sábado, 7 de março de 2009

Desculpas que usamos...: 'Mas isso é impossível...'



MAS ISSO É IMPOSSÍVEL ...

Acho que esse negócio de impossível é para aqueles que nunca ouviram falar de uma palavrinha chamada SUPERAR...

SUPERAÇÃO - quer dizer transposição de um obstáculo ou desafio .

Parece coisa para super-heróis somente . mas não é não ... Porque os obstáculos e os desafios estão aí para todo mundo e não só para alguns .

Acho tão maravilhosas as paraolimpíadas quando podemos observar os atletas com suas dificuldades motoras e sensoriais , superando seus limites !

Tão bonito é ver pessoas que sem condições financeiras para estudar conseguiram realizar os seus sonhos de formarem-se e exercerem as profissões que escolheram pelos seus próprios esforços!

Até mesmo aquelas que saem todas as manhãs cedinho, enfrentando os desafios das grandes cidades ou da zona rural para estudarem ou trabalharem, de pés descalços muitas vezes , mas com a cabeça cheia de sonhos futuros !

Desde que abrimos os olhos para a vida terrena e depois em todas as manhãs ao acordar, lá estão eles nos aguardando ... Prefiro chamar de lições esses tais desafios ... Pois são eles quem nos vão transformar em pessoas melhores ou melhor em espíritos eternos melhores.

Então que tal abrir os olhos e dizer : Vocês estão aí ? Então eu posso sim superá-los, e chegar onde eu desejo.

Seja a nível pessoal ou profissional, intelectual ou moral, na escola, na família, com os amigos, inimigos , enfim...

Superar é preciso...

Meus limites vão além , só preciso reconhecer se me levarão para o bem...aí não tem quem me segure.

Esse negócio de ficar chorando pelos cantos, não é pra mim não, quero vencer.

Impossível ??? Quem disse isso ???

Afinal tenho um Pai que me ama e acredita em mim. e já falava o apóstolo " Tudo posso Naquele que me fortalece." Filipenses - 4-13

(Paty Bolonha - para o BLog Jovem. Paty é membro das Equipes do CVDEE e do Espiritismo.Net)

Biografia: João Maria Vianney - O Cura D'Ars

João Maria Vianney nasceu em 8 de maio de 1786 em Dardilly, aldeia a dez quilômetros ao norte de Lyon. Foi o quarto filho do casal Mateus e Maria Vianney, que tiveram 7 filhos.

Desde os quatro anos, ele gostava de freqüentar a Igreja. Quando isso se tornou impossível, pelas perseguições que o Estado desencadeou, ele fazia suas orações habituais, todas as tardes, na casa dos pais.

Quando foi aberta uma escola, Vianney, adolescente a freqüentou durante dois invernos, porque ele trabalhava no campo sempre que o tempo permitia. Foi então que aprendeu a ler, escrever, contar e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.

Foi na escola que se tornou amigo do padre Fournier, e aos poucos foi crescendo nele o desejo de se tornar sacerdote. Foi necessário muita insistência, pois o pai, de forma alguma, desejava dispensar braços fortes de que a terra necessitava.

Aos 20 anos ele seguiu para Écully, na casa de seu tio Humberto. Sabia ler, mas escrevia e falava francês muito mal. Além de aprimorar a língua pátria, precisou aprender latim, pois na época os estudos para o sacerdócio eram feitos em latim, bem assim toda a celebração litúrgica.

Em 28 de maio de 1811, com 25 anos de idade, na catedral Saint-Jean tornou-se clérigo de diocese. Por ter fama de ignorante perante os superiores, foi-lhe confiada a paróquia de Ars-en -Dombes, ou talvez porque lhe conhecessem a grandeza de alma.Em Ars, não havia pobres, só miseráveis.

João Maria Vianney chegou a Ars em uma sexta-feira, 13 de fevereiro de 1818. Veio em uma carroça trazendo alguns móveis e utensílios domésticos, alguns quadros piedosos e seu maior tesouro: sua biblioteca de cerca de trezentos volumes.

Conta-se que encontrou um pequeno pastor a quem pediu que lhe indicasse o caminho. A conversa foi difícil, pois o menino não falava francês e o dialeto de Ars diferia do de Écully. Mas acabaram por se compreenderem.

A tradição narra que o novo pároco teria dito ao garoto: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu."Um pequeno monumento de bronze à entrada da aldeia lembra esse encontro.

Ele mesmo preparava suas refeições. Apenas dois pratos: umas vezes, batatas, que punha para secar ao ar livre. Outras vezes, "mata-fomes", grandes bolos de farinha de trigo escura. Um pouco de pão e água. Era o suficiente. Comia pouco.Quando lhe davam pão branco, trocava pelo escuro e distribuía o primeiro aos pobres.

Dizia: "Tenho um bom físico. Depois de comer não importa o quê e de dormir duas horas, estou pronto para recomeçar."

O que mais ele valorizava era a caridade e a gentileza. Grandes somas ele dispendia auxiliando os seus paroquianos. Dinheiro que vinha da pequena herança de seu pai, que lhe enviara seu irmão Francisco e de doações de pessoas abastadas, a quem ele sensibilizava pela palavra e dedicação.

Por volta de 1830, era muito grande o afluxo de pessoas que se dirigia a Ars. Os peregrinos não tinham outro objetivo senão ver o pároco e, acima de tudo, poder confessar-se com ele. Para conseguir, esperavam horas...às vezes, a noite inteira.

Esse pároco que dormia o mínimo para atender a todos, madrugada a dentro. Que vivia em extrema pobreza e austeridade, vendendo móveis , roupas e calçados seus para dar a outrem.

Comovia-se com a dor alheia. Quando se punha a ouvir os penitentes que o buscavam, mais de uma vez derramava lágrimas como se estivesse chorando por si próprio. Dizia: "Eu choro o que vocês não choram."

Tanto trabalho, pouca alimentação e repouso, foram cansando o velho Cura. Ele desejava deixar a paróquia para um pouco de descanso. Mas os homens e mulheres da aldeia fizeram tal coro ao seu redor, que ele resolveu permanecer.

Ele, que em sua juventude, fora ágil, agora andava arrastando os pés. Nos dias de inverno, sentia muito frio.

Em 1859, numa quinta feira do mês de agosto, dia 4, às duas da madrugada, ele desencarnou tranqüilamente.

Dois dias antes, já bastante debilitado fora visto a chorar. Perguntaram-lhe se estava muito cansado.

"Oh, não", respondeu. "Choro pensando na grande bondade de Nosso Senhor em vir visitar _nos nos últimos momentos."

João Maria Vianney comparece na Codificação com uma mensagem em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VIII, item 20, intitulada "Bem-aventurados os que têm fechados os olhos", onde demonstra a humildade de que se revestia, o conceito que tinha das dores sobre a face da Terra e o profundo amor ao Senhor da Vida.

Fonte: www.espirito.org.br

sexta-feira, 6 de março de 2009

Estudo dirigido 2 : O Livro dos Espíritos I

Estudo dirigido 2 : O Livro dos Espíritos I


Leia com atenção a Introdução e os Prolegômenos e responda, justificando:


a) Espiritualista é aquele que...?


b) Em relação ao Espiritualismo, podemos afirmar que o Espiritismo é...?


c) A expressão ‘alma’ tem sido empregada, segundo o codificador, em condições diferentes. Para tentar solucionar esse impasse, Kardec propõe a utilização dos termos ‘alma vital’, ‘alma intelectual’ e ‘alma espírita’. Explique sobre os termos e comente sobre como seriam eles utilizados.


d) De onde provem a maior parte das objeções que fazem ao Espiritismo?


e) As primeiras manifestações inteligentes verificaram-se por meio de mesas que se moviam e davam golpe. Quem afirmou que essas manifestações se deviam aos Espíritos?

f) Onde está a diferença fundamental entre as comunicações oculta e as ostensivas?

g) Em qual máxima se resume a moral dos Espíritos?

h) Por que a ciência propriamente dita é incompetente para se pronunciar sobre a questão do Espiritismo?

i) O que caracteriza um estudo sério?

j) Kardec escreveu: “Se desejamos aprender com os Espíritos, é necessário escolher os professores”. O que significa tal assertiva?

k) Por que o Espiritismo bem compreendido é um preservativo da loucura?

l) Qual a posição de Kardec com relação ao magnetismo?

m) O que simboliza o ramo de parreira que foi colocado no cabeçalho do livro por orientação dos Espíritos?

n) Na representação do ramo da parreira, vamos encontrar o corpo, o espírito e o espírito ligado à matéria. Eles são, na figura, respectivamente, o quê?

(O estudo proposto foi adaptado de um ciclo de estudos dirigidos das obras da Doutrina Espírita e de Allan Kardec, realizado pelo Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora -IDE/JF - MG.)

Notícia: "A iniciação dos meninos"

O filme "O leitor" insinua que ter a primeira relação sexual com uma mulher madura pode acabar com a vida de um homem. Será?

Tive um amigo que aos 15 anos saía com uma mulher de mais de 30. O romance acontecia em Santos e nós morávamos em São Paulo. Achei que ele mentia até que conheci a moça, no baile de formatura. Baixinho e esquisito, o amigo teve a madrinha mais linda da festa: ombros largos, seios profundos, os cabelos castanhos chegavam aos ombros e seus olhos eram enormes, tristes. Tinha um filho pouco mais novo que o meu amigo. Era separada.

Lembrei dessa história ao assistir O Leitor, que deu o Oscar de melhor atriz a Kate Winslet. No filme, um garoto de 15 anos se envolve com uma mulher de 37. Ele é sensível, ela é bruta, fazem amor ardentemente e parecem felizes. Tudo acaba de forma repentina – e a tese do filme é que essa relação vai destruir a vida do garoto, causando nele reclusão emocional vitalícia. Vejam bem: antes de descobrir que a ex-amante era nazista, ele já tinha sido destruído por ela. Fui atrás do livro para entender melhor o personagem, mas o livro esclarece pouco. A mente de Michael, o garoto, continua um mistério para mim.

A última vez que vi meu amigo de adolescência ele tinha se convertido em quarentão alcoólatra com problemas de relacionamento. Casou-se pela primeira vez aos 18 anos, depois de engravidar a namorada. Separou-se logo depois, casou novamente, separou-se de novo. Sua última mulher de que tenho notícia pedia ajuda aos amigos para que o afastassem da bebida. Melancólico.

Será que uma coisa tem a ver com a outra, como no filme? Meu amigo fazia sexo com uma adulta problemática enquanto o resto de nós aprendia a beijar meninas de aparelho. É possível especular que a gravidez e o casamento precoces tenham sido consequências da intensidade daquela primeira relação amorosa. Suas expectativas eróticas e afetivas foram lançadas a um patamar que não tinha paralelo com o resto da sua vida, ou com o resto das pessoas ao seu redor. Alguém poderia dizer que meu amigo ficou só, como o Michael do filme.

Há uma longa tradição na literatura e no cinema de histórias de iniciação sexual entre mulheres maduras e meninos. Mário de Andrade escreveu sobre isso em Amar, Verbo Intransitivo. Um filme famoso com essa temática é Verão de 42. Recentemente, Cate Blanchett filmou Escândalo, com o mesmo enredo essencial. A novidade de O Leitor é que ele apresenta a velha situação sob uma nova ótica, pessimista e crítica. O que parece bonito e prazeroso é na verdade uma armadilha. É como se a correção política avançasse mais uma camada e decretasse que essa forma de iniciação sexual dos meninos está interditada, por danosa. Só uma nazista faria uma coisa dessas...

Instintivamente eu não gosto de nada disso. Me parece outro moralismo regulatório, mais um deles. Mas lembro do caso do meu amigo e hesito: será? Seus problemas de adulto teriam relação direta com aquela paixão que o enchia de orgulho e segurança? É possível, mas eu duvido. Conheci seu pai, conheci sua família, vivi com ele o ambiente da classe média de subúrbio. A mulher adulta com quem ele transava era um pedaço pequeno – talvez o melhor pedaço – de tudo aquilo. É fácil simplificar a vida dos outros e apontar um trauma devastador com efeito permanente. Dá um bom filme – como O Leitor – mas é provável que nada tenha a ver com a realidade.

Ivan Martins - Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI62332-15230,00-A+INICIACAO+DOS+MENINOS.html


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COMENTÁRIO:

Sob a ótica espírita, como vemos a relação entre um jovem e uma mulher mais velha que ele? Se olharmos apenas para a idade do corpo físico, continuaremos com a visão limitada, mas se recordarmos que somos todos espíritas, que existimos antes do nascimento do corpo e que existiremos após a sua decomposição.

São dois espíritos vivenciando experiências em comum, pode até o espírito do jovem ser mais velho que o da mulher. Tudo o que fazemos, todas as experiências que passamos nos influem emocional e espiritualmente, esta é uma lei geral. Porém dizer como será toda influência é que não é possível.

Cada espírito que reencarna na Terra, traz consigo uma bagagem de experiências e emoções que é única, somente ele a tem desta forma. Este espírito passando por uma nova situação, para compreendê-la, irá fazer uma interpretação com base na sua bagagem espiritual. Por este motivo, cada um tem uma interpretação única de um evento. Desta forma, ao ter a primeira relação com uma mulher mais velha, cada um terá expectativas diferentes e consequências distintas.

Nada ocorre ao acaso, e fatores que exercem grande influência em nossas vidas geralmente são provas, das quais escolhemos o gênero. As consequências que surgem não podem ser culpa da prova, mas são de como lidamos com esta situação. Vencendo ou falindo estaremos sempre agindo com o nosso livre arbítrio.

(Comentário por: Claudia Cardamone, psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Anotações sobre o tema: Amor e paixão

TEMA: Amor e Paixão

Bibliografia :


Livros: LE (itens 907 a 912); A Gênese (Cap. III, 1 “O Bem e O Mal”); Viver sem drogas (Elisa Goulart, LD – Gráfica e editora); Adolescência e Vida (Divaldo P. Franco por Joanna de Angelis, LEAL)


Textos: A paixão... ah... a paixão...( Breno Henrique de Sousa, http://www.espiritismo.net/content,0,0,689,0,0.html); Amor e Paixão (Richard Simonetti, Livro: Rindo e Refletindo com Chico Xavier)



*Desenvolvimento:
*Incentivo Inicial: Amor e Paixão



A jovem pergunta:


– Chico, amor é sinônimo de paixão?



– Ah! minha filha, amor é comidinha fresca, roupa lavada e passada, mamadeira prontinha… Paixão é como o Joelma, pega fogo e acaba tudo!


Com a simplicidade e a jovialidade dos sábios, o médium estabelece diferenças fundamentais entre esses dois substantivos, equivocadamente tomados à conta de sinônimos.

A paixão situa-se nos domínios do instinto, busca apenas a auto-afirmação, o prazer a qualquer preço, sem preocupações além da hora presente.


Estribando-se no desejo de comunhão sexual, a paixão é fogo arrebatador, que obscurece a razão e leva ao desatino, deixando, depois, apenas cinzas, como aconteceu com o Edifício Joelma.

George Bernard Shaw, com a irreverência que o caracterizava, dizia:


Não há diferença entre um sábio e um tolo, quando estão apaixonados.
***

O apaixonado ama como quem aprecia um doce.


Deleita-se!

É saboroso! Satisfaz o paladar!


Por isso logo deixa de amar, atendendo a várias razões:


• Saciou-se.
• Enjoou.
• Deseja novos sabores.


A partir daí, há campo aberto para o adultério e a separação, sem que a pessoa tome consciência do mal que causa ao parceiro e, principalmente, à prole, quando há filhos.

Enquanto perdura a paixão, podem ocorrer problemas mais graves e comprometedores:



• Crimes.
Bárbaros assassinatos são cometidos por amantes que se sentem traídos e negligenciados ou que foram abandonados. Perdendo o domínio sobre o parceiro, tratam de eliminá-lo, como quem joga fora um doce que azedou.

• Maus tratos.
É característica masculina, própria de machistas incorrigíveis, sempre dispostos a agredir para impor sua vontade, com o que apenas conturbam a relação, matando a afetividade na parceira.

• Suicídio.
Uma das causas mais comuns dessa ação nefasta, que precipita o indivíduo em sofrimentos inenarráveis no Mundo Espiritual, é a paixão contrariada. O sentir-se traído, negligenciado, ou não correspondido.
**

O amor situa-se nos domínios do sentimento.

Sustenta-se numa regra básica: pensar no bem-estar do ser amado, com a consciência de que nossa felicidade está diretamente subordinada a esse empenho.



O amor que mais se aproxima desse ideal é o materno.


A mãe está disposta a todos os sacrifícios em favor do filho, porque o bem dele é o seu próprio bem.


É aquele “espelho em que se mira, admirada, luz que lhe põe nos olhos novo brilho”, conforme o poema famoso de Coelho Neto.


As uniões felizes, os casamentos que se estendem além da morte, ensejando reencontros felizes na Espiritualidade, são aqueles em que os cônjuges revelam maturidade suficiente para mudar de pessoa na conjugação do verbo de suas ações.


Da primeira do singular – eu, para a terceira – ele, permutando cuidados recíprocos, a se exprimirem em carinho e solicitude.


No livro Trovas do Outro Mundo, psicografado por Chico, o Espírito Marcelo Gama encerra o assunto:


De afeições anoto a soma
De todo ensino que há:
Paixão é o bem que se toma,
Amor é o bem que se dá.



**Desenvolvimento:



*Kardec, no capítulo “O Bem e o Mal “de A Gênese, nos esclarece sobre a função da paixão para o desenvolvimento humano. Segundo ele, as paixões são necessárias à sobrevivência humana, portanto são naturais e fazem parte do instinto de conservação.



*“É bem verdade que a paixão, assim como todos os sentimentos, tem uma fundamentação biológica. O corpo humano é um complexo concebido para manifestar as possibilidades do ser espiritual, assim como responde ao comando mecânico de nossa vontade, é preparado para responder emocionalmente de forma que os hormônios desencadeiam uma série de reações que conhecemos muito bem quando estamos com raiva, ou quando estamos apaixonados.” (questão LE 907)



* “a paixão só é destruidora para as almas inferiores porque as pessoas desequilibradas não conseguem ter domínio sobre a paixão e usufruir dela moderadamente. A paixão, assim como qualquer outra coisa, torna-se-lhes um fator de desequilíbrio.”



* “o desequilíbrio é uma criação do nosso ego e não está necessariamente no princípio que gera a paixão. A paixão é em princípio o deslumbramento, o interesse, o fascínio e a admiração. É uma sensação de sentir que algo ou alguém é especial e que há uma magia em torno deste algo ou alguém e esta magia nos mantém cativados e ligados a este ser ou objeto. Está relacionada com uma sensação de incompletude que impulsiona a humanidade ao progresso. Se o ser humano fosse completo e acabado ele não se apaixonaria por nada. É a incompletude que o faz buscar algo e/ou alguém que lhe dê alguma compensação emocional. É por isso que dizem os Espíritos que o princípio das paixões foi colocado no homem para o seu bem e a paixão o tem feito realizar grandes coisas em benefício do seu progresso:”



* “A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como conseqüência um mal qualquer.”



* “O que combatem os Espíritos é a situação em que a paixão fortalece nossa natureza animal e nos distancia da natureza espiritual. Quando a paixão é direcionada para um ideal nobre, para uma grande realização, ela é sempre positiva. O problema é que ela tem sido usada apenas para a realização de nossos interesses mesquinhos e egoístas.”



* “A paixão se metamorfoseará em amor quando existir uma relação equilibrada; a paixão sonha em transformar-se em amor porque é o amor que dá sentido à vida e é a razão e o alimento da própria vida.”



* “devemos manter controle sobre a paixão para que ela não nos domine e dê vazão às nossas psicoses, neste caso ela se tornará patológica. É o caso dos que se apaixonam todos os dias por uma pessoa diferente ou que perdem os limites da razão, da civilidade e até da legalidade para submeter o outro às suas fantasias.”



* “Eu queria propor uma reflexão aos defensores das máximas do primeiro parágrafo. Apenas quero refletir sobre o motivo real que os levaram a pensar assim. Muitos dos que dizem evitar ou fugir das paixões, no fundo fogem da vida e de vivenciar emoções sobre as quais não tem controle. São medrosos e tem baixa estima e baixa tolerância a frustração” “Acham que por evitarem as paixões evitarão também frustrações e sofrimentos. Vivem uma vida insípida e sem graça. Eles não desistiram apenas de se apaixonar por alguém, mas desistiram de se apaixonar pela vida.”



*” Como você vai aprender a “se sentir feliz” se você se priva de sentir qualquer coisa?”



* “Quando nos permitimos viver uma paixão, estamos nos permitindo sonhar e o sonho não te dá garantias de que se realizará; o sonho só te dá esperanças. Temos medo de ter esperanças e nos decepcionarmos e assim preferimos ser pessimistas”




* “O amor real é expressão de maturidade, de firmeza de caráter, de coerência, de consciência de responsabilidade, que trabalham em favor dos envolvidos no sentimento que energiza, enriquecendo de aspirações pelo bom, pelo belo, pela felicidade. Envolve-se em ternura e não agride, sempre disposto a ceder, desde que do ato resulte o bem-estar para o ser amado.”




* O amor produz encantamento e adorna a alma de beleza, vitalizando o corpo de hormônios específicos, porém oferecendo capacidade de sacrifícios inimagináveis.




* Não somente o amor na sua feição espiritual, mas também o maternal, o fraternal, o sexual, quando não tem por meta somente o relacionamento célere, mas sim, a convivência agradável e vitalizadora que se converte em razão da própria vida.



* A paixão é como labareda que arde, devora e se consome a si mesma pela falta de combustível. O amor é a doce presença da alegria, que envolve as criaturas em harmonias luarizantes e duradouras. Enquanto uma termina sem deixar saudades, o outro prossegue sem abrir lacunas, mesmo quando as circunstâncias não facultam a presença física. A primeira é arrebatadora e breve; o segundo é confortador e permanente.

* A paixão é a afeição do corpo que nos fala a citação de "O Livro dos Espíritos". A paixão é desejo, instinto, sensação. É a necessidade possessiva de algo, tornando secundário o que não seja a conquista do objetivo traçado. É como se duas metades finalmente se estivessem a encontrar. Juntas, essas metades sentem-se uma só e separadas parece que lhes falta o essencial. Quando alguém se apaixona é como se encontrasse tomado por uma ilusão, parecendo ter atingido o pico do Everest quando ainda está a iniciar a árdua escalada. Julga-se completo e inteiramente feliz, mesmo que tudo à sua volta esteja desfeito, não conseguindo perceber carências de qualquer espécie, nem necessidades de evolução ou aperfeiçoamento.



*Apaixonarmo-nos é uma experiência fantástica, mas tem um problema: Se a sensação e o prazer forem o seu único carburante e não for acompanhada de uma qualidade de sentimentos que a substancie, a paixão é efêmera e temporária! Isto é problemático porque muita gente é viciada em paixão e, não compreendendo este fato, vive constantemente à procura de alimentar a fantasia e a ilusão.

*Nós vivemos numa época que privilegia o simplismo. Tudo é bom se for simples, rápido e acessível. Neste contexto social, a paixão é ótima porque é fácil, fugaz e até descartável; Pelo contrário, o amor é péssimo pois é difícil, dá trabalho e exige comprometimento.


*A paixão é preguiçosa, não requer um esforço extraordinário. Mas sem esse mesmo esforço e dedicação não é possível vivenciar o verdadeiro amor, porque o amar é trabalhoso, exige vontade, compromisso e construção contínua. Amar alguém não significa a existência de sacrifícios de qualquer espécie. Quem faz sacrifícios não ama porque a existência do sacrifício implica a idéia de que é um ato que não desejamos fazer e apenas o fazemos contrariados. Uma mãe que passa meses num hospital a acompanhar o seu filho doente não está a fazer qualquer sacrifício, mas antes a amar com todo o seu Espírito. Dadas as circunstâncias, não existe outro lugar do mundo onde essa mulher preferisse estar. Ignora as suas necessidades e interesses, não por sacrifício, mas porque é essa a sua vontade. Quem, por vontade própria e por dedicação, decide exceder os seus limites por alguém, está a vivenciar verdadeiro amor. Não temos de amar, mas nós escolhemos amar. Amar é sermos capazes de, por alguém, darmos um pouco mais de nós, expandir a nossa alma. O verdadeiro amor nos casais românticos, manifesta-se: Pelo desejo de união; pelo apreço pela companhia; pelo respeito pela individualidade do seu parceiro; na vontade de, pelo outro, exceder os próprios limites; no trabalho conjunto pela sua evolução intelectual, moral e espiritual; e no desejo de transformar essa união num laço de afinidade para toda a eternidade.


(Anotações em estudo realizado na sala Espiritismo Net Jovem, no paltalk)

Biografia: Fénelon

Este é o nome literário de François de Salignac de la Mothe, prelado e escritor francês que nasceu no castelo de Fénelon, em Périgord, a 6 de agosto de 1651.

Ordenou-se sacerdote em 1675 e passou a dirigir uma instituição que tinha por objetivo reeducar as jovens protestantes convertidas ao catolicismo.

Foi enviado pelo rei, na qualidade de missionário às regiões de Aunis e Saintonge.
Seu Tratado da educação das jovens, que veio à luz em 1687, obra dedicada às filhas do duque de Beauvillier, lhe valeu a nomeação de preceptor do duque de Bourgogne.

Aos 42 anos é eleito acadêmico e aos 44 já é arcebispo de Cambrai.

A partir da publicação de sua obra Explicação das máximas dos santos, em 1697, passam a declinar as graças oficiais. Dois anos mais tarde, a Santa Sé condena a obra e ele é privado de seus títulos e pensões.

Também cai em desgraça perante Luís XIV que descobre críticas a seu governo no romance pedagógico de Fénelon “As aventuras de Telêmaco”, no mesmo ano de 1699.Mesmo no exílio de sua diocese, ele não pára de publicar. E no período de 1700 a 1712 publica Fábulas e Diálogos dos mortos, este último escrito para o duque de Bourgogne.

Deixa transparecer suas esperanças de uma reforma política em O exame de consciência de um rei, enquanto seu apego à Antigüidade clássica transparece em Cartas sobre as ocupações da Academia francesa.

7 de janeiro de 1715 assinala a data da sua morte, ocorrida em Cambrai.

Fénelon figura na Codificação, em vários momentos, podendo ser citados: O livro dos espíritos, onde assina Prolegômenos, junto a uma plêiade de luminares espirituais. Igualmente a resposta à questão de nº 917 é de sua especial responsabilidade.

Em O evangelho segundo o espiritismo apresenta-se em vários momentos, discursando acerca da terceira revelação e da revolução moral do homem (cap. I, 10); o homem de bem e os tormentos voluntários (cap. V, 22,23; a lei de amor (cap. XI, 9); o ódio (cap. XII, 10) e emprego da riqueza (cap. XVI, 13).

Em O livro dos médiuns figura no capítulo das Dissertações Espíritas (cap. XXXI, 2ª parte, itens XXI e XXII) desenvolvendo aspectos acerca de reuniões espíritas e a multiplicidade dos grupos espíritas.

Importante assinalar que os destaques assinalados são os que o espírito assina seu nome, devendo se considerar que deve, como os demais responsáveis espirituais pela Codificação ter estado presente em muitos outros momentos, dando seu especial contributo, eis que foi convidado pelo Espírito de Verdade a compor sua equipe, em tão grandioso empreendimento.

Fonte: www.espirito.org.br

quarta-feira, 4 de março de 2009

Espitirinhas: Assistência social


Fonte: http://espitirinhas.blogspot.com/

Anotações de O E.S.E: Capítulo IX – Bem-Aventurados os que são brandos e pacíficos

ESE Capítulo IX – Bem-Aventurados os que são brandos e pacíficos


1) Texto ESE


2) texto: Pacifica sempre
Livro Palavras de Vida Eterna – Francisco Càndido Xavier por Emmanuel


3) Comentários


* Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência uma lei.

* Isso reforça o ensinamento de Jesus quanto à Lei de Amor e caridade.

* nos é ainda necessário os bens da terra para vivermos na terra, mas nos é necessário dar a importância devida a eles, não nos esquecendo, pois, da importância primordial dos bens do céu.

* nessa questão nos entra, então, a vivência da benevolência, da afabilidade, da doçura, da paciência, da obediência, da resignação contrapondo-nos à cólera e à violência.

* vemos no mundo material a lei do mais forte em termos de ações é que predomina, efetivando a exploração dos mais fracos. Onde muitas vezes aquele que demonstra ser pacifico acaba sendo esmagado pelo violento. E é o alerta quanto a tal situação que Jesus nos asseverou essa bem-aventurança.

* Ser afável e doce, predispõe a ser benevolente, educado, cortês, gentil. Mas os Espíritos Amigos nos alertam que tais ações muitas vezes o são apenas de forma exterior. No entanto, o sentimento interior que torna automática as ações é o que realmente tem validade, pois é o sentimento existente e real que irá tornar alguém verdadeiro em quaisquer circunstâncias: esteja sozinho, esteja em casa na convivência familiar, esteja em sociedade, na convivência coletiva.
Quantas vezes nós mesmos convivemos com situações de aparente afabilidade e doçura, não é? Muitas vezes verificamos pessoas cujas situações momentâneas são doces, cordiais, gentis e quando viram as costas a língua ferina, orgulhosa, crítica condena, fala mal, detona a pessoa e a situação vivida? Quantas pessoas cordiais que convivem de forma servil e doce no trabalho, na Casa Espírita, em templos religiosos, na sociedade, mas ao chegar em casa se torna o tirano, o autoritário, o sabe tudo, o cala a boca todos que quem manda sou eu, façam o que eu quero e ponto final? Situações assim demonstram a falsa afabilidade, falsa doçura, falso sentimento, que os espíritos amigos combatem aqui, nos alertando que é necessário o sentimento real, vivido e sentido intimamente, que nos dará a coerência da convivência conosco mesmo e com todos ao nosso redor sempre no mesmo patamar sem discrepâncias.

* Além disso, vem a paciência. Ah! A tal da paciência... O Evangelho Segundo o Espiritismo, um Espírito amigo, em Havre, 1862 nos esclarece que "a dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória do céu.
Sede pacientes, pois a paciência é também caridade e deveis praticar a lei da caridade, ensinada por Cristo e enviada por Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e consequentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho, para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência."
* A Paciência é uma das virtudes mais difíceis de serem alcançadas. Ela consiste em suportar dores, infortúnios, infelicidades, insatisfações, com resignação.
* a paciência é um subgrupo da caridade, que de todas é a mais dignificante das leis a serem cumpridas. * Não podemos jamais nos esquecer que a Caridade é sempre uma bênção de Deus mas jamais devemos nos ater de que o exercício desta virtude se restringe ao agasalho e ao pão que distribuamos. Podemos entender a caridade como todo ato a serviço dos outros, em qualquer parte, lembrando sempre de respeitar "o que a mão esquerda não veja o que faz a direita" para que esta caridade produza o nosso crescimento pois, não interessa a divulgação de um bom ato mas sim a sua efetivação . A Caridade será a paciência com o parente necessitado, respeitar com a mesma paciência as dificuldades dos vizinhos; a criança de rua, os problemas que nos visitam, as dificuldades que enfrentamos. Tendo a certeza de que não caminhamos sós e que cada vivencia que nos visita é a necessária ao nosso próprio crescimento espiritual

* É necessário que nos abasteçamos de muita paciência, dia a dia, minuto a minuto para sempre, com resignação, termos um sorriso amigo, a mão estendida o coração aberto para ajudar e amar o próximo. Ela é exercida pela compreensão, bondade, afabilidade, doçura, obediência e resignação e sempre é tempo de se pensar em exerce-la. Este exercício deve começar em nossa própria casa, com os que nos são próximos. No entanto, ainda estamos longe de realmente sentir e vivenciar a paciência real.
* depois da paciência, vemos dentro dessa bem-aventurança a obediência e a resignação; que muito confundida é com a inércia. Quando, em realidade, ser obediente e resignado pressupõe a utilização equilibrada do sentimento e da razão. É saber vivenciar os sacrifícios, as dificuldades, sem lamurias, mas com ações positivas e de amor. Tal como Jesus o fez. Obedeceu, resignou-se, mas agindo, trabalhando, exercitando a Lei de Amor.
* toda essa bem-aventurança nos remete, pois, à paz. À Vivência da paz. E a paz começa em nós, com a nossa compreensão, com os nossos sentimentos e com as nossas ações. Sem o sentimento de paz em nós, verificamos a explosão da cólera, a cólera que atinge a nós mesmos e expande-se para o coletivo: nossa família, nossa sociedade, nossa cidade, nosso estado, nosso país e atinge o mundo. Eis, pois, aí, a importância dessa bem-aventurança, nos orientando e auxiliando a alcançar em nós a mansuetude e a paz.
** música: a paz do mundo – Nando Cordel e finalizar com o texto do momento espírita a paz que trago no peito
(Anotações de estudo realizado na sala Espiritismo Net Jovem, no paltalk)
Texto Momento Espírita:
A paz que trago no peito
A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção.
Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança, na confiança, na fé...
Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas águas se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.
Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não quando é não que se quer dizer...
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...
Ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos...
É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança Naquele que criou e governa o Mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.
* * *
Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes.
Quando alguém está irritado.
Quando a maledicência te procura.
Quando a ofensa te golpeia.
Quando alguém se encoleriza.
Quando a crítica te fere.
Quando escutas uma calúnia.
Quando a ignorância te acusa.
Quando o orgulho te humilha.
Quando a vaidade te provoca.
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.
Pense nisso!
(Redação do Momento Espírita, com utilização de algumas frases finais,retiradas de um texto de autoria ignorada.Em 14.01.2008. - http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=968&stat=3&palavras=paz&tipo=t)

terça-feira, 3 de março de 2009

Anotações de O E.S.E: CAP. XVII: Sede perfeitos I

ESE – Cap XVII – Sede perfeitos I


01)Sede perfeitos I – Caracteres da perfeição - O homem de bem - Os bons espíritas -


02) Referência bibliográfica: O ESE – Cap XVII; O LE – Cap.XII, Livro terceiro; Obras Póstumas, 1a parte (egoísmo e orgulho); A Gênese (introdução, 56); Artigo Sede Perfeitos, Sérgio Biagi Gregório (Ceismael); Artigo de Nery Porchia (terra espiritual); material da Unesco sobre os rumos da educação no séc XXI; material de divulgação do curso para evangelizadores da FEESP – exposição de Sandra; Matéria publicada na RIE- Revista Internacional de Espiritismo, edição de novembro de 2004


03) Desenvolvimento:

*Jesus disse: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito". Como analisar o imperativo da perfeição, contido nesta frase? Devemos estar sempre nos aperfeiçoando? Não seria melhor fazer corpo mole, deixando o encargo para outra encarnação?

*Perfeição – de perfectio designa o estado de um ser cujas virtualidades se encontram plenamente atualizadas ou realizadas. Em teologia, plena realização, sob o ponto de vista moral, consumação no bem que compete a cada um possuir e atuar. Assim: "Todo o homem é chamado à perfeição ou santidade".

* Deus, quando nos criou, criou-nos simples e ignorantes, ou seja, potencialmente perfeitos. Os Espíritos superiores, no início de nossa caminhada espiritual, guiaram os nossos passos como um pai segura as mãos de seu filho. Com o passar do tempo, eles nos deixaram entregues ao nosso livre-arbítrio, com a responsabilidade pelas ações realizadas. Assim sendo, em cada encarnação nós vamos atualizando a potência de perfeição que existe em cada um de nós.

** O IMPERATIVO DA PERFEIÇÃO

"Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os publicanos não o fazem o também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos, que fazeis nisso ais que os outros? Os Pagãos não o fazem também? Sede pois, vós outros, perfeitos, como vosso pai celestial é perfeito". (Mateus, 5, 44, 46 a 48)

5.1. SEDE PERFEITOS COMO VOSSO PAI CELESTIAL É PERFEITO

A frase "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito" mostra uma ordem, uma ordenação dada por Jesus a todos os habitantes do Planeta Terra, independente da seita ou da religião que professe. Pergunta-se: não sabia Jesus que somos fracos e imperfeitos? Como pode Ele dar essa ordem peremptória? Lógico que Ele sabia e sabe ainda, mas o problema é que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Diante desta verdade, devemos prestar contas ao Pai dentro do melhor nível de evolução que pudermos alcançar. O modelo para chegarmos ao Pai é Jesus, porque, dentre os encarnados, ele foi o Espírito mais evoluído que desceu neste Planeta. A sua missão foi a de nos mostrar o caminho da salvação. Qual o exemplo que nos deu? Sofreu perseguições, sarcasmos, blasfêmias e morreu na cruz. Tudo isso para nos ensinar que o reino de Deus está dentro de nós e que só o alcançaremos se seguirmos as suas pegadas.

5.2. A CARIDADE COMO AMOR AO PRÓXIMO
A perfeição de que Jesus nos ordena está centrada na caridade que fizermos ao nosso próximo. Esta caridade deve ser exaltada para que culmine até no amor ao inimigo. Quando ele nos conta a Parábola do Bom Samaritano, por exemplo, faz-nos uma apologia do amor ao próximo, isento de preconceitos, de segundas intenções. Evoca, também, a idéia de que a humanidade é mais importante do que as crenças particulares.

5.3. A PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE
Ninguém é uma ilha. Cada um de nós tem responsabilidade para com próximo em termos dos pensamentos emitidos, tanto verbais como mentais. Nesse mister, a aura do Planeta Terra nada mais é do que a soma de todas as vibrações que emanam de seus habitantes. Assim, um único pensamento de melhoria, lançado ao globo, pode ser fator desencadeante de perfeição do planeta e do universo. Contudo, para que possamos emitir bons fluidos, é necessário que saibamos ouvir com clareza a palavra de Deus; para isso, devemos estar constantemente purificando o nosso vaso interior, pois o conhecimento, que é sempre lançado puro, precisa de condições propícias para o seu crescimento.

6. ANOTAÇÕES DE OBRAS ESPÍRITAS

1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo XVII
"Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito", tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de se atingir a perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto o Criador, ele tornar-se-lhe-ia igual, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam compreendido essa nuança; ele se limitou a lhes apresentar um modelo e lhes disse para se esforçarem por alcançá-lo."

2) O Mestre na Educação, de Pedro Camargo (Vinícius), páginas 37/47.
O Espírito do homem foi criado à imagem e semelhança de Deus: almeja sempre o melhor. O Espírito não se acomoda com o menos: quer, invariavelmente, mais.
Não se trata de uma modificação parcial ou relativa, porém contínua e progressiva demandando a perfeição suprema.
"Os verdadeiros sacerdotes do Cristianismo de Jesus, não são, portanto, os que se dedicam às cerimônias e aos ritualismos do culto exterior, mas sim os educadores, cônscios do seu papel, que procuram pela palavra e pelo exemplo, despertar os poderes internos, as forças espirituais latentes dos seus educandos".

3) O Sermão da Montanha, de Rodolfo Calligaris, página 101.
"Em seu desvario, cada qual cuida apenas de salvar as aparências, de evitar escândalo, procurando ocultar ou disfarçar habilmente seus erros e defeitos, para ser tido por pessoa de bem, para que a sociedade forme dele um bom conceito, e, satisfeito com isso, assim atravessa toda a existência, mascarado, aparentando o que não é".

4) Contos Desta e de Outra Vida, de Irmão X, capítulo 40 (Grupo Perfeito).
Dona Clara, dama inteligente e distinta, faz diversas inquirições ao Espírito Júlio Marques, incorporado na médium Maria Paula, a respeito de se criar um grupo perfeito. Depois de muito diálogo, disse:
"— Posso contar com o senhor?
— Ah! Filha, não me vejo habilitado...
— Ora essa! Porquê?
— Sou um Espírito demasiadamente imperfeito... Ainda estou muito ligado à Terra.
— Mas, recebemos tantos ensinamentos de sua boca!
— Esses ensinamentos não me pertencem, chegam dos mentores que se compadecem de minha insuficiência... brotam em minha frase como a flor que desponta de um vaso rachado. Não confunda a semente, que é divina, com a terra que, às vezes, não passa de lama...
— Então, o irmão Júlio ainda tem lutas por vencer?
— Não queira saber, minha filha... Tenho a esposa, que prossegue viúva em dolorosa velhice, possuo um filho no manicômio, um genro obsedado, dois netos em casa de correção... Minha nora, ontem, fez duas tentativas de suicídio, tamanhas as privações e provocações em que se encontra. Preciso atender aos que o Senhor me concedeu... Minhas dívidas do passado confundem-se com as deles. Por isso, há momentos em que me sinto fatigado, triste... Vejo-me diariamente necessitado de orar e trabalhar para restabelecer o próprio ânimo... Como verifica, embora desencarnado, sofro abatimentos e desencantos que nem sempre fazem de mim o companheiro desejável."
Continuando a sua conversa, pergunta se o irmão Júlio não sabe de algum grupo sem defeito. Ele responde que algum grupo como esse solicitado só pode ser o grupo de Nosso Senhor Jesus-Cristo".

* O que podemos entender? Jesus procura nos ensinar que não é para termos a pretensão de ser como o Pai, mas que obedecendo as Leis Divinas, podemos nos tornar homens de bem. E como é o homem de bem?

* Dentro desse raciocínio vamos encontrar no Evangelho Segundo o Espiritismo , capítulo XVII, “Sede perfeitos”, a explicação por Kardec do Evangelho de Mateus, Cap.V, v. 44, 46, 47 e 48, “Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam, e rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam. Pois se só amais os que vos amam, que recompensa tereis com isso?...........Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”.
O que podemos entender? Jesus procura nos ensinar que não é para termos a pretensão de ser como o Pai, mas que obedecendo as Leis Divinas, podemos nos tornar homens de bem. E como é o homem de bem?

**O homem de bem
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.Se ele interroga sua consciência sobre seus próprios atos,pergunta se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desperdiçou voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, pergunta, enfim, se fez aos outros tudo o que desejava que os outros fizessem por ele.
Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça, e em sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se à sua vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Ele sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem se lamentar.

O homem de bem, inspirado pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de retorno; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sempre sacrifica o seu interesse pela justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas alegrias que proporciona, nas lágrimas que faz estancar, nas consolações que proporciona aos aflitos. Seu primeiro ímpeto é pensar nos outros, antes de pensar em si, é buscar o interesse dos outros antes do seu próprio. O egoísta, ao contrário, calcula as vantagens e as perdas de toda ação generosa.


O homem de bem é humano, é bom e benevolente para todo mundo, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.

Respeita todas as convicções sinceras nos outros, e não amaldiçoa aqueles que não pensam como ele.
Em todas as circunstâncias a caridade é o seu guia; reconhece que aquele que prejudica o seu semelhante com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade de pessoas com o seu orgulho ou o seu desdém, que não desiste diante da idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, mesmo leve, quando poderia evitá-la, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, ele perdoa e esquece as ofensas, e só se lembra dos benefícios, porquanto sabe que será perdoado, assim como ele mesmo houver perdoado.
É indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que também necessita de indulgência, e se recorda destas palavras do Cristo: "Que aquele que está sem pecado lhe atire a primeira pedra".

Não sente prazer em procurar os defeitos dos outros, nem em colocá-los em evidência. Se a necessidade a isso o obriga, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.

Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha incessantemente para combatê-las. Todos os seus esforços são empregados para que amanhã possa dizer que existe nele algo melhor do que na véspera.
Não procura fazer valer nem seu espírito, nem seus talentos a custa de outros; ao contrário, aproveita todas as oportunidades para fazer sobressair as qualidades dos outros.


Não se envaidece da sua fortuna, nem das suas vantagens pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que se trata de um depósito do qual terá que prestar contas; sabe também que o emprego que lhes pode dar, mais prejudicial para si mesmo, é o de utilizá-los para a satisfação das suas paixões.

Se a ordem social colocou pessoas sob a sua dependência, ele as trata com bondade e benevolência, porquanto, perante Deus, são iguais a ele. Usa a sua autoridade para lhes levantar o moral, e não para esmagá-los com o seu orgulho, e evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa ainda.

A pessoa subordinada, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem escrúpulos em não cumpri-los conscienciosamente. (Ver cap. XVII, item 9.)

O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que as leis da Natureza lhes concede, como desejaria que os seus fossem respeitados.

O que acabamos de expor não é a enumeração completa de todas as qualidades que distinguem o homem de bem, mas todo aquele que se esforça para possuir as que aqui foram citadas, está no caminho que conduz a todas as outras.

** os bons espíritas
No livro A Gênese, Introdução, 56 : “Com o auxílio das novas luzes trazidas pelo espiritismo e pelos espíritos, o homem compreende a solidariedade que une todos os seres; a caridade e a fraternidade tornam-se uma necessidade social; ele faz por convicção o que não fazia senão por dever, e o faz melhor.”

O item 3 do capítulo mencionado do Evangelho Kardequiano, vamos encontrar que,por princípio é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Vive interrogando sua consciência para sentir intimamente se seus atos não violaram esses preceitos, se não praticou o mal mas sim o bem que podia e estava ao seu alcance.

Dentro da sua prática de caridade não tem raiva, nem rancor, nem desejo de vingança: segue o exemplo de Jesus perdoando e esquecendo as ofensas, pois sabe que será perdoado na medida que souber perdoar.

Não se envaidece por nada que o tornaria superior: por fortuna, por dotes pessoais, por seu talento, não abusa dos bens materiais que lhe são concedidos.

Não procura conquistar postos e honrarias de qualquer espécie, principalmente no seio da sua comunidade , aceitando com humildade e respeitando os direitos dos seus semelhantes, como gostaria que fossem respeitados os seus..

Se, por qualquer razão, assume um posto de comando em qualquer tipo de Instituição, deverá saber exercer o poder com moderação, sem ferir outrem, tratando das coisas com lisura e competência, sem apego ao poder que lhe foi concedido em caráter transitório. Saber renunciar às vaidades do cargo que ocupa .e deixá-lo com dignidade quando vencer o tempo pré estabelecido.

O item 4 , que tem como título Os bons espíritas, Kardec inicia com as seguintes palavras: “O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, forçosamente conduz aos resultados acima mencionados (o homem de bem), que caracterizam o verdadeiro espírita como o verdadeiro cristão, um e outro tornando-se o mesmo.”

E mais: “Aquele a quem é possível, e com razão, qualificar de verdadeiro e sincero espírita,está num grau superior de adiantamento moral .Seu espírito, que domina a matéria de maneira mais completa, dá a ele uma percepção mais clara do futuro. Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua formação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações.”

“O que me diz ao coração esses ensinamentos de Kardec? Me dizem que para me considerar bom espírita preciso, em primeiro lugar, conhecer os ensinamentos do Mestre Jesus, e, na medida que puder me esforçar, segui-los sem constrangimentos e sem arrependimentos.

Que eu devo me desapegar de bens materiais, pensando em ter o que me é concedido dentro do meu merecimento; não sentir orgulho ou vaidade de ser visto como melhor do que qualquer outro Não me prender a poderes fátuos, não pensar em me considerar único capaz de dirigir os destinos da minha instituição.

Saber que tudo na vida material é transitório, recebemos como se fosse um empréstimo em início de viajem e que temos de prestar contas ao chegar no nosso destino – o que Jesus nos acena, as bem aventuranças no plano espiritual.

Será que é difícil assim pensar e assim agir? Não tenho dúvida que sim. Mas tenho que saber definir a minha passagem terrena, se quero aproveitar a Providência Divina que me concede a oportunidade de evolução espiritual, ou ficar marcando passo sem ter como perspectiva a vida futura.”

** Instrumentos/ferramentas de desenvolvimento : Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a conviver e Aprender a ser

a) Aprender a conhecer

É estar em processo de observar\sentir\surpreender-se com os conteúdos que se nos apresenta na vida. Exige uma atitude ativa e a libertação interior de pré-conceitos, essa postura coloca o indivíduo na condição de situar-se no mundo. Conhecereis a verdade e ela vos libertará (Jo, 8:32) ensinou-nos Jesus. O ideal de liberdade nos afasta das paixões más, visão preconceituosa, interesses egoísticos, orgulho e soberba e nos faculta a possibilidade da busca do conhecimento verdadeiro. Os mecanismos da evolução nos possibilitam, através das experiências reencarnatórias, a libertação das amarras da ignorância.

Como a abertura para o novo, o processo contínuo de pesquisar, observar, sentir, esforço intelectual, atitude permanente de busca), que identifica-se perfeitamente com a proposta de Jesus: Conhecereis a verdade e ela vos libertará – (João 8:32). É a libertação da ignorância, em quaisquer áreas do conhecimento humano;

O Espírito é um ser curioso que busca sempre conhecer mais, ensinando, estudando, pesquisando e aprendendo com os outros. Segundo Kardec, as atitudes do estudioso são sinceridade, perseverança com continuidade e regularidade no estudo, abertura ao novo, vontade de chegar a um resultado e recolhimento. Estas são características para que qualquer estudo seja possível e absorvido da maneira correta.

Conhecer engloba: o conhecer a si mesmo, o conhecer intelectual e o conhecer moral/ético.

Estudo do Espiritismo: a necessidade do conhecimento (característica inata ao homem) para o desenvolvimento do senso crítico, o fortalecimento da vontade pelo autoconhecimento, para aliar consciência e ação e, por fim, para a iluminação intelecto-moral, pois, citando o espírito Lins de Vasconcellos, a auto iluminação é filha do esclarecimento intelectual.

b) Aprender a fazer

Envolve a testagem de novas hipóteses que indicam mudanças, entretanto isto exige que o indivíduo supere preconceitos e "mesmices". Jesus exortou: Batei e abri-se-vos-á, buscai e achareis. Isto engloba o todo do pensar, agir e do sentir. É no agir que o ser avalia, reflete, mensura, ajusta, redimensiona, ou transforma seu pensamento e suas ações.

É a coragem de executar, de correr riscos, de errar na busca de acertar, perfeitamente identificada com a proposta do Evangelho: faze isso e viverás (Lc 10:28); É o sair da acomodação que normalmente caracteriza o comportamento humano;

O Espírito é um ser de ação e o agir está impregnado do sentir, do querer e do conhecer. Dessa forma, quando encarnadas, as pessoas agem pelos interesses, metas, motivações, pelos conhecimentos adquiridos, pelas ideologias e valores adotados e, por fim pelos hábitos naturais ou relativos à sua educação. O ser humano tem a capacidade da transformação através da ação.

Toda ação de fazer exige uma compreensão da situação e seus elementos para se fazer escolhas adequadas e responsáveis. O \'fazer\' é um compromisso com a prática, tendo Jesus como modelo de Mestre. Assim, existem algumas exigências do \'fazer\' que são: formação permanente, busca incessante da melhoria, exigência da organização do que se quer desenvolver, envolvimento com os sujeitos do processo (incluindo família e demais agente sociais) e trabalho

c) Aprender a conviver

É situar-se com os outros compartilhando experiências e desenvolvendo responsabilidades sociais. Essas experiências geram responsabilidades que nos levam a busca de integração com a natureza, o compromisso com a humanidade e a necessidade de superação dos egoísmos coletivos e individuais, isso só é possível pelo compartilhamento, pela comunhão, pelo diálogo, pela convivência. Ensinou-nos Jesus: Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam (Mt.7:12) como a maneira de conviver com respeito, tolerância e cooperação fraternal.

é o respeito pelas diferenças, é o intercâmbio de idéias, é a convivência pacífica, também identificada com o convite de Jesus: Fazei aos outros o que gostaríeis que eles vos fizessem (Mt 7:12); É o “vencer-se” a si mesmo, vencer essa animosidade crônica dos relacionamentos, e interromper a tendência egoística de desmerecer o esforço alheio. O que naturalmente requer o esforço do auto-aprimoramento.

Conviver respeitando as diferenças e em harmonia é o principal desafio dos indivíduos e das coletividades, pois o orgulho e o egoísmo ainda estão muito presentes nos seres humanos, o que dificulta o convívio pacífico entre eles. A sociedade humana deve se tornar uma sociedade educativa para que todos possam aprender uns com os outros, respeitando as diferenças.

O conviver se faz presente em diversas situações: no âmbito da família, no âmbito da vizinhança, no âmbito escolar/universitário, no âmbito social/grupo compreendendo a necessidade de percebemos e entendermos que os outros são como nós mesmos espíritos imperfeitos em processo evolutivo buscando, cada qual no seu ritmo, na sua história, na sua necessidade o ser perfeito (lembrar da questão da critica por não se pensar igual, do não julgamento, etc.)

Os problemas de relações interpessoais devem ser tratados de forma a não prejudicar nem a nós e nem ao próximo e sempre buscar aplicar a regra áurea do amor ao próximo como a si mesmo.

d) Aprender a ser

A destinação do homem é a sua perfectibilidade, o que só pode ser alcançado pela experiência que lhe faculta simultaneamente o conhecimento da Natureza, do outro e de si mesmo. Descobrir-se enquanto ser integral (bio-psico-social e espiritual), penetrar na essência de sua humanidade, entrar na posse de sua herança divina e conscientizar-se de sua condição de ser imortal, são ações próprias do aprender a ser na perspectiva cristã. Vós sois o sal da Terra, a luz do mundo (Mt 5:13-14), Resplandeça vossa luz diante do mundo (Mt 5:16) são assertivas de Jesus que apontam para nossa inesgotável possibilidade da evolução humana. Todo aquele que mergulha em si mesmo com sinceridade de propósitos encontrará a marca divina do criador e descobrirá capaz de crescer em todas as direções de modo equilibrado, integrado consigo mesmo e com a natureza. Sede perfeito é o convite de Jesus para que assumamos a herança divina em nós crescendo em espírito e verdade.

É o “entrar” na posse da herança divina, própria, que todos trazemos, conscientizando-nos de nossa condição de espíritos imortais, é ainda a auto-superação, o crescimento espiritual. Tal proposta identifica-se com a afirmação de Jesus: Sede Perfeitos (Mt. 5:48).

A perfectibilidade é da essência espiritual, tanto que Jesus disse Sede perfeitos. Dessa forma a lei da reencarnação é um instrumento do processo evolutivo, o autoconhecimento é de extrema importância para que essa caminhada seja mais fácil e a evangelização de nós mesmos é essencial para a espiritualização do ser.

A conscientização quanto à importância do amadurecimento espiritual, o comprometido; a dedicação até o ponto do sacrifício; a persistência até o fim e mais além; a busca da coerência entre o conhecer e o viver concretizada na frase

Exemplo: Paulo de Tarso : Não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim e a criação de elos de amorosidade entre os irmãos, filhos do mesmo Pai.
** parte do texto RIE : um convite ao equilíbrio nos atuais dias de contradições, violências sociais, medo, injustiças, no sentido de encaminhar as criaturas humanas no encontro consigo mesma para a descoberta do verdadeiro TESOURO que traz em si, como um diamante sob o cascalho, necessitado de burilamento pelas ferramentas educativas do CONHECER, do FAZER, do CONVIVER e do SER.

A mensagem de Jesus é mensagem atualíssima de vida em harmonia íntima e com o outro, o que só poderá ser alcançado por todos a partir da adesão à proposta educacional do Cristo, que se alicerça:

No respeito à pessoa vista como filho de Deus, independente de qualquer condição, sempre vista com “sal” ou “Luz”, como projeto divino de evolução;

No respeito às leis divinas ou naturais que nos vão fornecendo o conteúdo da vida e nos ensinando a nos conduzirmos de modo harmonioso no universo físico ou moral;

Na certeza da possibilidade de vida abundante para todos, alicerçada no ideal da fraternidade humana, base da justiça social; numa prática educativa baseada no diálogo, nos referenciais do indivíduo e nas suas possibilidades de auto-superação e de conquistas verdadeiras, sob a bandeira do Evangelho.

Tais reflexões chamaram-nos a atenção à preciosidade de um diálogo estabelecido entre um dos assinantes da Revue Spirite e um espírito que se colocou entre sua esposa, médium escrevente, e os espíritos amigos e parentes que desejassem comunicar-se através dela. E Kardec, na Revista Espírita, de dezembro de 1860 (edição Edicel, tradução de Júlio Abreu Filho), publicou os diálogos da reunião mediúnica com o título A Educação de um Espírito.

O precioso texto, além dos diálogos, traz as razões da obsessão estabelecida e os sempre oportunos comentários do Codificador que, inclusive, cita ao final da matéria que o caso ainda estava em andamento e, portanto, sem solução, à época.

Transcrevemos parcialmente alguns trechos dos diálogos que Kardec enumerou de 1 a 27:
“(...) 1 – Para que sejas mau assim é preciso que sofras? – Sim, sofro. É isto que me faz ser mau.
2 – Jamais sentes remorso do mal que fazes ou procuras fazer? – Não; jamais tenho e gozo o mal que faço, porque não posso ver os outros felizes sem sofrer.
3 – Não admites, então, que se possa ser feliz com a felicidade alheia, em vez de encontrar felicidade em sua desgraça? Jamais fizeste tais reflexões? – Jamais as fiz, e acho que tens razão; mas não posso me... não posso fazer o bem; eu sou... (...)
12 – Então! Já que acreditas em Deus, deves ter confiança em sua perfeição e em sua bondade. Deves compreender que Ele não fez suas criaturas para as votar à desgraça; que se são infelizes é por sua própria culpa, e não pela Dele; mas que elas sempre têm meios de melhorar e, conseqüentemente, chegar à felicidade; que Deus não fez suas criaturas inteligentes sem objetivo e que esse objetivo é fazer que todas concorram para a harmonia universal: a caridade, o amor ao próximo; que a criatura que se afasta de tal objetivo perturba a harmonia e ela própria é a primeira vítima a sofrer os efeitos dessa perturbação que causa. Olha em torno de ti e acima de ti: não vês Espíritos felizes? Não tens o desejo de ser como eles, já que dizes que sofres? Deus não os criou mais perfeitos do que tu; como tu, talvez tenham sofrido, mas se arrependeram e Deus lhes perdoou; tu pode fazer como eles. – Começo a ver e a compreender que Deus é justo; eu ainda não tinha visto. És tu que me vens abrir os olhos. (...)
19 – (...) Desejo que meus sofrimentos acabem; eis tudo. (...)
20 – Compreendes que de ti depende que eles acabem? – Compreendo.(...)”.

(Anotações feitas em estudo realizado na sala Espiritismo Net Jovem, no paltalk)

Biografia: Jean Baptiste Massillon

Sacerdote católico, nasceu em Hyères a 24 de junho de 1663.
Inicialmente foi encaminhado para a área do direito, revelando-se, contudo, sua vocação para o sacerdócio. Ordenou-se padre e como excelente orador, ensinou retórica em colégios do sul da França.
Foi em 1691 que se tornou famoso, após proceder a oração fúnebre do arcebispo de Vienne e dois anos depois do arcebispo de Lyon.
Foi para um mosteiro, objetivando ali viver. Mas, em 1696 foi chamado a Paris para dirigir o Seminário de Saint Magloire.
Foi pregador do Advento na corte em 1699 e das Quaresmas de 1701 e 1704, consolidando ainda mais sua fama de orador.
Em 1709 ele profere a oração fúnebre do príncipe de Conti, em 1711 a do Grande Delfim. Em 1714, a de Luís XIV.
Nomeado bispo de Clermont, em Auvergne, três anos depois, haveria de proferir célebres sermões perante Luís XV. Posteriormente, tais sermões seriam reunidos para compor a obra Pequena Quaresma.
Em 1719 a Academia Francesa o recebe. Daí, até o dia da sua morte, em Beauregard a 18 de setembro de 1742 ele não mais sairia de sua diocese.
Representante clássico do moralismo, seus sermões foram muito apreciados por Voltaire e outros iluministas, como modelos de estilo e pela ausência de religiosidade dogmática.
Em O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXXI, item XXV , o Codificador inseriu uma comunicação de Massillon, assinalando-a como de caráter instrutivo e verdadeiramente sério.

Fonte: www.espirito.org.br

segunda-feira, 2 de março de 2009

Espitirinhas: Ideias

Fonte: http://espitirinhas.blogspot.com/



Mural Reflexivo: Aproveitar a Vida

Aproveitar a Vida

Você aproveita a vida?
É muito comum ouvir as pessoas, e principalmente os jovens, dizendo que querem aproveitar a vida.
E isso geralmente é usado como desculpa para eximir-se de assumir responsabilidades. Mas, afinal de contas, o que é aproveitar a vida?
Para uns é matar-se aos poucos com as comilanças, bebidas alcoólicas, fumo e outras drogas. Para outros é arriscar a vida em esportes perigosos, noitadas de orgias, consumir-se nos prazeres carnais.
Talvez isso se dê porque muitos de nós não sabemos porque estamos na Terra.
E por essa razão desperdiçamos a vida em vez de aproveitá-la.
Certo dia, um jovem que trabalhava em uma repartição pública na companhia de outros colegas que costumavam reunir-se todos os finais de expediente para beber e fumar a vontade, foi convidado a acompanhá-los.
Ele agradeceu e disse que não bebia e que também não lhe agradava a fumaça do cigarro.
Os demais riram dele e lhe perguntaram, com ironia, se a religião não lhe permitia, ao que ele respondeu: "a minha inteligência é que me impede de fazer isso".
E que inteligência é essa que não lhe permite aproveitar a vida? Perguntaram os colegas.
O rapaz respondeu com serenidade: "e vocês acham que eu gastaria o dinheiro que ganho para me envenenar? Vocês se consideram muito espertos, mas estão pagando para estragar a própria saúde e encurtar a vida, que para mim é preciosa demais. Observando as coisas sob esse ponto de vista, poderemos considerar que aproveitar a vida é dar-lhe o devido valor.
É investir os minutos preciosos que Deus nos concede em atividades úteis e engrandecedoras.
Quando dedicamos as nossas horas na convivência salutar com os familiares, estamos bem aproveitando a vida.
Quando fazemos exercícios, nos distraímos no lazer, na descontração saudável, estamos dando valor à vida.
Quando estudamos, trabalhamos, passeamos, sem nos intoxicar com drogas e excessos de toda ordem, estamos aproveitando de forma inteligente as nossas existências.
Quando realmente gostamos de alguma coisa, fazemos esforços para preservá-la.
Assim também é com relação à vida.
E não nos iludamos de que a estaremos aproveitando acabando com ela.
Se você é partidário dessa idéia, vale a pena repensar com seriedade em que consiste o aproveitamento da vida.
E se você acha que os vícios lhe pouparão a existência, visite alguém que está se despedindo dela graças a um câncer de pulmão, provocado pelo cigarro.
Converse com quem entrega as forças físicas a uma cirrose hepática causada pelos alcoólicos.
Ouça um guloso inveterado que se encontra no cárcere da dor por causa dos exageros na alimentação.
Visite um infeliz que perdeu a liberdade e a saúde para as drogas que lhe consomem lentamente.
Observando a vida através desse prisma, talvez você mude o seu conceito sobre "aproveitar a vida"
...
A vida é um poema de beleza cujos versos são constituídos de propostas de luz escritas na partitura da natureza, que lhe exalta a presença em toda parte.
Por consequência, a oportunidade da existência física constitui um quadro à parte de encantamento e conquistas, mediante cuja aprendizagem o espírito se embeleza e alcança os altos planos da realidade feliz.
(Equipe do site www.momento.com.br, com base no livro "Vida: Desafios e Soluções", cap. Alegria de Viver)

domingo, 1 de março de 2009

A Palavra é sua: Trocando ideia 3

Tema para trocarmos ideia: "A Mídia e a Ideia equivocada do Espiritismo"
Continuando a ideia do a palavra é sua, para intercambiarmos conhecimento e entendimento, seguindo a linha do "Projeto Trocando Ideias", da FERGS, só que aqui na net, colocamos nosso terceiro tema para trocarmos ideia, ok?! :)

Fica, então, aqui, o espaço para que a juventude comente o tema. E aguardamos vocês aumentarem essa lista, combinado?!


Vocês podem participar de duas formas:


1) Escrevendo pra nós através do email : blogjovem@cvdee.org.br, que receberemos e publicaremos a participação do seu conhecimento, ideia, artigo, etc sobre o assunto;
ou
2) clicando aí embaixo em comentários, e deixando sua participação.
Beleza?
O tema desta semana será: "A Mídia e a Ideia equivocada do Espiritismo"
Estamos, por aqui, aguardando você!
beijos e abraços

Vida unplugged

Vida unplugged

Depois de uma temporada em Tóquio e Londres, duas das cidades mais tech do mundo, nossa repórter topou o desafio de passar 30 dias desconectada em São Paulo. Saiba o que ela aprendeu com a experiência
Paula Sato

"Pessoal:A partir da terça-feira, dia 4 de novembro, vou iniciar uma experiência de autoconhecimento e passar um mês offline. O que significa 30 dias sem me comunicar com ninguém por internet, celular ou qualquer coisa do tipo. Mas, calma, eu não estou louca, nem voltei da Europa com ideias esquisitas. Isso é parte de uma reportagem que estou fazendo. Mas acho que vai ser bem legal para eu ver o quanto sou dependente dessas coisas e se é possível me livrar delas. Eu só peço que vocês não se esqueçam de mim durante esse tempo. Não é porque estarei offline no Messenger e sem nenhum update no Facebook que eu vou deixar de existir."
REGRAS
>>> Nada de internet
>>> Celular desligado
>>> Não ligar para o celular de outras pessoas, só para o telefone fixo
>>> Não usar cartões de débito ou crédito
>>> Não usar o caixa eletrônico do banco
>>> Videogame, sim; jogos online, não
>>> Pay-per-view na TV está proibido
>>> iPod, ok, mas sem músicas baixadas da internet
>>> Computador só como máquina de escrever
Foi com a mensagem da abertura desta reportagem que me despedi da web e dei a notícia a todos os meus amigos e "contatos de e-mail" de que estava iniciando o desafio de viver offline. A ideia era descobrir se era possível ficar desconectada em um mundo cada vez mais "plugado". Algo ainda mais difícil para alguém que há menos de um mês havia voltado de uma passagem de dois anos por Londres e Tóquio, onde eu não saía de casa sem usar a internet do celular para checar o horário dos trens, a previsão do tempo e o horóscopo, além de sempre contar com a ajuda do GPS (no telefone) para me localizar.

A princípio, essa me pareceu uma tarefa impossível - tanto que, quando recebi o desafio do pessoal de Galileu, pedi um tempo para pensar. Passei um final de semana inteiro avaliando o quanto eu era dependente da internet, do celular e de todos os meus outros gadgets. De repente, percebi que passava pelo menos 12 horas por dia online e 24 horas grudada nos meus dois aparelhos de celular. Também lembrei que, desde que tenho uns 13 ou 14 anos, sempre estive conectada na internet e até já conheci namorados por blogs e chats. Comecei a achar que usava o computador mais do que deveria e que parar por algum tempo poderia ser bom - ainda que fosse no mesmo esquema de quem deixa de fumar uma semana só para se convencer de que consegue parar. Mas, apesar da minha boa vontade, será que o mundo lá fora ainda recebe com simpatia alguém avesso à tecnologia?Precisava de algum tempo para me preparar e me acostumar com a ideia. Depois de repetir várias vezes para mim mesma que, não, eu não morreria nem entraria em depressão só porque ia passar um tempo sem atualizar meu blog nem mudar meu status no Facebook, acabei me convencendo de que a experiência poderia ser bem produtiva. Nunca fui adepta de nenhuma religião, mas me livrar dessa obsessão pela vida online poderia ser como um exercício zen de autoconhecimento.

Mas, como sempre acontece com certas resoluções de vida, a próxima etapa seria convencer os outros de que essa experiência não era sem sentido. Teria de sobreviver ao julgamento alheio. A recepção foi pior do que eu imaginava. Mais de dez amigos responderam ao meu e-mail me desejando pêsames, dizendo que eu não conseguiria viver sem internet e lamentando que eu iria "sumir" durante um mês. Mas, peraí, eu não estava sumindo, já que continuava morando no mesmo lugar e com o mesmo telefone fixo - será que para algumas pessoas eu só existia enquanto avatar do Orkut? Com os contatos profissionais, tomei um certo cuidado na hora de falar o que eu iria fazer. Prometi que não deixaria de produzir nenhum dos trabalhos com os quais já havia me comprometido e que entregaria tudo no prazo. Até que deu certo. Peguei pautas realizáveis por telefone e me preparei para apurar todas as informações sem usar a internet.

Outra etapa fundamental na preparação foi comprar uma agendinha de telefones para carregar na bolsa e anotar os números fixos de todo mundo. Mas aí apareceu um problema. Algumas pessoas responderam ao meu e-mail mandando um número de celular (será que não entenderam o que eu disse?), e outras disseram que não tinham mais telefone fixo. Isso sem contar os amigos que moram fora do País. Ainda que eles tenham me passado seus telefones, sem poder usar o Skype, não dá nem para pensar em ligar. A coisa estava começando a ficar mais complicada do que parecia de início.
(a matéria continua)
(http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG85745-7943-210,00-VIDA+UNPLUGGED.html)
******************
Comentário:

Você já imaginou o que aconteceria se, por uma causa qualquer, os instrumentos de comunicação tecnológica parassem? O que você faria sem celular, sem internet, sem cartão bancário eletrônico e sem cartão de crédito? Quantos jovens usam ou já usaram um orelhão? Quem de nós se permite perder um certo tempo, debruçado numa mesa, escrevendo, com uma caneta, uma carta para um amigo? Isto é ruim? O mundo está dependente da tecnologia?


"792. Por que a civilização não realiza imediatamente todo o bem que ela poderia produzir?
- Porque os homens ainda não se encontram em condições, nem dispostos a obter esse bem.


792-a. Não seria ainda porque, criando necessidades novas, ela excita novas paixões?
- Sim, e porque todas as faculdades do Espírito não progridem ao mesmo tempo; é necessário tempo para tudo. Não podeis esperar frutos perfeitos de uma civilização incompleta." Livro dos Espíritos, Allan Kardec.


O progresso intelectual e moral ocorrem lentamente. E a medida que isto ocorre, as pessoas vão criando novas necessidades, novas utilidades. O exemplo mais clássico é o telefone, no início era sem números e a telefonista transferia a ligação. Eu conheci este sistema na fazenda de meu avô no interior de São Paulo, achava divertido, era uma caixa de madeira, com uma manivela lateral, um boca em forma de cálice e outro para colocar no ouvido, nós virávamos a manivela e em alguns segundos ouvíamos uma voz feminina: -Telefonista, boa noite! Depois o telefone adquiriu números, dispensando parcialmente aquela simpática voz, primeiro era discado e depois transformou-se em tons. Houve nesta época uma febre por telefones improváveis, era o Garfield, carro, moto, violão, cachorro tinha de tudo, e ainda tem. O telefone ficou pequeno, de repente não precisava de fio e nós podíamos andar pela casa, nos achávamos livres. Então puseram o telefone no carro e daí pro celular foi um pulo. 'Tijolão' era o primeiro, agora cabem na palma da mão, tiram fotos, enviam texto, gravam vídeo, acessam a internet, e transmitem os canais de TV.


Porque dei este exemplo, porque hoje em dia o celular não é mais necessário para apenas se comunicar, ele é necessário para se estar conectado e disponível por 24 horas. Outro dia, num programa, conheci o último lançamento da Google, um programa de localizador via gps, para celular. Você quer saber onde está o seu amigo, filho, namorado, o Google fala. Não exatamente, mas uma área em torno.


"799. De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?
– Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que pode assegurar o seu futuro através do presente. Destruindo os preconceitos de seita, de casta e de cor ele ensina aos homens a grande solidariedade que os deve unir como
irmãos.


800. Não é de temer que o Espiritismo não consiga vencer a indiferença dos homens e o seu apego às coisas materiais?
– Seria conhecer bem pouco os homens, pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los como por encanto. As idéias se modificam pouco a pouco, com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação, portanto, não pode operar-se a não ser com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. Em cada geração uma parte do véu se dissipa. O Espiritismo vem rasgá-la de uma vez, mas mesmo que só tivesse o efeito de corrigir um homem de um só dos seus defeitos, isso seria um passo que ele o faria dar, e por isso mesmo um grande bem, porque esse primeiro passo lhe tornaria os outros mais fáceis." Do livro supra citado.


O progresso tecnológico avança 'furiosamente', mas ele não é ruim, ao contrário, nos facilita a vida, amplia nossos horizontes e nossos conhecimentos, o problema é como lidamos com ele, porque quando desencarnarmos todos os nosso brinquedinhos tecnológicos ficarão e enquanto estivermos na erraticidade, nada usaremos. Ainda corremos o risco de reencarnar daqui a muito tempo, e estes brinquedos que tanto gostamos, serão peças de museu.


Mas podemos aprender muito com isto também. Agora dificilmente você não encontra alguém, pelo microcomputador você pode ver se ele está conectado, pode enviar mensagens para o celular e até localizá-lo pelo gps. Para muita gente isto ainda é uma invasão de privacidade, um conhecimento desnecessário. Pessoas se incomodam muito com isto. Mas não é assim na vida espiritual? Aliás é pior, pois basta um pensamento e já estamos em contato com a pessoa desejada. É bom então nos acostumarmos com isto, e refletir, porque estar sempre conectados entre si pode nos incomodar.

(Claudia Cardamone é psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias)