativadas quando submetido a determinados estímulos, segundo os experimentos delineados pelos pesquisadores.
Nos experimentos foram tratadas questões tais como falar de si mesmo com alguém ouvindo e sem ninguém para ouvir, nem mesmo os cientistas.
É interessante observar que apenas falar de si mesmo, independentemente de alguém estar ouvindo, cause sensação de satisfação e, quando alguém está ouvindo, ou melhor, quando se acredita que alguém esteja ouvindo, a sensação de satisfação é ainda aumentada.
Ainda no artigo da Revista Galileu, há referência à pesquisa conduzida pela Fast Company que indica um outro ponto igualmente interessante: em geral, não se presta atenção no que o outro está falando ou apenas por um tempo muito reduzido.
Assim, podemos concluir que gostamos de falar sobre nós mesmos e não ouvimos o que os outros têm para dizer. A sensação de satisfação ao falar de si próprio é uma manifestação do orgulho, enquanto que não ouvir o que o outro tem a dizer é uma manifestação do egoísmo.
Na Codificação Espírita encontramos numerosas menções ao orgulho e ao egoísmo, duas grandes chagas da humanidade e motivo pelo qual permanecemos ligados a um mundo de expiação e provas como o planeta Terra. Podemos mencionar, como exemplo, a questão 785 d’O Livro dos Espíritos, que diz o seguinte: Qual o maior obstáculo ao progresso? “O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre...”
Assim, podemos, com segurança, concordar com o resultado da pesquisa realizada, pois é uma constatação daquilo que o Espiritismo veio ensinar.

* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Revista Espírita: A TERRA PROMETIDA



(Enviada pelo Sr. Rodolfo, de Mulhouse)

O Espiritismo se levanta e logo sua luz fecunda vai alumiar o mundo; seu brilho magnífico protestará contra os ataques dos interessados em conservar os abusos e contra a incredulidade do materialismo. Os que duvidam sentir-se-ão felizes por encontrar nesta doutrina nova, tão bela, tão pura, o bálsamo consolador que os curará do cepticismo e os tornará aptos a melhorar e progredir, como todas as demais criaturas. Privilegiados serão os que,renunciando às impurezas da matéria, se lançarem em vôo rápido até o topo das idéias mais puras e buscarem desmaterializar-se completamente.

Povos! erguei-vos para assistir à aurora desta vida nova,que vem para a vossa regeneração; que, enviada por Deus, vem para vos unir numa santa comunhão fraterna. Oh! como serão felizes os que, ouvindo esta voz abençoada do Espiritismo, seguirem sua bandeira e cumprirem o apostolado, que deve reconduzir os irmãos extraviados pela dúvida e pela ignorância, ou embrutecidos pelo vício!

Voltai, ovelhas desgarradas, voltai ao aprisco; levantai a cabeça, contemplai o vosso Criador e rendereis homenagem ao seu amor por vós. Retirai prontamente o véu que vos ocultava o Espírito da Divindade; admirai-o em toda a sua bondade; prostrai a face contra a terra e arrependei-vos. O arrependimento vos abrirá as portas da felicidade: as de um mundo melhor, onde reinam o amor mais puro, a fraternidade mais estreita, onde cada um sente alegria na alegria do próximo.

Não sentis que se aproxima o momento em que vão surgir coisas novas? Não sentis que a Terra está em trabalho de parto? Que querem esses povos que se remexem, que se agitam,que se aprestam para a luta? Por que vão combater? Para romper as cadeias que estancam o progresso de sua inteligência, absorvem a sua seiva, semeiam a desconfiança e a discórdia, armam o filho contra o pai, o irmão contra o irmão, corrompem as nobres aspirações e matam o gênio. Ó liberdade! Ó independência! nobres atributos dos filhos de Deus, que alargais o coração e elevais a alma,é por vós que os homens se tornam bons, grandes e generosos; por vós nossas aspirações se voltam para o bem, a injustiça desaparece,os ódios se extinguem e a discórdia, envergonhada, foge e apaga seu facho, temendo irradiar seus sinistros clarões. Irmãos! escutai a voz que vos diz: Marchai! marchai para esse brilhante objetivo que vedes despontar mais além! Marchai para esse brilhante raio de luz que está à vossa frente, como a coluna luminosa adiante do povo de Israel; ele vos conduzirá à verdadeira Terra Prometida, onde reina a eterna felicidade, reservada aos Espíritos puros. Armai-vos de virtudes; purificai-vos das impurezas e, então a rota vos parecerá fácil e a encontrareis coberta de flores; percorrê-la-eis com um inefável sentimento de alegria, porque, a cada passo,compreendereis que vos aproximais do alvo onde podeis conquistar as palmas eternas.

Mardochée

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A006 – Examinando a obsessão - 2ª parte

Examinando a obsessão – parte 02

Obsessores, obsidiados!

A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente.

Os tratamentos da obsessão, por conseguinte, são complexos, impondo alta dose de renúncia e abnegação àqueles que se oferecem e se dedicam a tal mister.

Uma força existe capaz de produzir resultados junto aos perseguidores encarnados ou desencarnados, conscientes ou inconscientes: a que se deriva da conduta moral. A princípio, o obsessor dela não se apercebe; no entanto, com o decorrer do tempo, os testemunhos de elevação moral que enseja, confirmando a nobreza da fé, que professa como servidor do Cristo, colimam por convencer o algoz da elevação de princípios de que se revestem os atos do seu doutrinador, terminando por deixar livre, muitas vezes, aquele a quem afligia. Além da exemplificação cristã, a oração consegue lenir as úlceras morais dos assistidos, conduzindo benesses de harmonia que apaziguam o desequilibrado, reacendendo nele a sede e a necessidade da paz.

Nem sempre, porém, os resultados são imediatos. Para a maioria dos Espíritos, o tempo, conforme se conta na Terra, tem pouca significação. Demoram-se, obstinados, com tenacidade incomparável nos propósitos a que se entregam, anos a fio, sem que algo de positivo se consiga fazer, prosseguindo a tarefa insana, em muitos casos, até mesmo depois da morte... Isto porque do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão. Iniciado o programa de recuperação, deve este esforçar-se de imediato para a modificação radical do comportamento, exercitando-se na prática das virtudes cristãs, e, principalmente, moralizando-se. A moralização do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que, através de uma renovação íntima bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto a eficiência das diretrizes que lhe oferecem como normativa de felicidade.

Merece considerar, neste particular, que o desgaste orgânico e psíquico do médium enfermo, mesmo depois do afastamento do Espírito malévolo, ocasiona um refazimento mais demorado, sendo necessária, às vezes, compreensivelmente, assistência médica prolongada.

Diante dos esforços que se conjugam entre o assistente e o assistido, os Espíritos Superiores interessados no progresso da Humanidade oferecem, também, valiosos recursos que constituem elementos salutares e preciosos.

Sem tal amparo, toda incursão que se intente no ministério da desobsessão será improfícua, senão perigosa, pelos resultados negativos que apresenta.

Um espírito lidador, devidamente preparado para as experiências de socorro aos obsidiados, é dínamo potente que gera energia eletromagnética, que, aplicada mediante os passes, produz distoniaa e desajustes emocionais no hóspede indesejável, afastando-o de momento e facultando, assim, ao hospedeiro a libertação mental necessária para assepsiar-se moralmente, reeducando a vontade, meditando em oração, num verdadeiro programa evangélico bem disciplinado que, segura e lentamente, edifica uma cidadela moral de defesa em volta dele mesmo.

Por isso o Mestre, diante de determinados perseguidores desencarnados, afirmou: “contra esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”, e, após atender às aflições de cada atormentado que O buscava, prescrevia, invariável e incisivo: “Não voltes a pecar para que algo pior não te aconteça”.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – A despeito do que oferecem muitas técnicas ditas “desobsessivas” em algumas Casas Espíritas (e também, mesmo que inconsciente, em outras religiões cristãs), que prometem resultados rápidos para os obsediados, sabemos que o tratamento da obsessão é de largo curso. Por quê?

2 – "do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão." No que consiste este tratamento, e qual seu elemento mais forte para a quebra das relações obsessivas? Por que é do paciente a grande responsabilidade no sucesso do tratamento?

3 – Qual o efeito da fluidoterapia, especialmente o passe, no tratamento de desobsessão?

4 – Que quis dizer o Mestre quando afirmou: “contra esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”? O que significam a oração e o jejum para a equipa mediúnica de desobsessão?

Bom estudo a todos!!

Equipe Manoel Philomeno

terça-feira, 28 de julho de 2015

Revista Espírita: O COLISEU



(Enviada pelo Conde X..., de Roma. Traduzida do italiano)

Que sentimento faz nascer em vós a visão do Coliseu? O produzido pelo aspecto de toda ruína: tristeza. Suas vastas e belas proporções lembram todo um mundo de grandeza; mas sua decrepitude invariavelmente leva o pensamento para a fragilidade das coisas humanas. Tudo passa; e os monumentos, que pareciam desafiar o tempo, se desmoronam, como para provar que só as obras de Deus são duráveis. E quando os escombros, semeados por toda parte, protestam contra a eternidade das obras do homem,ousais chamar eterna uma cidade juncada de ruínas do passado!

Onde estás, Babilônia? Onde estás, Nínive? Onde vossos imensos e esplêndidos palácios? Viajante, em vão os procura sob as areias do deserto; não vês que Deus os apagou da face da Terra? Roma! Esperas, pois, afrontar as leis da Natureza? Sou cristã, dizes, e Babilônia era pagã. Sim; mas, como ela, és de pedra, e um sopro de Deus pode dispersar essas pedras
amontoadas. O solo que treme à tua volta não está a te advertir que teu berço, que se acha sob teus pés, pode tornar-se o teu túmulo? Sou cristã, dizes, e Deus me protege! Mas ousas comparar-te a esses primeiros cristãos, que morriam pela fé, e cujos pensamentos já
eram deste mundo, tu que vives de prazeres, luxo e indolência? Lança os olhos sobre estas arenas, diante das quais passas com tanta indiferença; interroga estas pedras, ainda de pé, e elas te falarão, e a sombra dos mártires te aparecerá para dizer: Que fizeste da simplicidade, de que nosso divino mestre fez uma lei, de humildade e de caridade, cujo exemplo nos deu? Tinham palácios? Vestiam-se de ouro e seda esses primeiros propagadores do Evangelho? Suas mesas esbanjavam o supérfluo? Tinham coortes de servos inúteis para lhes adular o orgulho? Que há de comum entre ti e eles? Eles não buscavam senão os tesouros do Céu, e tu buscas os tesouros da Terra! Ó homens que vos dizeis cristãos,vendo o vosso apego aos bens perecíveis deste mundo, dir-se-ia realmente que não contais com os da eternidade. Roma! que te dizes imortal, possam os séculos futuros não buscar o teu lugar, como hoje é procurado o da Babilônia!

Dante

Observação – Por singular coincidência, estas duas últimas comunicações nos chegaram no mesmo dia. Embora tratando do mesmo assunto, vê-se que os Espíritos o encaram cada um do seu ponto de vista pessoal. O primeiro vê a Roma religiosa e, em sua opinião, eterna, porque será sempre a capital do mundo cristão; o segundo vê a Roma material e diz que nada do que os homens edificam é eterno. Aliás, sabe-se que os Espíritos têm suas opiniões e que podem divergir entre si na maneira de ver, quando ainda imbuídos das idéias terrestres; só os Espíritos mais puros estão isentos de preconceitos. Mas, pondo de lado a opinião, que pode ser controversa, não se poderá recusar a estas duas comunicações uma grande elevação de estilo e de pensamento e cremos que não seriam desabonadas pelos autores que levam seus nomes.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB – 1970 - A005 – Examinando a obsessão - 1ª parte - CONCLUSÃO

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A005 – Examinando a obsessão - 1ª parte

CONCLUSÃO

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Segundo a conceituação de Allan Kardec, que é obsessão? Por quais espíritos é praticada, e o que os podem motivar?

Obsessão é a ação persistente que o desencarnado pode realizar em um encarnado. Nunca é praticada por espíritos elevados, mas apenas por espíritos atrasados, que querem impor sua vontade a todo custo. Os benfeitores, quando não são ouvidos, afastam-se, entregando à própria sorte o encarnado rebelde; no entanto, retornam sempre que este os procurem.

As causas das obsessões variam bastante: A) projetos de vingança do desencarnado sobre o reencarnado a partir de experiências pretéritas, B) o desejo de certos espíritos em tornar infelizes os outros, seja por inveja, ignorância, etc, C) o compartilhamento de vícios, D) a atenção que os espíritos infelizes dão às questões materiais, D) etc, etc. Em todas elas, há uma sintonia estabelecida entre os dois.

2 – "Não foram os médiuns, nem os espíritas que criaram os Espíritos." Somente médiuns ostensivos estão sujeitos à ação obsessiva? Se não, quem são estas pessoas mais susceptíveis à obsessão? Em que o estudo e a prática do espiritismo podem colaborar para o tratamento dos casos obsessivos?

Todos nós estamos sujeitos às obsessões nas suas diversas formas e causas, pois todos nós estamos mergulhados no mundo espiritual, no qual transitam continuamente os espíritos. Porém, evidentemente, os efeitos da obsessão poderão ser mais sentidos nos médiuns ostensivos, em consequência da própria faculdade mediúnica.

As pessoas mais susceptíveis de estabelecerem sintonia obsessiva serão aquelas que mais apresentarem os "plugues" para isso, quais sejam: as imperfeições morais, os vícios diversos, a desatenção com os compromissos espirituais.

O estudo do Espiritismo é um grande colaborador para o tratamento da problemática obsessiva, porquanto esclarece a situação, aparelhando o encarnado e o desencarnado para quebrarem as algemas obsessivas. Conforme esclarece, qualquer situação obsessiva se estabelece sobre a lei de afinidades, isto é, encarnado e desencarnado possuem pontos em comum, através dos quais um e outro sugerem pensamentos recíprocos e transferem energias deletérias; assim, desconstruindo estes pontos, por meio de variadas técnicas, a obsessão tomba, e ambos se libertam!

3 – Manoel Philomeno apresenta dois casos especiais de obsessão de encarnado para encarnado, nos períodos de desprendimento parcial pelo sono, e de encarnado para desencarnado, trazendo para este último as lembranças dolorosas da vida física. Comente e exemplifique estes dois casos obsessivos.

A partir dos estudos na literatura subsidiária, compreendemos hoje que a obsessão não se limita ao seu modo clássico, ou seja, desencarnado sobre encarnado, conforme a conceituação do Codificador. Ela pode possuir duas outras dinâmicas como afirmado acima. Poderemos encontrar a obsessão no polo encarnado/encarnado, por exemplo, nas relações doentias entre casais em desequilíbrio, entre pais e filhos em situação de guerra psíquica, no trabalho, nas igrejas, etc - todas elas estudadas, porém e de forma complementar, por outro prisma, pelas ciências Psicologia e Psiquiatria. Na outra forma, encarnado sobre desencarnado, poderemos identificá-lo, sobretudo, pela revolta do encarnado perante a desencarnação de um ente ou afeto querido. Este primeiro, devido à inconformação, emite pensamentos algemando o último nas teias da angústia e revolta.

Até o próximo estudo,

Sala Manoel Philomeno/CVDEE

domingo, 26 de julho de 2015

Revista Espírita: ROMA



(Enviada pelo Sr. Sabò, de Bordeaux)

Cidade de Rômulo, cidade dos Césares, berço do Cristianismo, tumba dos apóstolos, tu és a cidade eterna, e Deus quer que a longa letargia em que caíste cesse finalmente. Vai soar a hora de teu retorno; sacode o entorpecimento de teus membros; levanta-te, forte e valente, para obedecer aos destinos que te esperam, pois há longos séculos não passas de uma cidade deserta. As ruínas numerosas de tuas vastas arenas, que dificilmente continham as ondas de ávidos espectadores, mal são visitadas pelos raros estrangeiros que, de vez em quando, passam por tuas ruas solitárias. Tuas catacumbas, onde repousam os despojos de tantos soldados valentes, mortos pela fé, apenas os tiram de sua indiferença. Mas a crise que sofres será a última e irás sair desse penoso e doloroso trabalho, grande, forte, poderosa, transformada pela vontade de Deus e, do alto de tua velha basílica, a voz do sucessor de São Pedro estenderá sobre ti as mãos que trarão as bênçãos do céu, e ele chamará ao seu supremo conselho os Espíritos do Senhor; submeter-se-á às suas lições e dará o sinal do progresso, empunhando francamente a bandeira do Espiritismo.  Então, submetido a seus ensinos, o universo católico acorrerá em massa para se colocar ao redor do cajado de seu primeiro pastor e, dado esse impulso, todos os corações se voltarão para ti. Serás o farol luminoso que deve iluminar o mundo, e teus habitantes, alegres e felizes por te ver dar às nações o exemplo do melhoramento e do progresso, repetirão em seu canto: Sim, Roma é a cidade eterna.