quinta-feira, 14 de março de 2013

Qual sua opinião?! - Suicídio...

Qual seu entendimento, opinião, conhecimento, dúvida?!
Vamos papear sobre o assunto?!
Te aguardamos! :)
Beijos a abraços
 
 
 
(tiramos a imagem do blog do João Luiz, nosso visitante da semana)
 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Revista Espírita: Pneumatografia ou escrita direta


Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Segundo Ano 1859
Agosto
Pneumatografia ou escrita direta
 
Revista Espírita, agosto de 1859
 
A Pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem nenhum
intermediário; ela difere da Psicografia no fato de que esta é a transmissão do pensamento do Espírito, por meio da escrita, pelas mãos de um médium. Demos essas duas palavras no Vocabulário Espírita colocado à entrada de nossa Instrução prática, com a indicação de sua diferença etimológica. Psicografia, do grego psuikê, borboleta, alma, e graphó, eu escrevo; pneumatografia, de pneuma, ar, sopro, vento, espírito. No médium escrevente, a mão é o instrumento; mas sua alma, ou Espírito encarnado nele, é o intermediário, o agente ou o intérprete do Espírito estranho que se comunica; na Pneumatografia, é o próprio Espírito estranho que escreve diretamente, sem intermediário.

O fenômeno da escrita direta, sem contradita, é um dos mais extraordinários do Espiritismo, por anormal que pareça à primeira vista, é hoje um fato averiguado e incontestável; se dele ainda não falamos, foi porque esperávamos poder dar-lhe a explicação, e nós mesmos podermos fazer todas as observações necessárias, para tratar a questão com conhecimento de causa. Se a teoria é necessária, para dar-se conta da possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, ela o é mais ainda, talvez, neste caso, sem contradita, um dos mais estranhos que se apresentara, mas que deixa de ser sobrenatural desde que se lhe compreenda o princípio. À primeira revelação desse fenômeno, o sentimento dominante foi o de dúvida; a idéia de uma fraude veio logo ao pensamento; com efeito, todo o mundo conhecia a ação das tintas, ditas simpáticas, cujos traços, de início completamente invisíveis, apareciam ao cabo de algum tempo. Poderia, portanto, ocorrer que se abusasse da credulidade, e nós não afirmaremos que jamais se haja feito; estamos mesmo convencidos de que certas pessoas, não com um objetivo mercenário, mas unicamente por amor próprio e para fazer crer em seu poder, empregaram subterfúgios.

J.J. Rousseau narra o fato seguinte na terceira das cartas escritas da Montagne: "Eu vi em Veneza, em 1743, um modo de sorte bastante novo, e mais estranho que os de Prèneste; aquele que queria consultá-las, entrava num quarto, e aí permanecia, só se o desejasse. Ali, de um livro cheio de folhas brancas, dele tirava uma à sua escolha; depois, segurando nessa folha, ele pedia não em voz alta mas mentalmente, o que queria saber; em seguida, ele dobrava a folha branca, a envelopava, escondia-a, colocava-a em um livro também oculto; enfim, depois de recitar certas fórmulas, muito barrocas, sem perder seu livro de vista, ia tirar-lhe o papel, reconhecer a marca, abri-lo, e encontrar sua resposta escrita.

"O mágico que fazia essas sortes era o primeiro secretário da embaixada de França, e ele se chamava J.J. Rousseau."

Duvidamos que Rousseau haja conhecido a escrita direta, de outro modo saberia muitas outras coisas com respeito às manifestações espíritas, e não teria tratado a questão tão levianamente; é provável, como ele mesmo reconheceu quando o interrogamos sobre esse fato, que empregou um procedimento que lhe ensinara um charlatão italiano.

Mas pelo fato de que se pode imitar uma coisa, seria absurdo disso concluir que a coisa não existe. Não se encontrou, nos últimos tempos, um meio de imitar a lucidez sonambúlica ao ponto de iludir? E do fato que esse procedimento de saltimbanco correu todas as feiras, é necessário concluir que não haja verdadeiros sonâmbulos? Por que certos mercadores vendem vinho adulterado, isso é uma razão para que não haja vinho puro? Ocorre o mesmo com a escrita direta; as precauções para se assegurar da realidade do fato sendo, aliás, bem simples e bem fáceis e, graças a essas precauções, não se pode hoje objetar-lhe nenhuma dúvida.

Uma vez que a possibilidade de escrever sem intermediário é um dos atributos do Espírito, que os Espíritos existiram de todos os tempos, e de todos os tempos, também, produziram os diversos fenômenos que conhecemos, igualmente deveram produzir a escrita direta, na antigüidade tão bem quanto em nossos dias; assim é que se pode explicar a aparição de três palavras na sala do festim de Baltazar. A Idade Média, tão fecunda em prodígios ocultos, mas que foram abafados sob as fogueiras, deveu conhecer também a escrita direta, e talvez encontrou, na teoria das modificações que os Espíritos podem operar sobre a matéria, e que reportamos no nosso artigo precedente, o princípio da transmutação dos metais; é um ponto que trataremos algum dia.

Um de nossos assinantes dizia-nos recentemente que um de seus tios, cônego, que fora
missionário no Paraguai durante muitos anos obtia, por volta do ano de 1800, a escrita direta conjuntamente com seu amigo, o célebre abade Faria. Seu procedimento, que nosso assinante jamais conheceu bem, e que, de alguma sorte, havia surpreendido furtivamente, consistia numa série de anéis suspensos, aos quais eram adaptados os lápis verticais, cuja ponta repousava sobre o papel. Esse procedimento ressente-se da infância da arte; fizemos progressos depois. Quaisquer que sejam os resultados obtidos em diversas épocas, não foi senão depois da vulgarização das manifestações espíritas, que é seriamente considerada a questão da escrita direta. O primeiro que parece tê-la feito conhecer em Paris, nos últimos anos, foi o senhor barão de Guldenstubbe, que publicou sobre esse assunto uma obra muito interessante, contendo um grande número de fac símiles de escritas que obteve (1). ((1) realidade dos Espíritos e de suas manifestações, demonstrada pelo fenômeno da escrita direta. Pelo senhor barão de Guldenstubbe; 1 vol. - in 8, com 15 pranchas e 93 fac-similes. Preço 8 fr. casa Frank, Rua Richelieu. Encontra-se também na casa Dentu e Ledoyen. ) O
fenômeno já era conhecido na América há algum tempo. A posição social do senhor de
Guldenstubbe, sua independência, a consideração que gozava no mundo mais elevado,
afastam incontestavelmente toda suspeição de fraude voluntária, porque ele não pôde moverse por algum motivo de interesse. Poder-se-ia, quando muito, crer que ele mesmo era o joguete de uma ilusão; mas a isso um fato responde peremptoriamente, que é a obtenção do mesmo fenômeno por outras pessoas, cercando-se de todas as precauções necessárias para evitar toda a fraude e toda causa de erro.

A escrita direta se obtém, como em geral a maioria das manifestações espíritas não
espontâneas, pelo recolhimento, a prece e a evocação. Ela tem sido obtida, freqüentemente, nas igrejas, sobre os túmulos, ao pé das estátuas ou de imagens de personagens que são chamadas; mas é evidente que a localidade não tem outra influência senão a de provocar o maior recolhimento, e a maior concentração do pensamento; porque está provado que são obtidas, igualmente, sem esses acessórios, e nos lugares mais vulgares, sobre um simples móvel doméstico, encontrando-se nas condições morais desejadas, e se lhe une a faculdade medianímica necessária.

No princípio, pretendia-se que era necessário depositar um lápis com o papel; os fatos,
então, podiam se explicar até um certo ponto. Sabe-se que os Espíritos operam o movimento e o deslocamento de objetos; que eles os tomam e os lançam, algumas vezes, no espaço; poderiam, pois, muito bem tomar o lápis e dele se servirem para traçarem caracteres; uma vez que lhe dão o impulso por intermédio da mão do médium, de uma prancheta, etc., poderiam igualmente fazê-lo de um modo direto. Mas não se tardou a reconhecer que a presença do lápis não era necessária, e que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, sobre o qual se encontram, depois de alguns minutos, caracteres traçados.

Texto retirado do: www.espirito.org.br

segunda-feira, 11 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

Revista Espírita: Conversas familiares de alémtúmulo


Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Segundo Ano 1859
Julho
 
Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas.
 
Boletim da Sociedade Parisiense
de Estudos Espíritas
 
Revista Espírita, julho de 1859
 
Publicaremos no futuro o comentário regular das sessões da Sociedade. Contávamos fazê-lo a partir deste número, mas a quantidade de matérias nos obrigou a adiá-lo para a próxima entrega. Os Sócios que não residem em Paris, e os membros correspondentes, poderão assim seguir os trabalhos da Sociedade. Limitar-nos-emos a dizer hoje que, apesar da intenção do que o senhor Allan Kardec havia expressado em seu discurso de encerramento de renunciar à presidência, quando da renovação da secretaria, ele foi reeleito por unanimidade com uma abstenção e um voto em branco. 

Acreditaria mal responder a um testemunho assim elogioso persistindo em sua recusa. Ele não aceitou, todavia, senão condicionalmente e sob a reserva expressa de renunciar às suas funções no momento que a Sociedade se encontrasse em condições de oferecer a presidência a uma pessoa cujo nome e posição social fossem de natureza a dar-lhe um maior relevo; sendo seu desejo poder consagrar todo o seu tempo aos trabalhos e aos estudos que ela demanda.
   
Conversas familiares de alémtúmulo
 
Revista Espírita, julho de 1859
 
NOVIDADES DA GUERRA
 
O governo permitiu aos jornais, apolíticos darem notícias da guerra, mas como as relações são muitas sob todas as formas, seria ao menos inútil repeti-las aqui. O que talvez fosse mais novo para os nossos leitores é uma narração chegada do outro mundo; embora não seja tirada da fonte oficial do Moniteur, não deixa de oferecer interesse do ponto de vista dos nossos estudos. Pensamos, pois, interrogar algumas das gloriosas vítimas da vitória, presumindo que poderíamos encontrar nisso alguma instrução útil; tais objetos de observação e sobretudo da atualidade não se apresentam todos os dias. Não conhecendo, pessoalmente, nenhum daqueles que tomaram parte na última batalha, pedimos aos Espíritos que consentem em nos assistir, se gostariam de nos enviar um deles; pensamos mesmo encontrar, num estranho, mais liberdade e facilidade do que se fora em presença de amigos ou de parentes, dominados pela emoção. Com a resposta afirmativa, tivemos as entrevistas
seguintes.
 
O Soldado Argelino de Magenta.
 
PRIMEIRA ENTREVISTA. (Sociedade, 10 de junho de 1859.)

1. Rogamos a Deus Todo-poderoso permitir ao Espírito de um dos militares mortos na batalha de Magenta comunicar-se conosco. - R. Que quereis saber?
2. Onde estáveis quando vos chamamos? - R. Não sei dize-lo.
3. Quem vos preveniu que desejávamos conversar convosco? - R. Um que é mais esperto do que eu.
4. Em vossa vida duvidáveis que os mortos poderiam vir conversar com os vivos? - R. Oh! disso, não.
5. Que efeito isso produziu sobre vós ao vos encontrardes aqui? - R. Deu-me prazer; deveis, pelo que me dizem, fazer grandes coisas.
6. A qual corpo da armada pertencíeis? (Alguém disse em voz baixa: Pela sua linguagem deve ser um zuavo.) - R. Ah! Vós o dissestes.
7. Que grau tínheis? - R. O de todo mundo.
8. Como vos chamáveis? - R. Joseph Midard.
9. Como morrestes? - R. Gostaríeis de tudo saber e de nada pagar.
10. Vamos! Perdestes vossa alegria; dizei sempre, nós pagaremos depois. Como morrestes? - R. Por uma ameixa carregada.
11. Ereis contrário a ser morto? - R. Minha fé! Não; estou bem aqui.
12. No momento em que morrestes, imediatamente vos reconhecestes? - R. Não, estava tão atordoado que não o acreditava.